Revista

Lula pisa em ovos diplomáticos

Crédito: Marcelo Camargo/AgÍncia Brasil

Presidente Lula: em maus lencois diplomáticos (Crédito: Marcelo Camargo/AgÍncia Brasil)

Por Paula Cristina

O presidente do Brasil corre um sério risco de entrar em uma saia justa impossível de sair no âmbito diplomático com a crise política que se aprofunda na Venezuela. Dependendo de como se comportar com relação às acusações de manipulação das eleições pelo regime de Nicolás Maduro, Lula pode melar suas pretensões de liderança na América Latina e influência como potência emergente do chamado Sul Global. Por um lado, a diplomacia brasileira quer manter a cautela e evitar julgamentos precipitados sobre uma possível fraude nas eleições venezuelanas, como acusa a oposição. O objetivo dessa estratégia é preservar a posição do Brasil como um potencial mediador no conflito entre Maduro e seus rivais. Por outro,o aumento exponencial das suspeitas de manipulação eleitoral e o agravamento dos protestos na Venezuela vão criar uma pressão ainda maior para que Brasília seja vocal no repúdio. Lula até tentou apaziguar, conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu que só reconhecerá a vitória se vir as atas eleitorais. Mas ainda parece pouco aos que esperam um posicionamento claro de um líder que dias antes chamou os atos de 8 de janeiro no Brasil de tentativa de golpe. Boa parte das nações democráticas já se posicionou contra o regime de Maduro e o considera autocrata, como os governos da Rússia, Cuba e Nicarágua. Posicionar-se contra Maduro, neste momento, é assumir o protagonismo no tabuleiro político internacional que Lula parece ambicionar nesta terceira gestão. Então, qual o motivo de não condenar algo condenável? Bem, aí entra a pedra no sapato de Lula: as amarras do PT, que empurra um fair play inexplicável para diminuir erros quando são feitos por entes dentro do espectro da esquerda. Nessa sinuca de bico, Lula precisa abrir mão de algo, e perder peças é natural no tabuleiro do xadrez político – e disso Lula sabe bem.

TELECOM
Internet (talvez) mais rápida

(Freepik)

A Anatel anunciou na terça-feira (30) uma daquelas notícias que carregam em si uma parte boa ou ruim. Primeiro, vamos à boa. A Agência vai liberar a ativação do sinal de internet 5G para mais 506 municípios somando 197 milhões de pessoas. Ao todo são 19 estados, entre eles Rio de Janeiro, Tocantins, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são alguns dos contemplados. A medida ocorrerá a partir de 5 de agosto, quando as operadoras que possuem lotes na faixa de 3,5 GHz poderão solicitar o licenciamento e a ativação do sinal. A notícia ruim é que, na prática, a liberação das faixas não garante que as redes serão instaladas automaticamente nos municípios. O funcionamento do serviço depende do planejamento individual de cada operadora.

MUNDO
PIB na zona do euro tem leve reação

(Divulgação)

A economia da zona do euro cresceu 0,3% no segundo trimestre, um pouco mais do que o esperado nos três meses até junho, segundo a Eurostat. Apesar do número, o indicativo ainda é ter atenção, já que o cenário global continua incerto. Na análise por país, as duas maiores economias da Europa tiveram desempenhos diferentes no segundo trimestre de 2024. O PIB alemão encolheu inesperadamente no período, depois de ter contornado uma recessão no início do ano, enquanto a atividade econômica francesa cresceu um pouco mais rápido do que o esperado.

Mercado de trabalho
Vagas? Temos!

(Anna Bizon)

O Brasil criou 201.705 postos de trabalho com carteira assinada em junho, segundo dados publicados nesta terça-feira (30) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado), do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado marca o sexto mês consecutivo com mais contratações do que demissões e faz o mercado de trabalho fechar o primeiro semestre com 1,3 milhão de novas vagas formais. No mesmo período do ano passado, o saldo de contratações com carteira assinada ficou positivo em 1,03 milhão de postos, com 155.695 admissões em junho. A criação de postos formais em junho foi superior apenas aos resultados de janeiro e maio. O melhor desempenho, até o momento, foi contabilizado em fevereiro, quando houve mais de 300 mil admissões formais a mais em relação aos desligamentos.

Jogos Olímpicos
Paris, a cidade econômica

(Takuya Matsumoto)

Por trás do que deve ser a edição mais econômica dos Jogos Olímpicos nos últimos tempos, aportes privados e públicos somam uma projeção de 9 bilhões de euros (R$ 54,7 bilhões). Comitê Olímpico Internacional (COI), patrocínios, bilheteria, licenciamento e o governo francês contribuem para o bolo. O valor projetado é 34% menor que o da última edição, em Tóquio, quando os setores público e privado investiram quase US$ 15 bilhões (R$ 83 bilhões) – em valores corrigidos pela inflação. Previsto para 2020, o evento no Japão foi realizado em 2021 em razão da pandemia de Covid-19. O orçamento do Comitê Organizador dos Jogos de 2024 é financiado na maior parte pela iniciativa privada.