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Kumon, de franquias de educação, ensina a multiplicar; veja o case

Rede de franquias de educação aposta no uso da tecnologia na sala de aula e fora dela para crescer nos próximos anos

Crédito: Divulgação

Kumon: escola se tornou uma das maiores redes de franquias especializada em educação (Crédito: Divulgação )

Por Allan Ravagnani

Essa história começou há 70 anos, do outro lado do mundo, quando um professor de matemática chamado Toru Kumon começou a elaborar exercícios para seu filho, Takeshi, melhorar seu desempenho escolar. A ideia de Kumon era criar problemas que Takeshi se sentisse confortável em solucionar, para então começar a desenvolver suas habilidades. Do Japão para o mundo, 70 anos depois, o método de estudo está presente em 55 países e reúne mais de 4 milhões de estudantes.

No Brasil, a escola se tornou uma das maiores redes de franquias especializada em educação, atualmente com 1.500 lojas, presentes em 580 cidades, somando mais de 190 mil alunos. A Kumon, no entanto, não está acomodada e quer usar os conhecimentos em matemática para somar e até mesmo multiplicar o número de alunos até o final desta década, impulsionada pelo uso da tecnologia dentro da sala de aula e fora dela.

O vice-presidente executivo do Kumon América do Sul, Julio Segala, conversou com a DINHEIRO sobre os planos de crescimento da rede, enquanto participava de uma feira de franquias em São Paulo. Para 2024, a expectativa da rede é abrir 121 novas franquias, enquanto para 2025 a meta é abrir ao menos 120. “Vamos fechar 2024 com crescimento de 5%. Para 2025, iremos passar de 1.600 franquias no Brasil, e para 2030, devemos superar o número de 2.000 escolas. A grande alavanca desse crescimento será o Kumon Conect”, afirmou.

O VP Julío Segala (foto) fala que o uso de tablets é uma das alavancas de crescimento da rede até 2030 (Crédito:Armenak Neto)

O Kumon Connect digitaliza o material didático e permite aos alunos usarem tablets para estudar, inclusive com uso de caneta no equipamento. “Hoje, apenas parte da rede usa a ferramenta. Era um projeto piloto, que deu muito certo durante a pandemia, e a ideia é triplicar esse número até o fim de 2025, alcançando ao menos 95% da rede. O tablet facilita a rotina do aluno e do orientador, que consegue revisar os materiais de forma mais rápida”, disse.

Outro investimento para expansão da rede está na Unidade Virtual da Kumon, uma iniciativa que não é franqueada, e que foi criada para atender regiões onde não há uma franquia física, permitindo que alunos de cidades distantes possam acessar o método de ensino 100% online. Segundo Segala, esse modelo tem mostrado resultados acima do esperado, e a fixação dos alunos é comparável às melhores franquias.

30% é a margem de lucro média do franqueado. Uma escola com 120 alunos fatura em média R$ 45 mil mensais e o retorno se dá em até 24 meses

INVESTIMENTO

Abrir uma franquia do Kumon no Brasil requer um investimento inicial entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, variando conforme a cidade e a região. A empresa oferece suporte para adaptação do imóvel, capacitação dos professores e da administração, auxílio na busca de fornecedores, captação de leads e acompanhamento contínuo das unidades. Os franqueados têm um faturamento médio mensal de R$ 45 mil com 120 alunos matriculados, gerando uma margem de lucro entre 20% e 30%. O prazo de retorno do investimento varia de 18 a 24 meses, dependendo da gestão do franqueado.

A rede vive com os royalties pagos pelos franqueados e com a renda Unidade Virtual. Os royalties representam cerca de 40% do valor pago por aluno, que é uma média de R$ 370 por mês. “É uma relação de ganha-ganha, a gente quer ver o franqueado crescer para a rede crescer também, por isso que também investimos”, completou Segala. O executivo ressaltou que não cobra taxa de publicidade das franquias, com o investimento partindo 100% do escritório central.

Diante das enchentes que devastaram parte do Rio Grande do Sul no mês de maio, Julio Segala, que é de Porto Alegre, mostrou algumas preocupações.

Foram três unidades impactadas diretamente pelas águas, em uma delas o nível subiu 2 metros e causou um grande prejuízo.
Em outras duas, a água entrou, mas os prejuízos foram menores e elas já estão operando normalmente.

“O que nós estamos mais preocupados é com o impacto financeiro nas famílias, que pode aumentar a desistência ou mesmo redução nas matrículas”, completou.

O executivo afirmou que a rede está trabalhando para apoiar financeiramente as franquias e famílias impactadas, como com a concessão de bolsas temporárias, visando reduzir as desistências e manter os alunos matriculados nas unidades.