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Negócio sobre rodas: Bike Park quer diversificar oferta do Velocitta

Autódromo Velocitta, no interior de São Paulo, cria espaço para ciclistas de todos os estilos para incrementar os negócios que são geridos pelo piloto Guiga Spinelli

Crédito: Rodrigo Barreto Photo

Velocitta lança o Bike Park, espaço dedicado à prática do esporte pelas famílias, entusiastas do ciclismo e atletas profissionais (Crédito: Rodrigo Barreto Photo)

Por Beto Silva

Guiga Spinelli é um dos nomes mais expoentes do automobilismo brasileiro. O piloto carioca é pentacampeão do Rally dos Sertões, tetracampeão brasileiro de Rally Raid e duas vezes Top 10 do Rally Dakar. Com 25 anos de carreira, hoje os 51 anos está em uma nova fase profissional. Voltou o ano passado a disputar o Sertões depois de um hiato. E está em preparação para encarar novamente em setembro o maior evento esportivo off Road do Brasil e tem em seu plano de percurso retornar também ao Dakar em breve. Tudo em parceria entre sua equipe, a Spinelli Racing, e a Mitsubishi Motors, que também retomou às atividades recentemente.

Mais experiente, o piloto tem escolhido melhor as competições que vai disputar. Está em menor frequência, mas em atividade constante. Ao melhor estilo dos trechos cronometrados dos rallys. Como empresário, porém, o momento é de pé no acelerador.

Desde 2018 ele administra o Autódromo Velocitta, localizado uma fazenda no eixo entre Mogi Guaçu (SP) e Espírito Santo do Pinhal (SP), homologado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

• Recebe as principais categorias da modalidade. E também tem uma vertente de negócios B2B para receber eventos, seja para as empresas proporcionarem experiências a colaboradores e clientes, treinamentos de lideranças, networking com fornecedores, comemorações ou prospecto de novos contratos.

Agora, para aumentar o mapa de serviços e possibilidades, o Velocitta lança o Bike Park, um espaço dedicado à prática do esporte pelas famílias, entusiastas do ciclismo e atletas profissionais.

“Já é um desafio enorme manter o autódromo, que já pegamos com boa estrutura e uma agenda de eventos consolidada. Mas é um desafio ainda maior expandir os negócios. O Bike Park amplia nosso cardápio”, disse Spinelli à DINHEIRO. O novo projeto vai funcionar no modelo B2B, que caracteriza o autódromo, mas também vai atender às pessoas físicas que visitam o local, ingressando no B2C.

(Cadu Rolim)
(Carsten Horst)
(Divulgação)

As pistas do Bike Park somam aproximadamente 40 km e foram projetadas para atender a todas as faixas etárias e modalidades de mountain bike: cicloturismo, enduro e XCO.

• No cicloturismo, atende iniciantes, intermediários e avançados. São quatro trilhas dentro da fazenda, com percursos de 15, 20 e 25 quilômetros.
• No enduro, existem quatro pistas de 750 metros em descida, cada uma com diferentes níveis de dificuldade.
O circuito de XCO possui uma pista de 4,5 quilômetros, projetada para provas de aproximadamente 1h30 ou para ciclistas que se identificam com a modalidade.

E o Bike Park Velocitta também oferece a modalidade e-Bike, de bicicletas assistidas por motor elétrico.

O PROJETO

O desenvolvimento e construção do Bike Park contaram com a contribuição de profissionais de excelência no ciclismo, como Mario Roma (um dos idealizadores do projeto) e Márcio Ravelli (projetista e construtor das pistas). As primeiras pistas de montain bike começaram a ser construídas ano passado e as obras seguem em andamento com planos de finalização ao longo deste ano.

Com o Bike Park, Spinelli pretende incrementar os casos de uso do espaço.

O autódromo está ocupado 200 dias por ano — já teve média de 150 dias —, entre montagem e desmontagem de estruturas e a realização de eventos.
As atividades no local, para ações de empresas, custam entre R$ 70 mil e R$ 1 milhão, como ocorreu recentemente ao ser palco de um evento de empresa com show musical para 500 convidados.

“O céu é o limite”, afirmou Spinelli sobre os formatos de atividades que pode receber. A expectativa é aumentar em 10% neste ano volume de dias utilizados. Quando o Bike Park estiver totalmente em funcionamento, vai contribuir para aumentar esse número, já que estão nos planos eventos integrados com o autódromo.

A gestão do Velocitta tem sido bem-sucedida. E Spinelli tem absorvido maior responsabilidade na fazenda, com a administração também das linhas de pecuária e agricultura do local, que avança na certificação para envasamento de água mineral. Tudo negociado com seu sogro, o empresário e velejador Eduardo de Souza Ramos, dono da Mitsubishi no Brasil e proprietário da Fazenda Velocitta.

Nada de conversas sobre negócios na mesa do almoço de domingo em família. As reuniões têm de ser marcadas, como manda o manual corporativo. “Essa separação entre pessoal e empresarial é importante”, disse Spinelli. Tem dado certo. E os investimentos estão acelerados, com o perdão do trocadilho.