Educação: ao surfar no digital e no físico, Alura dispara para o primeiro bilhão
Por Hugo Cilo
Os maiores grupos de educação do Brasil têm enfrentado grandes desafios desde a pandemia, quando muitos alunos trancaram matrículas e a rotina presencial se transformou em aulas online ou híbridas. Mas esses problemas não passaram pela porta da Alura, maior ecossistema de educação em tecnologia do Brasil. Ao completar uma década de existência, a empresa registra o melhor momento de sua história.
• No ano passado, o faturamento chegou à marca inédita de R$ 500 milhões, impulsionado pela alta demanda por cursos de tecnologia, a especialidade da casa.
• No atual ritmo de crescimento, a Alura chegará ao primeiro bilhão em três anos, segundo o cofundador e CEO, Paulo Silveira.
“Além da demanda natural por formação nas áreas de tecnologia, apostamos no crescimento das aulas presenciais, que devem crescer muito e sem prejuízo ao formato online”, afirmou. “Muitas profissões não ligadas à tecnologia também estão se digitalizando e, assim, aquecendo a procura pelos nossos cursos.”
A estratégia de surfar no digital e no físico se apoia na Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), que teve participação majoritária adquirida em 2022 pela Alura a partir do aporte dos fundos de investimento de educação Crescera e Seek. “Como o maior ecossistema de ensino, vamos expandir nossa atuação em todas as frentes”, disse Silveira.
Dentro do planejamento de expansão física, a Alura planeja aumentar sua presença em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte. Atualmente, a edtech tem sete andares na Avenida Paulista e dois prédios na Vila Mariana, na capital paulista. As aulas presenciais representam 25% da receita da empresa. “A expansão presencial é crucial para fortalecer nosso crescimento online. Precisamos estar próximos da comunidade para entender seus desafios e oferecer soluções eficazes”, afirmou o CEO.
Em paralelo com a expansão do online e do presencial, o planejamento estratégico para cruzar a fronteira do bilhão passa pela internacionalização.
• A Alura iniciou sua expansão na América Latina, com faturamento em espanhol representando 1% do total.
•A expectativa é que, com o auxílio de inteligência artificial e novas tecnologias, esse número alcance 9% a 10% até 2027, se consolidando como um negócio de R$ 100 milhões.
• Nesse contexto, a Alura tem negociado parcerias internacionais para enriquecer sua oferta educacional. Hoje, a principal universidade estrangeira é a americana Babson College, que oferece módulos de MBA no exterior.
Silveira afirma que há negociações avançadas com outras instituições, que vão incorporar à Alura cursos também ligados a liderança e empreendedorismo. Com cerca de 1,5 mil cursos exclusivos e multiplataforma, a Alura já formou mais de 3 milhões de pessoas. Atualmente, conta com mais de 800 mil estudantes ativos e 1 mil colaboradores. A empresa detém a maior comunidade tech do país, com mais de 126 mil integrantes, onde os estudantes podem trocar conhecimentos e aprimorar habilidades em diversas áreas, como:
• Programação,
• Front-end,
• Data Science,
• Mobile,
• DevOps,
• UX & Design,
• Negócios,
• Marketing,
• e Inteligência Artificial (IA).
1.500 cursos de tecnologia são oferecidos pela alura em seu ecossistema on-line e presencial
10% é a projeção de participação dos cursos no exterior dentro da receita total até 2027
3 milhões de alunos já se formaram nos cursos da Alura nos últimos dez anos
CORPORATIVO
Outro pilar de crescimento da Alura é o segmento de ensino corporativo. Em 2021, a empresa comprou a PM3 para fortalecer o portfólio de cursos na área de gestão de produtos digitais. Ao unir PM3 e Fiap, cocriaram a Pós Tech, com pós-graduações digitais e hands-on nas áreas de Desenvolvimento, Cibersegurança e Dados.
Nesse segmento B2B, estão a Alura Para Empresas, Fiap Empresas e PM3 Para Empresas, que representam metade da receita bruta atual da empresa. Juntas, oferecem cursos personalizados de capacitação em tecnologia para mais de 5 mil empresas, incluindo Banco Pan, Dasa, Banco do Brasil, O Boticário, Localiza e Suzano. “Não temos como objetivo nos tornar um unicórnio da educação, mas isso deverá ser uma consequência natural de um crescimento sustentável e impactante”, disse Silveira.