Tecnologia

Disney une plataformas de streaming em busca de audiência, mas Netflix domina

Enquanto a criadora do Mickey tenta estabelecer uma experiência única aos usuários brasileiros, a Netflix garante seu reinado no mundo do streaming, que deve movimentar US$ 14 bilhões até 2027

Crédito: Divulgação

A Walt Diney Company resolveu juntar Disney+ e Star+ na América Latina: solução para dar experiência completa ao usuário e promover fidelização (Crédito: Divulgação )

Por Aline Almeida

A Walt Disney Company, um dos maiores conglomerados de mídia do mundo e criadora do Mickey Mouse, um dos personagens fictícios mais conhecidos da animação desde 1928, anunciou a integração das plataformas de streaming Disney+ e Star+ na América Latina, incluindo o Brasil. O anúncio foi feito pela gigante no final de 2023 e a integração ocorreu no último dia 26. Com isso, todo o conteúdo que estava disponível no Star+ agora faz parte do catálogo do Disney+, inclusive produções da 20th Century Studios, FX e transmissões esportivas ao vivo da ESPN.

Essa unificação evidencia mais uma tentativa da Disney de fortalecer sua posição no mercado de streaming brasileiro, com o objetivo de oferecer aos usuários uma experiência mais completa e diversificada, centralizando todo o conteúdo. Como explicou Diego Lerner, presidente da Walt Disney Company na América Latina, em comunicado ao Poder 360, “esta integração permitirá que a força inigualável de nossos conteúdos esteja disponível em um só aplicativo, proporcionando uma experiência melhorada e superior”.

Os dias na Disney parecem bem agitados, pois a América Latina não foi a única região a passar por mudanças.

Nos Estados Unidos, o streaming Hulu, não disponível no Brasil, também passou por uma transformação semelhante, sendo incluído em versão beta dentro da plataforma do Disney+.

Ou seja, o conglomerado está ativo no mercado e precisa ser certeiro em suas estratégias para enfrentar players robustos, em um mercado que globalmente deve movimentar US$ 14 bilhões até 2027, segundo o estudo Análise do Mercado Mobile 2023, produzido pela Rocket Lab.

(Fabian Marelli)

“Esta integração permitirá que a força inigualável de nossos conteúdos esteja disponível em um só aplicativo.”
Diego Lerner, presidente da Walt Disney Company na América Latina

No Brasil, de acordo com a última medição da Kantar Ibope Media:
a Disney alcançou 0,2% de participação na audiência de vídeo on-line;
em comparação, a Netflix atingiu 4,4%,
enquanto isso, o YouTube manteve a liderança com 17,6%.

O Star+ não registrou uma participação significativa, sendo classificado na categoria “outros”, com 0,5%.

Importante ressaltar que o modelo de vídeo on-line representa apenas 29,7% do tempo dos brasileiros assistindo a algum conteúdo, enquanto a TV linear ainda domina com 70,3% da audiência. Outro ponto desafiador para a criadora do Mickey são os preços elevados em comparação aos concorrentes, sendo Disney+ e Star+ os mais caros entre todos os serviços de streaming oferecidos no Brasil. Com a migração, os assinantes da plataforma terão os valores atualizados. O plano padrão mensal passa de R$ 33,90 para R$ 43,90, o anual de R$ 279,90 para R$ 368,90, e a nova modalidade premium custa R$ 62,90 por mês, com assinatura anual a R$ 527,90.

• O Disney+ apostava em poucos lançamentos, focando principalmente em seu catálogo de animações clássicas.
• Por outro lado, a plataforma mais popular do Brasil, a Netflix, se destaca por suas produções originais, que incluem tanto filmes quanto séries.
• Além disso, o serviço oferece centenas de conteúdos licenciados, incluindo materiais de outras empresas que estão disponíveis exclusivamente nela.
• A Netflix também tem se especializado em produções live-action, ganhando elogios da crítica e do público.

DOMÍNIO

A Netflix, carinhosamente apelidada de “netinha” por seus usuários, continua a dominar o mercado de streaming pago. De acordo com a Variety, a plataforma ganhou 9,33 milhões de assinantes no primeiro trimestre de 2024, superando as projeções dos analistas, que previam apenas 3,93 milhões.

No setor financeiro, também excedeu as expectativas, alcançando um lucro líquido de US$ 2,33 bilhões. Esse crescimento acima do esperado deve-se a uma robusta lista de programas originais e à repressão ao compartilhamento de senhas. Em comunicado à imprensa, a empresa prevê que, no segundo semestre de 2024, as vendas cresçam 16%.

A Netflix se recuperou de uma lentidão de 2021 e 2022, alcançando um ritmo de crescimento não visto desde o início da pandemia de coronavírus. Isso se deve, em grande parte, à nova política de uso de contas compartilhadas.

A empresa estimou que mais de 100 milhões de pessoas utilizavam contas sem pagar por elas. Embora os executivos da Netflix temessem uma reação negativa dos clientes, a empresa conseguiu convencer milhões de pessoas a pagar pelo acesso. Esses novos assinantes tiveram um vasto leque de opções de conteúdo para assistir recentemente, uma vez que a Netflix tem lançado praticamente um novo sucesso a cada duas semanas neste ano.