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Lula quer fundo de pensão no PAC

Crédito: Ricardo Stuckert / PR

Presidente Lula (Crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Por Paula Cristina

A encruzilhada fiscal do governo federal, que precisa segurar gastos se quiser manter de pé o Arcabouço Fiscal, chegou em um novo ponto de inflexão. A ideia é solicitar que os grandes fundos de pensão de estatais retomem os investimentos em infraestrutura, sobretudo nos projetos do PAC, como forma de garantir que haja recursos para o financiamento das obras. Em reunião com representantes de fundos como o da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), da Petros (da Petrobras), da Funcef (Caixa Econômica Federal) e do Postalis (dos Correios) Lula e Haddad teriam “aberto o jogo”, segundo um dos presentes. O alerta feito pelos executivos, no entanto, é que algumas mudanças precisarão ser realizadas para execução do investimento. Nos últimos anos, o compliance deste tipo de negócio endureceu as regras para aportes em obras públicas, muito em função dos problemas com obras paradas, atrasadas ou canceladas na última década. Outros assuntos debatidos são investimentos em debêntures de infraestrutura em geral, além de crédito de descarbonização. Um dos presentes, que falou em condição de anonimato com a DINHEIRO, afirmou que nada foi definido, mas as ideias foram bem recebidas. “Precisamos apenas avaliar como nos prevenir. Talvez com mais diversificação, talvez com algum título público”, disse.

Eleição nos EUA
Sim, ela pode

(U.S. Air Force Senior Airman Kevin Tanenbaum)

A famosa frase “Yes, we can” (ou “sim, podemos”) que marcou a gestão do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama ganhou um novo contorno no evento de oficialização da vice-presidente americana, Kamala Harris, como a candidata democrata à Casa Branca pelos delegados do partido. A cerimônia, simbólica, terminou com votação unanime de Kamala, durante o segundo dia da Convenção Nacional Democrata, que ocorreu em Chicago, Illinois. Obama descreveu a vice-presidente como “uma pessoa que passou a vida lutando em nome de pessoas que precisam de uma voz”, afirmando que ela está “pronta para o trabalho” na Casa Branca. Nas análises de cientistas políticos, três fatores justificam o bom andamento da campanha da democrata: 1) identificação com o eleitorado; 2) histórico no poder judiciário e pautas de segurança; e 3) apoio do governador de Minnesota, Tim Walz, que é o mais popular entre os governadores democratas. O apoio aberto dele à Kamala reforça a imagem da candidata com a classe trabalhadora. A expectativa, agora, é que os debates reforcem os discursos econômicos dela e Donald Trump e defina a predição de vitória de um deles.

Varejo
Mais calor, menos roupa

(Divulgação)

Um estudo do BTG Pactual revela que o aquecimento global e os dias mais quentes têm afetado negativamente as vendas da moda no Brasil. Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima compararam a evolução entre 2010 e 2024 da temperatura com as vendas no segundo trimestre nas maiores varejistas do Brasil, como Renner, C&A, Arezzo e Le Lis, da Dudalina. Os pesquisadores notaram uma correlação negativa entre o termômetro e as vendas. Quando a temperatura sobe 1% em relação à média, as vendas caem 0,45% nessas lojas. Em tempos de aquecimento global, o banco diz que varejistas que se adaptarem mais facilmente – com design e materiais mais leves – poderão vender mais.

IBGE
10 cidades movimentam 25% do PIB

(Divulgação)

Dez municípios correspondem por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo os dados mais recentes do IBGE, referentes a 2021. Os primeiros lugares podem parecer mais óbvios: São Paulo (9,20% ou R$ 828,9 bilhões), Rio de Janeiro (3,99%, ou R$ 356,6 bilhões), Brasília (3,18%, ou R$286,9 bilhões), seguidos de Belo Horizonte, Manaus e Curitiba, com pouco mais de 1% de participação cada, o equivalente a pouco mais R$ 1 bilhão. Ainda aparecem no top 10 Osasco (R$ 86,1 bilhões), Maricá (R$ 85,1 bilhões); Porto Alegre (R$ 81,5 bilhões) e Guarulhos (R$ 77,3 bilhões). Apesar da dominância econômica de São Paulo, coração financeiro do PIB brasileiro, algumas coisas parecem ter mudado. Na passagem de 2020 para 2021 a capital paulista perdeu espaço nas riquezas nacionais, passando de 9,82% para os atuais 9,2%.

14,6 milhões de pessoas eram cadastradas como MEI em 2022, segundo o IBGE. Dessas, 60% abriram o próprio negócio por necessidade

0,9% dos micro e pequenos empresários (MEIs) empregam outra pessoa e, do total, 38% dos MEIs funcionam no mesmo endereço de residência do trabalhador

28,4% do total de MEIs em 2022 eram inscritos no Cadastro Único (CadÚnico, listagem do governo que identifica famílias de baixa renda). Dos cadastrados, 49,8% recebia auxílio família

Errata
Diferentemente do que publicamos na entrevista com Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page, na edição 1389, o Brasil não é líder mundial do uso de IA no trabalho. O País é lider na América Latina e está entre os líderes mundiais no quesito.