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Sob nova presidência, Altenburg quer se tornar bilionária em 2027

Quarta geração à frente da Altenburg, centenária empresa catarinense de roupas de cama, prevê faturar mais de R$ 1,2 bilhão em três anos com franquias e itens de alto padrão

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Para Tiago Altenburg, presidente da empresa, é fundamental encontrar projetos estruturantes que sustentem os novos patamares de crescimento (Crédito: Divulgação )

Por Letícia Franco

Há 102 anos, a Altenburg começou a tecer sua história no segmento de roupas de cama, banho e decoração, quando a imigrante alemã, Johanna Altenburg, iniciou em sua casa, em Blumenau (SC), a produção artesanal de acolchoados. Em 1946, o filho Arno assumiu para impulsionar o crescimento da empresa. Mas foi sob liderança de Rui Altenburg, neto de Johanna, que a companhia passou de uma pequena operação familiar para uma das maiores produtoras têxteis do Brasil. Após mais de cinco décadas à frente da marca, agora é a vez de Tiago Altenburg — quarta geração da família e filho de Rui — tecer novos caminhos, que devem tornar a empresa bilionária. No plano da Altenburg, a expectativa é de chegar em 2027 com receita acima de R$ 1,2 bilhão. Em 2023, o faturamento foi de R$ 670 milhões.

Crescer mais de 70% nos próximos três anos é o grande desafio do engenheiro sob direção da holding familiar, que contempla lençois, travesseiros, edredons, toalhas, entre outros artigos de alta qualidade. Por ano, o grupo vende cerca de 20 milhões de produtos. Segundo Tiago Altenburg, presidente da empresa, é essencial encontrar projetos estruturantes que sustentem os novos patamares de crescimento. “Trata-se de um plano de continuidade para fomentar o negócio e deixá-lo mais resiliente às mudanças do mercado, com transparência no processo de escolha e segurança para os players envolvidos”, afirmou à DINHEIRO.

Tiago Altenburg, quarta geração a assumir a empresa, diz que as franquias seguirão mesmo conceito de credibilidade e elegância das lojas próprias (Crédito:Divulgação )
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Os fios da nova fase da centenária parecem entrelaçados.
A grande novidade foi o lançamento de um modelo de franquias, inaugurado no dia 8 de maio com uma loja em Jaraguá do Sul (SC).
Até então, a Altenburg tinha apenas unidades próprias desde 1969, quando a primeira loja foi lançada, além do e-commerce.
Com 10 lojas no Sul e cinco em São Paulo, a empresa estima a abertura de cinco unidades em 2024, sendo mais três franqueadas.
O formato deve impulsionar o aumento da receita em 20% neste ano, aliado ao investimento em produtos.

POR DENTRO

A franquia na região Norte do estado catarinense integra os planos da empresa de adotar um modelo de crescimento espiral, começando com unidades próximas da sede. Dessa forma, no médio prazo, a companhia projeta a abertura de cerca de 150 franquias, volume que tem o potencial para representar 30% do faturamento.

O formato de franquias foi desenvolvido para espaços entre 85 e 120 metros quadrados e os investimentos variam de R$ 450 mil a R$ 800 mil, considerando a taxa de franquia de R$ 50 mil. “É o momento de investir em novas áreas, como por exemplo, entrar no mercado do Sudeste e Centro-Oeste e ir além do Sul”, disse o executivo.

Das franquias ao marketing, a premissa segue a mesma: levar e fortalecer a credibilidade e elegância dos artigos da Altenburg para ir muito além da região Sul.

Os investimentos no marketing, sobretudo em branding, devem ultrapassar os R$ 100 milhões. Tudo isso para aprimorar a comunicação do catálogo da Altenburg, reforçando atributos e estimulando bons hábitos dos consumidores. O presidente da companhia afirmou que o aporte visa também a penetração da Altenburg em todos os países da América Latina.

Entre travesseiros, edredons, lençois e colchas, empresa vende cerca de 20 milhões de produtos ao ano (Crédito:Divulgação )
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Fios, linhas e a tradição de mais de 100 anos elevaram as roupas de cama e banho da marca ao status de protagonista da decoração, tecendo não apenas lençóis, mas transformando o descanso em um momento de puro luxo.

Nesse sentido, a Altenburg Haus, uma linha de alto padrão, criada em 2020, se destaca pelo catálogo minimalista, composto por itens com uma cartela de cores neutra, de fácil coordenação, e que podem chegar a R$ 35 mil, como é o caso um conjunto exclusivo de lençois e colcha. Os materiais que compõem as peças são importados com produtos de 300 e 400 fios em algodão e linho, bambu e seda. Aspectos importantes em um universo onde o toque é tão vital quanto a estética. Segundo Tiago, a divisão premium corresponde a 1% do faturamento, número que sobe para 20% no mix de produtos das lojas próprias.

O foco em design, conforto e qualidade mantém os edredons, colchas, jogos de lençóis, protetores de colchão e travesseiros como os principais artigos comercializados pela empresa.

No caso de travesseiros, a Altenburg tornou-se uma das maiores produtoras da América Latina, fabricando por mês mais de 1 milhão de itens dos 50 tipos que compõem essa linha.

Embora a marca catarinense percorra um novo caminho, com novidades no modelo de negócios, gestão e branding, a preservação da qualidade da matéria prima e a alta tecnologia são fios condutores para a continuidade do sucesso da centenária rumo à casa do bilhão.