Motor Show

Hyundai prepara carro elétrico de entrada, que pode vir ao Brasil

Na Coreia do Sul, está para nascer um micro-SUV a bateria da Hyundai com dimensões perfeitas para o uso no trânsito urbano, espaço para quatro e preço ao redor dos R$ 110 mil

Crédito: Divulgação

A dianteira terá uma grade completa para melhorar a aerodinâmica, enquanto a tomada para carga será integrada ao para-choque, do lado do motorista. O nome dele pode não ser Casper (Crédito: Divulgação )

Texto Flávio Silveira
Reportagem Mirco Magni
Projeções Marcelo Poblete

Quatro metros: a medida se tornou um divisor de águas. Acima disso, estão quase todos os SUVs atuais, incluindo os que chamamos de compactos (segmento B). Abaixo, quase nada – os modelos estão sendo abandonados pelos fabricantes, desconsiderando as necessidades de alguns mercados, por causa dos custos de produção que aumentaram devido às novas regulamentações de segurança e de emissões. Nos próximos anos, porém, essa tendência poderá se inverter, ao menos parcialmente: há uma série de carros urbanos elétricos já lançados – como o BYD Dolphin Mini no Brasil e o Citroën ë-C3 na Europa – ou prestes a ser lançados com menos de quatro metros e que poderão ter preços na faixa de R$ 100 mil.

Além de BYD, Fiat, Citroën e outras, a Hyundai também vai criar um carro elétrico de entrada, que pode vir ao Brasil em breve. Será derivado do Casper, um modelo “miniatura” já vendido na Coreia do Sul, mas – aparentemente – não terá o mesmo nome.

(Divulgação)
(Divulgação)

O painel manterá o mesmo estilo do Casper a gasolina das fotos, mas terá uma tela central bem maior e uma versão específica do cluster digital. O console sofrerá mudanças na área do seletor de transmissão e o banco traseiro será deslizante, para aumentar o espaço para as pernas ou para a bagagem, que pode passar de 300 litros

 

(Divulgação)

Para dar impressão de tamanho maior, a traseira será exclusiva, com luzes horizontais de desenho pixelado, dando ao elétrico um estilo próprio (como nas ilustrações). Comparado com a versão a gasolina, será mais longo, para ter bateria maior e mais espaço

Esse novo “SUV” elétrico terá uma identidade própria, evoluindo conceitos estilísticos do irmão a gasolina asiático, mas com proporções diferentes.

A transformação em BEV envolverá o aumento do entre-eixos em cerca de 20 centímetros, para acomodar baterias maiores e oferecer maior conforto aos passageiros que viajam atrás.

O Casper elétrico deve ter ao redor de 3,8 metros de comprimento – quase igual ao do novo BYD Dolphin Mini e cerca de 15 cm a menos que o hatch HB20.
O aumento no porte levará ao redesenho das portas extras, que serão maiores para facilitar o acesso ao banco traseiro (que deve continuar com dois lugares, pois ele não chega nem a 1,60 m de largura: são 11 cm a menos que no já estreito BYD).

As dimensões mais compactas e as formas quadradas favorecem o aproveitamento de espaço interno, que será um ponto forte do “suvinho”, junto com a oferta de tecnologias importantes para o segmento de subcompactos (A), como sistemas ADAS avançados, como ACC ativo e centralização de faixa, que garantem condução autônoma nível 2 e são mais comuns em modelos maiores e mais caros.

Além disso, terá:
monitor de tráfego cruzado ativo,
frenagem automática de emergência,
leitor de placas,
sete airbags – incluindo um central, entre os bancos dianteiros, novidade em carros pequenos.

A plataforma do novo subcompacto será a K1 do i10 indiano/europeu, e a bateria deve servir a viagens. O “primo” Kia Ray tem uma de fosfato de ferro-lítio de 35,2 kWh e 205 quilômetros de autonomia.

Neste Hyundai, terá mais de 40 kWh, com um alcance na faixa de 300 quilômetros graças à utilização de um motor elétrico dianteiro mais eficiente. A novidade terá cerca de 100 cv de potência e só 1.300 quilos. Rumores falam da estreia em 27 de junho, no Salão de Busan. Se for o caso, o “Casper elétrico” será o centro das atenções. As vendas na Europa começam só em 2025, quando a concorrência será maior.

Mas a novidade precisará ter preços agressivos para conquistar quem ainda está cético quanto à transição para os elétricos. No Brasil, se vier, deve ser importado, na faixa de R$ 180 mil, como modelo de nicho. Mas nada impede sua produção aqui, dependendo da situação do mercado.