ESG

Lello quer deixar seu condomínio sustentável

Projetos ESG da maior administradora de imóveis da América Latina impactam mais de 1 milhão de pessoas e agregam valor aos serviços prestados pela empresa

Crédito: Divulgação

Filipe Cassapo, diretor do Lellolab: "Projetos são apresentados com base em fatos e dados coletados e precisam ter viabilidade econômica para os condomínios" (Crédito: Divulgação )

Por Alexandre Inacio

Para muitas pessoas, morar em um condomínio representa viver em prédios ou conjuntos de casas monitoradas, dividir despesas e almejar uma sensação de segurança – ainda que isso não seja totalmente uma realidade. Ter uma vida tão próxima de outras pessoas, no entanto, pode ser também sinônimo de longas e maçantes reuniões com vizinhos, muitas vezes regadas a brigas e discussões sem fim, ter que lidar com festas e barulhos fora de hora.

Entre prós e contras, a Lello está tentando tornar essa coexistência pelo menos um pouco mais sustentável. Perto de completar 70 anos, a maior administradora da América Latina tem acelerado os trabalhos do seu Lellolabs, uma espécie de laboratório da Lello que desenvolve e implementa projetos de inovação da vida em comum, com base em princípios ESG.

A ideia é incentivar práticas que enderecem os desafios do convívio e os impactos ambientais nos condomínios com foco nos moradores de empreendimentos residenciais na capital paulista, região metropolitana e interior do estado. Para isso, a Lello se uniu ao Instituto Euvaldo Logi (IEL) e ao Instituto Paulista de Tecnologia (IPT) para ir até síndicos e moradores, avaliar as necessidades, levantar dados e propor planos de inovação e sustentabilidade para seus condomínios.

Apesar de 56% dos condomínios apresentarem potencial para reutilizar lixo orgânico, apenas 2,5% têm iniciativas de compostagem dos resíduos produzidos (Crédito:Divulgação )

Até o ano passado, cerca de 10% da base de 3.500 clientes da Lello haviam sido visitados e recebido propostas de projetos. O número significa 50 mil unidades habitacionais e envolve cerca de 150 mil pessoas. Neste ano, já são 400 e a expectativa é encerrar 2024 com mais de 600 clientes atendidos pelo Lellolabs, o que representa aproximadamente 20% da base de clientes.

“Quando a gente visita o condomínio e levanta os dados para fazer um trabalho científico e de pesquisa, estudamos a dimensão de energia, infraestrutura azul (água), verde, cinza (resíduos), predial (ciclo de vida do condomínio), de convívio (áreas comuns), acessibilidade e relacionamento com o entorno”, disse Filipe Cassapo, diretor do Lellolab à DINHEIRO.

Após as visitas, a equipe faz uma análise do grau de maturidade do condomínio para cada um das dimensões. Um relatório é elaborado apresentando pontos a serem aprimorados e um plano de ações é proposto. Segundo Cassapo, esse serviço já é recebido pelo condomínio quando é administrado pela Lello. Eventuais custos existem quando são necessárias obras, ajustes na infraestrutura ou aquisição de equipamentos. “O que nós oferecemos é esse estudo, essa rota e todo o acompanhamento para que essa rota aconteça.”

PRIORIDADES

No levantamento da Lello:
35% das demandas existentes nos condomínios atualmente têm alguma relação com a gestão de resíduos,
sendo que 20% dos projetos implementados são de resíduos eletrônicos.
Nesse sentido, 45% de todos os resíduos gerados nas residências são orgânicos,
e apenas 2,5% possuem algum tipo de projeto para compostagem desse material.

“Identificamos que 56% dos condomínios possuem potencial para realizar a compostagem, material que poderia ser usado como um ativo para os espaços verdes”, afirma. Nas contas do executivo, 22% dos condomínios já possuem uma horta comunitária, porém, 64% têm potencial para implantar ou ampliar esses projetos.

Reflexo do momento da indústria automotiva, os condomínios ampliaram em 50% a demanda para a implementação de projetos de energia renovável e infraestrutura para veículos elétricos, em 2024. Hoje, apenas 8% possuem geração de energia solar, enquanto 78% têm disponibilidade de área para implementar esse tipo de solução.

“Os dados que temos são muito sólidos. Não existe no Brasil um estudo equivalente ao que a gente tem. Já temos uma boa ideia do que acontece nos condomínios de forma geral e uma boa ideia das prioridades para causar o maior impacto em termos de bem-estar social e ambiental nas cidades do século XXI.”

A aposta da Lello no bem-estar dos moradores dos condomínios que administra não é por acaso. Apesar de não existirem dados oficiais sobre o tempo médio que uma administradora fica na gestão de um condomínio, estimativas do setor apontam para um prazo de cinco anos na cidade de São Paulo.

Promovendo e incentivando o bem-estar, o plano da Lello passa por obter uma maior longevidade nos contratos vigentes e nos que a empresa tem fechado recentemente. “Temos a consciência da nossa responsabilidade como administradores. Obviamente, ela é operacional, passa pela prestação de contas, boletos, reserva de sala, manutenção e precisa ser tratada de forma eficiente. Mas podemos entregar bem mais do que isso. Podemos entregar qualidade de vida e bem-estar para o morador, com estudos e projetos baseados em fatos e dados e de tal forma que a conta feche”, diz Cassapo.