ESG

Com projeto gigante de reflorestamento, Nestlé avança em sustentabilidade

Companhia suíça anuncia plano de plantio e cultivo de 6 milhões de árvores nativas no Cerrado e na Mata Atlântica para apoiar áreas degradadas das bacias dos rios Doce e São Francisco

Crédito: Divulgação

Barbara Sapunar, diretora da Nestlé Brasil, e Marcelo Melchior, CEO da companhia: meta é se tornar uma empresa Net Zero em 2050 (Crédito: Divulgação )

Por Allan Ravagnani

A Nestlé anunciou seu maior projeto de reflorestamento no Brasil com o objetivo de plantar e garantir a manutenção de 6 milhões de árvores e contribuir com a restauração de 4 mil hectares – equivalentes a 4 mil campos de futebol – em áreas de Cerrado e Mata Atlântica no estado de Minas Gerais. A iniciativa é parte do Programa Global de Reflorestamento da companhia, que vai plantar e cultivar 200 milhões de árvores nativas até 2030, em diversos biomas associados à produção de ingredientes que a empresa consome em todo o mundo. O programa é uma das iniciativas da empresa para contribuir com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e se tornar Net Zero em 2050.

“A urgência climática é uma realidade que nos leva a olhar todas as atividades de forma sistêmica, com a ambição não apenas de sustentar, mas de regenerar os sistemas alimentares”, afirmou Barbara Sapunar, diretora-executiva de business transformation na Nestlé Brasil.

Segundo ela, a empresa está expandindo as práticas de agricultura regenerativa nas principais cadeias produtivas para proteger e ajudar a restaurar os sistemas alimentares. A expectativa é que o cultivo de árvores em áreas onde a empresa compra seus principais ingredientes contribua com a fertilidade do solo e um ecossistema mais saudável.

Espaço de duração temporária, criado com materiais produzidos em impressora 3D, que após desmontado tem os resíduos reaproveitados, reciclados ou compostados (Crédito:Divulgação )

A fase de plantio será realizada até 2027.

Serão plantadas mudas de mais de 100 espécies nativas no entorno de nascentes, córregos e rios que fazem parte das bacias hidrográficas dos rios Doce e São Francisco.

A área de abrangência é planejada para ir da capital mineira, Belo Horizonte, a Montes Claros, no norte do estado.

Após o plantio, as áreas serão monitoradas até que as florestas se consolidem.

“Queremos contribuir com a recuperação da biodiversidade desses territórios, e também com a qualidade de vida das pessoas, por meio da criação de oportunidades de emprego e renda”, afirmou Barbara Sapunar.

A companhia mantém programas de sustentabilidade nas cadeias de fornecimento de cacau, leite e café.

Em 2025, a Nestlé planeja atingir 100% de compras de cacau sustentável, por meio do Nestlé Cocoa Plan, programa de sustentabilidade que reúne mais de 6,5 mil produtores.

Na cadeia do leite, o programa de sustentabilidade Nature por Ninho trabalha em parceria com cerca de 1,2 mil produtores, difundindo e monitorando práticas de cuidados com o solo, a água e o bem-estar animal.

Na cadeia do café, o Cultivado com Respeito, criado há mais de 10 anos, é o maior programa de sustentabilidade da cafeicultura no mundo. São 1,5 mil fazendas certificadas, com 100% de rastreabilidade da matéria-prima comprada pela Nestlé.

Com financiamento integral da Nestlé, a iniciativa será gerenciada pela NatureCo, empresa australiana, líder em soluções baseadas na natureza, que trabalha em parceria com uma rede global de ONGs ambientais. Neste projeto, a parceira local é o Instituto Espinhaço, ONG ambiental, localizada em Minas Gerais, com foco em reflorestamento para recuperação de bacias hidrográficas.

COMPOSTAGEM

Após encomendar uma pesquisa sobre o conhecimento da população sobre compostagem, a NESCAFÉ® Dolce Gusto NEO, marca da Nestlé de cafés em cápsulas, lançou a primeira cafeteira que utiliza cápsulas compostáveis, que se decompõem naturalmente em seis meses, assim como as cascas de frutas. As cápsulas são produzidas com papel certificado pela organização não governamental FSC (Forest Stewardship Council) e um polímero biodegradável compostável.

“Percebemos que ainda existem alguns mitos quando falamos em compostagem, principalmente para quem mora em espaços menores e por não acharem possível ter resíduos suficientes para o processo. O fato de existir pouca informação sobre as etapas faz com que muitas pessoas desistam da prática e voltem a descartar seus resíduos de outra maneira”, afirmou Cecilia Seravalli, gerente de ESG de cafés Nestlé.

Dolce Gusto NEO, marca da Nestlé de cafés em cápsulas, lançou cafeteira que utiliza cápsulas compostáveis, que se decompõem naturalmente em seis meses (Crédito:Divulgação )

A companhia quer ter 30% das principais matérias-primas, leite, café e cacau, por meio de propriedades que aplicam práticas regenerativas até 2025. Além disso, também visa reduzir 1/3 do plástico virgem de suas embalagens e ter 100% delas desenhadas para serem recicladas e ou reutilizadas.