Tecnologia

Conheça a startup que está mudando o curso da educação no Rio Amazonas

Fundada por ribeirinhos, edtech do Amapá reduz inadimplência escolar em até 90% com sua gestão inovadora

Crédito: Lua Londine

Felipe Ferreira, filho de ribeirinho, CEO e um dos fundadores da empresa (Crédito: Lua Londine)

Por Aline Almeida

Rio Amazonas, considerado o maior do mundo em extensão e largura, além de ajudar a compor a maior biodiversidade do planeta – a Floresta Amazônica – também percorre vários estados do Brasil, como Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e o Amapá. Em meio a uma economia dominada pelas atividades de transporte fluvial, pesca, agricultura, turismo e cultura, nasceu uma startup com tecnologia voltada à educação. A Proesc, empresa de gestão on-line de escolas, tem se destacado por implementar soluções nas instituições de ensino em vários estados do País.

“Nosso objetivo é apoiar na parte tecnológica para que os gestores também tomem decisões baseadas em dados.”
Felipe Ferreira, CEO da Proesc

Felipe Ferreira, filho de ribeirinho, CEO e um dos fundadores da empresa, conta que a Proesc foi criada com a missão de otimizar a gestão das escolas para permitir que os professores e gestores tivessem mais tempo para se dedicar à qualidade da educação. A ideia surgiu pela experiênca do ribeirinho Lindomar Góes, sócio da Proesc, que, como professor, sentia na pele todas as atividades manuais e burocráticas que tiravam seu tempo de planejar uma aula mais eficiente. Eles começaram no estado do Amapá, uma região que não é muito comum ver o surgimento de inovações e sendo referência nacional. Segundo Ferreira, as escolas não tinham estrutura mínima de internet e redes. “Nós tínhamos que promover a estrutura inicial para que a escola pudesse usar a tecnologia que oferecemos.”

A startup começou com foco na área pública, atendendo as escolas individualmente.
Em 2011, o governo do Amapá contratou a empresa para gerenciar toda a rede estadual.
Já em 2016 expandiu para o mercado privado.
Durante a pandemia de Covid-19, muitos colégios foram obrigados a adotar um novo modelo de ensino. O que abriu portas para a edtech.

“As escolas foram obrigadas a passar por uma transformação digital. Antes da pandemia, queriam manter processos manuais e off-line, pré-requisitos que só funcionavam dentro da escola. Depois da pandemia, os gestores perceberam a importância do digital”, afirmou Ferreira.

MÉTRICAS

Existem algumas métricas para medir a qualidade da educação, como o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a qual avalia se o ensino de um município ou estado é bom ou não. A Proesc ajuda a administrar essas métricas internamente e em toda a rede atendida pela startup. “Antes, as escolas eram surpreendidas com suas notas, sem saber exatamente o que precisava ser feito para melhorar. Com a Proesc, conseguimos gerenciar esses indicadores, mostrando quais alunos estão com melhor aproveitamento, quais não estão indo tão bem e quais não estão aproveitando as disciplinas, por exemplo”, disse o CEO.

Empresa ajuda a administrar Índice de Desenvolvimento da Educação de instituições de ensino que adotam sua gestào (Crédito:Divulgação )

Além disso, os colégios que adotaram o sistema de gestão da Proesc tiveram uma redução de até 90% da inadimplência, conseguiram reduzir o tempo gasto na hora das matrículas, adaptando a inscrição para um processo 100% digital, sendo realizadas em até cinco minutos. Também passaram a automatizar assinatura digital, diminuindo em até cinco vezes o retrabalho, além de contarem com uma plataforma que centraliza informações acessíveis a qualquer hora, com economia de tempo em produção de documentos e relatórios manuais.

Hoje, o foco da Proesc é gerar um movimento transformador na educação, ao promover uma gestão baseada em evidências. Isso permite que gestores e professores tenham um diagnóstico claro para resolver problemas e corrigir o déficit de aprendizagem. “Nosso objetivo é apoiar na parte tecnológica para que os gestores também tomem decisões baseadas em dados”, afirmou Ferreira. A empresa atende mais de 3 mil escolas, tanto públicas quanto privadas, em vários estados. Em 2023, a startup processou R$ 5 bilhões em pagamentos e recebeu seu primeiro aporte financeiro, no valor de R$ 8 milhões. A Proesc foi investida pelo Grupo Square, um ecossistema de soluções para educação. “Recebemos os investimentos com o objetivo de nos tornarmos líderes no mercado e sermos agentes de transformação digital da gestão escolar no Brasil.” A educação agradece.