A fórmula da Farma Conde para crescer

Por Letícia Franco

Resiliência. Foi assim que Manoel Conde Neto, CEO do Grupo Farma Conde, definiu a trajetória de 31 anos da rede de farmácias fundada por ele e a esposa Claudia, em 1993, em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Resiliência, ou seja, superar desafios e se adaptar, é um atributo imprescindível para qualquer negócio que alcança mais de três décadas de atividades. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que apenas uma em cada quatro empresas consegue se manter em atividade por mais de 10 anos no Brasil. Isso evidencia o quão difícil é manter um negócio ativo no País.

Ajustar as estratégias também é fundamental para seguir e prosperar. Para o grupo, que além de farmácias possui laboratórios, supermercados, centros de distribuição e arena, duas fórmulas foram definidas para aumentar sua receita:
• expandir tanto suas lojas pelo formato de franquias
• quanto ampliar o portfólio de seus laboratórios de suplemento alimentar, cosméticos e farmacêutico.

Em 2023, a companhia registrou faturamento de R$ 1,5 bilhão. A meta é chegar na casa dos R$ 2 bilhões neste ano.

A primeira fórmula consiste em acelerar o crescimento de farmácias para todo território nacional. Hoje, a rede contempla mais de 500 lojas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo aproximadamente 340 unidades próprias e 160 licenciadas e franqueadas. A decisão de lançar as franquias surgiu em 2018, quando o modelo foi testado com lojas licenciadas. “Estamos entusiasmados com os resultados já alcançados até aqui e, com base nisso, nossa expectativa é a de encerrar o ano com mais 40 unidades inauguradas”, afirmou Manoel Conde Neto, CEO do Grupo Farma Conde.

À DINHEIRO, o executivo acrescentou que a expansão pelo estado de São Paulo é uma prioridade das lojas próprias, enquanto as franquias miram em outras regiões, como Rio de Janeiro, Pará e Mato Grosso. Os investimentos para abrir uma franquia giram em torno de R$ 200 mil.

A estratégia de ingressar no mercado de franquias é uma oportunidade de atrair não apenas novos investidores, mas também farmácias independentes. Em 2023, o varejo farmacêutico apresentou ganho acumulado de 4,7%, completando sete anos consecutivos de crescimento, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Os números de farmácias no Brasil já passa de 90,9 mil, o que representa uma evolução de 9,9% em dois anos, segundo informa a marca Close-Up International.

Desse total, 53,4 mil pertencem ao varejo independente, responsável por 59% dos pontos de venda. É essa fatia de mercado que a Farma Conde quer conquistar, chegando principalmente a farmácias de bairro de cidades do interior.

90,9 mil farmácias estão em operação no brasil atualmente
59% dos pontos de venda pertencem ao varejo independente
R$ 1,5 bilhão foi o faturamento da farma conde no ano passado

NOVOS PRODUTOS

Outro elemento importante para a nova receita do conglomerado é investir em seus próprios produtos, que são desenvolvidos nos laboratórios da companhia em São José dos Campos, em São Paulo, onde também fica a sede da empresa. O grupo estreou no segmento há 15 anos com o laboratório de suplemento alimentar.

Hoje, já atua com pesquisas e desenvolvimento de cosméticos e medicamentos. Protetor solar, hidratantes corporal e labial e vitaminas são alguns dos mais de 300 SKUs da marca própria da Farma Conde. A novidade agora é o segmento de medicamentos, tendo sob sua marca a linha de MIP – medicamentos isentos de prescrição. A produção deve iniciar em setembro deste ano. “Estamos fazendo pesquisas com países como Israel, Índia e China para trazer medicamentos inovadores para o Brasil”, afirmou o CEO.

Ter cada vez mais produtos de marca própria também é uma forma de atrair clientes e franqueados. De acordo com Éder Souza Luz, head de franquias da Farma Conde, a ideia é oferecer ao franqueado uma série de benefícios. “Marcas exclusivas, logística, gestão de loja, condições comerciais, marketing, treinamento e qualificação fazem parte da nossa proposta”, disse.

Se foi necessário resiliência para se manter no mercado ao longo de três décadas, agora a receita para os próximos anos é unir tradição e inovação, ao apostar em novos componentes para a expansão dos negócios.