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BlockBR monta plano de tokenização para crescer em mercado de US$ 16 tri

BlockBR amplia oferta de serviços, cria novas soluções e estima atingir R$ 1,5 bilhão em ativo circulante ao longo dos próximos cinco anos

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"Fizemos um trabalho de três anos que foi sentar à mesa com players para entender quais eram os entraves e como poderíamos desenvolver soluções", diz Cassio J. Krupinsk, CEO da Blockbr (Crédito: Divulgação )

Por Paula Cristina

No dicionário de quem é ligado em tecnologia, tokenizar algo significa fragmentar um ativo digital em pequenas partes usando um banco de dados blockchain. No dicionário da BlockBR, tokenizar significa colocar os dois pés em um mercado que vai movimentar U$$ 16 trilhões em seis anos – e esse número não para de crescer.

Tendo na carteira de clientes nomes como Rio Bravo, Âncora, Nexxera e Okcygenio, o CEO Cassio J. Krupinsk, conta que o plano é atingir R$ 1,5 bilhão em ativos circulantes nos próximos cinco anos. “Esse crescimento é possível pelo impulso das soluções de infraestrutura que viabilizam novos papeis para os clientes da BlockBR.” Para este ano, o plano é obter resultado líquido de R$ 26 milhões e um ativo circulante superior a R$ 400 milhões.

Atualmente, a empresa oferece soluções para que estruturadores de operações, agentes autônomos, fundos, investidores e outros players do mercado regulado possam atuar com a tokenização. Segundo o executivo, são três tipos principais de infraestrutura: Whitelabel, Station e Management, soluções disponíveis tanto para empresas do mercado regulado que pretendem expandir suas operações, quanto companhias que desejam captar e iniciar ofertas de tokens.

“Fizemos um trabalho de três anos que foi sentar à mesa com diversos players de mercado para entender os problemas e desenvolver soluções”, disse Krupinsk.

E tais soluções, explica, foram desenvolvidas ao lado de uma equipe jurídica de escritórios como o Lefosse, VBSO, FCM. “Isso para que pudessemos criar caminhos seguindo a linha regulatória, tanto na CVM [Brasil] quanto da SEC [EUA].” Para chegar na cifra bilionária, o plano do executivo é dar atenção especial na criação de joint ventures estratégicas com companhias de setores específicos para atender a uma demanda global de tokenização. “Prova deste interesse foi a entrada de grandes players como BlackRock e Franklin Templeton.”

Com isso em mente, Krupinsk considera que há um mundão cheio de oportunidades, o que deve tornar a atuação internacional da companhia ainda mais importante nos próximos dez anos.

Apostar em soluções de tokenização é como produzir máquinas para exploração do petróleo. E quem disse isso foi Bill Gates, em sua carta ao mercado enviada em 2021. E ele tem razão. Se os dados são o petróleo da atualidade, desenvolver soluções que otimizem, deem mais segurança e lastro para tal fim é determinante.

É por isso que a Boston Consulting Group estima os US$ 16 trilhões que tal mercado girará até 2030. Mas além de segurança e infraestrutura, para pegar uma fatia desse bolo é preciso provar ao cliente que seu produto é melhor que o concorrente.

R$1,5 bilhão em ativos circulantes é o objetivo para 2029
R$400 milhões em ativos circulantes é a previsão para 2024
US$16 trilhões é a cifra que o setor de tokens vai girar em 2030

NOVOS PRODUTOS

Para Krupinsk, a demanda emergente pela tokenização fez com que a BlockBR desenvolvesse a plataforma Whitelabel FullService, para que os clientes possam criar seu próprio ambiente de oferta de ativos tokenizados. Segundo ele, a solução inclui o fornecimento de tecnologia com a marca do cliente, sistema de backoffice e gerenciamento de ativos estruturados via tokenização, além de soluções de segurança e melhora de performance.

“A plataforma viabiliza que empresas com grandes volumes de originações possam emitir ativos e distribuí-los de forma regulada, conectando-se facilmente com escritórios de agentes autônomos, assessores e investidores.”

Outras soluções, como Station e a plataforma Management, completam o cardápio que promete sanar a necessidade de todo tipo de cliente. “A tokenização está passando do frenesi para a sinergia”, afirma. “Desde 2021 evoluímos de uma empresa focada em tokenização de recebíveis para uma infraestrutura robusta, adaptada às exigências regulatórias e de mercado com o objetivo de oferecer soluções mais eficientes e seguras.”

Para mostrar como o negócio funciona, Krupinsk dá exemplos práticos.
Na Rio Bravo foram criados módulos para gerenciamento de cotas de carteira e fundos.
Na T-properties, que tokenizou a casa Preá em 24 frações de SPE, oferece renda fixa e direito de uso aos detentores dos tokens.
Há ainda o caso da Okcygenio, DE em créditos de carbono.

“Criamos um módulo para bufferizar créditos de carbono emitidos e realizar a tokenização, garantindo transparência e segurança jurídica, hoje já com 616 mil hectares em operação”, disse. No dicionário dos homens de negócios, isso significa empreendedorismo.