Revista

Que gigante brasileira teve oito presidentes em oito anos?

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Prates e Lula: uma relação sem equilíbrio (Crédito: Divulgação )

Por Paula Cristina

A demissão de Jean Paul Prates da Petrobras amplia uma longa lista de trocas no comando da maior empresa brasileira em valor de mercado: a estatal chegará à marca de oito presidentes em um período de oito anos. Foram dois nomes durante a gestão Michel Temer (PMDB); quatro no governo Jair Bolsonaro (PL); e agora dois sob Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A saída de Jean Paul Prates não chegou a surpreender o mercado, que acompanhava a tensão entre o comandante da petroleira com o presidente Lula. O timing foi esperar divulgação do balanço, aproveitar a baixa das ações diante da queda de 38% no lucro líquido, e tirar Prates da cadeira (bem ao estilo Maquiavel: faça todo o mal de uma vez, e o bem aos poucos). A indicada para assumir a vaga é Magda Chambriard, que ainda precisa ser aprovada no Conselho de Administração da companhia. A saída de Prates e de mais dois diretores já foi ratificada pela estatal no dia 15. Com a incerteza sobre o futuro, a companhia perdeu R$ 35,3 bilhões em valor de mercado, atingindo R$ 507 bilhões no total. O medo da interferência política nas decisões da companhia, por ora, assusta mais que o balanço não tão positivo.

Guerra comercial
EUA armam pacote anti-China

Depois de algumas semanas da calmaria, os Estados Unidos voltaram a agir para diminuir a participação chinesa nas terras de Tio Sam. Na terça-feira (14) foi anunciado um pacote de aumento de tarifas sobre os produtos chineses ligados à tecnologia, como veículos elétricos, semicondutores, baterias, células solares, aço e alumínio. Os americanos afirmam que a China promove “riscos inaceitáveis” à segurança econômica por conta do que consideram práticas injustas de concorrência, que deixam os produtos chineses mais baratos do que a média e roubam fatias dos mercados globais.A China imediatamente prometeu retaliação. O Ministério do Comércio chinês disse que o país se opõe aos aumentos tarifários dos EUA, e que tomará medidas para defender os seus interesses.

IBGE
Setor de Serviços recupera o fôlego

O setor de Serviços avançou 0,4% em março, depois de cair 0,9% no mês anterior. Com o resultado, a taxa ficou 12,1% acima do nível registrado no período da pré-pandemia, em fevereiro de 2020 e 1,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, em dezembro de 2022, informou o IBGE na terça-feira (14). Na comparação do acumulado para o primeiro trimestre de 2024, com igual período de 2023, o setor apresentou crescimento de 1,2%. Já nos últimos 12 meses, a alta é de 1,4%. De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, as altas de um conjunto de serviços investigados dentro de serviços de tecnologia da informação são o motivo da expansão (+4%), com foco no desenvolvimento e licenciamento de software, portais, provedor de conteúdo e ferramenta de busca da internet e consultoria em TI. Desde janeiro de 2017 que a atividade não tinha um avanço tão intenso. Naquele momento, a alta atingiu 8,2%. Outro comportamento positivo, em março, é que o setor também alcançou o patamar mais alto da série histórica.

Termômetro
Melhora nas expectativas

Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira (13), pelo Banco Central elevou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 2,05% para 2,09%, ante 1,95% de um mês atrás. Considerando apenas as 27 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 passou de 2,10% para 2,02%. Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2%, como já está há 22 semanas. Considerando as 26 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2%.

Internacional
FMI e o sinal verde para Argentina

(Matìas Baglietto)

O FMI incluiu outros US$ 800 milhões no pacote de empréstimo para a Argentina, de US$ 44 bilhões, firmado em 2018, pelo então presidente Maurício Macri. O aumento funcionou como endosso à política austera e de choque econômico promovida pelo atual presidente, Javier Milei. O dinheiro dará tempo à Argentina para pagar seus credores enquanto o novo governo decide se mantém o atual programa de socorro com o FMI ou se negocia um acordo em outros termos. “Com base no desempenho melhor do que o esperado no primeiro trimestre — todos os critérios de desempenho foram cumpridos com margens —, a equipe do FMI e as autoridades argentinas chegaram a entendimentos sobre políticas para continuar a consolidar o processo de desinflação, reconstruir as reservas externas, apoiar a recuperação e manter o programa no caminho certo”, escreveu a equipe do Fundo em comunicado na segunda-feira (13).

Inadimplência
Desenrolando pequenos e médios

Dando continuidade ao plano de liberar o crédito e estimular a economia, começou na segunda-feira (13) a renegociação das dívidas de pequenas e médias empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões com os bancos. Serão renegociadas dívidas não pagas até 23 de janeiro de 2024. Essa renegociação é importante para que o pequeno empreendedor e o empreendedor individual possam obter recursos para manter as suas atividades. A ação faz parte do Programa Desenrola Pequenos Negócios, uma iniciativa do Ministério da Fazenda, Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte com o apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Essa parcela atendida é a mesma que precisa de ajuda para renegociar as dívidas e obter recursos para manter as atividades.

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