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Joalheria Pandora brilha fora da caixa

Maior do mundo em volume de joias, dinamarquesa quer o País entre seus dez principais mercados até 2025 e aposta em coleções inéditas, sustentabilidade e expansão de lojas para crescer

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Estudo da Bain & Company mostrou que o mercado de luxo no Brasil deve movimentar R$ 133 bilhões no país em 2030, um salto sobre os R$ 74 bilhões registrados em 2022 (Crédito: Divulgação )

Por Letícia Franco

Essence, uma coleção composta por 50 joias com contornos orgânicos e designs esculturais, é um dos últimos lançamentos da joalheria Pandora no Brasil. A coleção é inédita para a grife internacionalmente conhecida por seus modelos de charms [pingentes para pulseiras] e reforça sua estratégia de ser vista muito além desse segmento — especialmente no reluzente mercado de luxo brasileiro.

Com receita de 28,1 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca deUS$ 3,94 bilhões), a companhia tem no Brasil seu segundo mercado na América Latina — atrás do México — e figura entre os 20 maiores em uma lista de 140 países.
O objetivo agora é levar o País à liderança na América Latina e se tornar top 10 do ranking da joalheria até o final de 2025.
A diversificação de portfólio e expansão de lojas estão entre as estratégias da Pandora para brilhar no País.

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Coleção com pérolas e formas orgânicas é pilar das estratégias da marca no País (Crédito:Divulgação )

À frente disso, um executivo já familiarizado com o Brasil. Atualmente no Panamá, o argentino Martin Pereyra Rozas, vice-presidente da Pandora na América Latina e Ásia Pacífico, já foi diretor da Nespresso e do grupo LVMH no País há quase 20 anos. Chegou a Pandora em 2017, como gerente-geral para a América Latina e, sob sua gestão, a joalheria expandiu de 30 para 500 lojas na região.

No novo cargo desde o início deste ano, Rozas explicou a predileção pelo Brasil. “São três principais aspectos: volume do mercado, relevância a nível internacional e a oportunidade de aprendizado para a marca, que nutre muito a partir da diversidade e sofisticação da consumidora brasileira”, disse à DINHEIRO.

Só em 2023, a empresa abriu 50 lojas no País, chegando a 159 pontos de venda, sendo 141 próprios. Para esse ano, a companhia estima abrir cerca de 20 unidades. Além disso, Rozas destacou a parceria com joalheiros independentes como uma forma de ampliar o market share fora das capitais. “A parceria da Pandora com esse canal aumenta significativamente a distribuição dos nossos produtos no interior”, afirmou.

E o apetite no mercado brasileiro cresce à medida que o setor se expande. Um estudo da Bain & Company mostrou que o mercado de luxo no Brasil deve movimentar R$ 133 bilhões no país em 2030, um salto sobre os R$ 74 bilhões registrados em 2022, após expansão de 18% ao ano desde 2018. Dentro desse mercado, o segmento de moda e itens pessoais, que inclui joias, pode passar de R$ 18 bilhões para até R$ 20 bilhões, com uma expansão estimada em 8% a 10% ao ano.

Para Martin Pereyra Rozas, vice-presidente da Pandora na América Latina e Ásia Pacífico, Brasil se destaca por sua relevância regional e diversos perfis de consumidores (Crédito:Divulgação )

SUSTENTABILIDADE

Maior joalheria do mundo em volume, com produção de mais de 100 milhões de peças ao ano, a Pandora quer crescer em receita e portfólio com a produção e comercialização de joias com compromisso ambiental. Em fevereiro, o Brasil se juntou ao México, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália como os cinco países que receberam a primeira coleção de diamantes da história da marca — e ela é cultivada em laboratório. A grife nunca tinha trabalhado com diamantes, extraídos ou de laboratório. Ainda pouco conhecidos no Brasil, os “lab grown diamonds” estão tomando cada vez mais espaço no universo da joalheria internacional como uma alternativa mais sustentável e ética. São idênticos aos diamantes extraídos, mas criados em laboratório em vez de escavados em uma mina.


Primeira coleção de diamantes da marca é cultivada em laboratório e está disponível em cinco países, incluindo o Brasil (Crédito:Divulgação )

Outra novidade sustentável é que, a partir desse ano, toda a produção de joias da marca dinamarquesa passou a utilizar ouro e prata reciclados. A mudança para metais reciclados foi um compromisso firmado em 2020, com meta de cumpirir em até cinco anos, mas a empresa alcançou um ano antes da data estipulada — no final de 2023.

Hoje, menos de 20% do fornecimento mundial de prata provém de fontes recicladas, normalmente derivados de produtos eletrônicos descartados, joias antigas, prataria e outros resíduos.

Em mais uma parceria com a Marvel, Pandora lança charms de Deadpool e Wolverine, seguindo tradição de personalizar joias (Crédito:Divulgação )

Além de buscar inovar por meio de coleções e materiais sustentáveis, a grife dinamarquesa segue investindo no seu carro-chefe, os charms, para conquistar diferentes públicos. Por meio dos clássicos itens, a Pandora permite possibilidades de personalização com sucessos de filmes e séries, por exemplo. Recentemente, a companhia anunciou o lançamento de uma colaboração em homenagem a novidade do universo cinematográfico da Marvel, o filme Deadpool e Wolverine. É por meio de novas coleções, sem perder o charme de seus best-sellers, que a empresa quer estar no gosto dos consumidores de luxo no Brasil e brilhar das capitais ao interior.