Uma fintech só para mulheres
WS2.Credit se especializa no público feminino para potencializar empreendedoras por meio de crédito e educação financeira
Por Jaqueline Mendes
Nos últimos anos, a digitalização dos bancos fez surgir fintechs para quase todo tipo de público: fintechs para PJs, fintechs para jovens, fintechs para pessoas pretas e para clientes LGBT. É nessa onda que a empresária Selene Almeida decidiu lançar a fintech WS2.Credit, especializada em oferecer soluções inteligentes de crédito para mulheres.
Junto com o marido, Weligton Lima, ela diz ter enxergado a demanda de empreendedoras que precisam de aportes financeiros e de orientação para tirarem projetos do papel. “É preciso entender cada negócio de forma muito individual para que o crédito seja realmente uma ferramenta de crescimento e não se torne um problema. Atualmente na WS2.Credit o cliente já conta com um atendimento bem personalizado”, disse a empresária. “Mas nossa atenção com as mulheres é especial. Oferecemos um ambiente amigável, uma rede de apoio com encontros e profissionais capacitados para trazer educação financeira para as empreendedoras”, afirmou Selene.
A iniciativa da WS2.Credit começou a ser implementada em março. Além de serviços de uma fintech, a startup oferece também educação financeira em encontros especiais, redes sociais e vídeos da empresa, apontando caminhos possíveis para as empreendedoras, que muitas vezes têm projetos promissores, mas não sabem como começar, ou têm a demanda para crescer, mas não têm recursos. “Nosso time de especialistas está preparado e pronto para orientar essas mulheres”, disse Selene.
O objetivo, segundo ela, é criar oportunidades em série no atendimento exclusivo para mulheres, de acordo com as demandas de cada momento e novos contextos socioeconômicos. Selene ressalta que o número de CNPJs de empresas abertas por empreendedoras é cada vez maior e um dos grandes desafios é saber o que fazer quando se consegue um crédito.
Por isso, o atendimento exclusivo, pautado pela realidade e perfil das empreendedoras brasileiras, é um dos grandes diferenciais oferecidos pela fintech. “Pesquisas indicam que as mulheres são mais adimplentes, mais organizadas e pontuais quando assumem a organização financeira de um negócio. Além disso, a mulher de hoje é muitas vezes a provedora principal da família”, afirmou Selene. “Nossa missão é investir nessa mulher autônoma e para elas criamos uma célula exclusiva de atendimento. Emancipar a mulher financeiramente é o grande pilar para a autonomia feminina em todos os âmbitos de sua vida.”
“É preciso entender cada negócio de forma muito individual para que o crédito seja realmente uma ferramenta de crescimento e não se torne um problema.”
Selene almeida, fundadora da ws2.Credit
POTENCIAL
Apesar da proliferação das fintechs no País, há um imenso espaço de crescimento nos próximos anos.
• Atualmente, 4,6 milhões de brasileiros adultos ainda não têm conta em banco, segundo dados inéditos do Instituto Locomotiva.
• Isso mostra que 3% dos brasileiros acima de 18 anos não estão bancarizados.
• Mas o aumento da abertura de contas não significa que mais pessoas estão usufruindo plenamente do serviço financeiro. Os dados indicam que 16% dos brasileiros com mais de 18 anos (24,4 milhões) não movimentam as contas.
A população com acesso limitado aos serviços financeiros está predominantemente na região Nordeste e pertence às classes C, D e E. Essas faixas de renda representam 83% dos 4,6 milhões que permanecem alijados do sistema financeiro.
Os totalmente desbancarizados, em geral, não recebem salário fixo, têm baixos rendimentos e usam contas de parentes para realizar as transações.