Finanças

Centenária, seguradora Generali vive nova estratégia e embarca no digital

Para ser uma das principais seguradoras de Vida, Massificados e Grandes Riscos do Brasil, a empresa une a experiência de uma jornada quase centenária com a versatilidade de quem se adaptou aos novos tempos

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Andrea Crisanaz, CEO da Generali Brasil, ressalta a importância de novas parcerias (Crédito: Divulgação)

Por Letícia Franco

São 150 anos da imigração italiana no Brasil. Era 21 de fevereiro de 1874 quando os primeiros italianos chegaram ao País depois de sair do porto de Gênova para recomeçar em terras desconhecidas. Também no dia 21 de fevereiro, mas passados 51 anos, em 1925, a seguradora italiana Generali desembarcou em solo brasileiro, especialmente para atender sua comunidade. Ambas as chegadas devem ser comemoradas. Por um lado, os imigrantes fincaram suas raízes e até hoje exercem grande influência na história do Brasil. Por outro, a Generali, que se transformou e expandiu seus negócios para todo País ao longo de quase 100 anos.

Com sede no Rio de Janeiro, a operação local, que está há cerca de cinco meses do seu centenário, vive nova fase ao se posicionar como uma seguradora de nicho e também passa por uma automação digital. Em 2023, a Generali Brasil encerrou o ano com lucro de R$ 75,9 milhões, crescimento de 209,7% em relação a 2022, quando foi registrado lucro na ordem dos R$ 24,5 milhões.

O número se relaciona diretamente com a estratégia adotada pela operação há quatro anos. Se antes a Generali se concentrava em seguros de automóvel, desde 2020 a empresa mudou sua rota no mercado brasileiro para se tornar uma das principais seguradoras de Vida, Massificados e Grandes Riscos. A estratégia já apresenta resultados.
Em 2023, o canal de seguros massificados se destacou com o lançamento de produtos como o “Cartão Benefício” e “Seguro Pix” e alavancou os números da operação nacional, além da melhora dos índices de sinistralidade.
Essa nova jornada da companhia também considera a importância de novas parcerias ao longo do processo.

“Decidimos concentrar nossa atividade em parcerias para atingir um número maior de clientes. Essa não é somente uma estratégia de negócio, mas também de marketing, é relevante se associar a marcas tradicionais”, afirmou à DINHEIRO Andrea Crisanaz, CEO da Generali Brasil. Atualmente a empresa atende aproximadamente seis milhões de clientes por meio de 31 parceiros, como o banco BMG, a Tim e Amil.

Além disso, um fator que marca o centenário da companhia é a transformação digital – necessária para todo negócio nos tempos atuais. Desde novembro do último ano, a Generali Brasil utiliza um ecossistema integrado que faz parte da estratégia global do grupo, que atua em cerca de 50 países.

Trata-se de um plano de estruturação interna a partir da implementação do sistema dinamarquês Totally Integrated Automation (TIA), que deve suportar de ponta a ponta as operações de seguro, sendo uma plataforma única que integra os mais diversos segmentos da companhia. Segundo a empresa, os principais ganhos são a gestão eficiente de dados, a otimização de recursos e o avanço na digitalização completa de processos.

R$ 75,9 mi
foi o lucro da Generali Brasil em 2023, crescimento de mais de 200% sobre 2022

6 mi
é o numero de clientes atendidos pela Generali por meio de parcerias, como o banco BMG

R$ 138,7 bi
foi a arrecadação da indústria brasileira de seguros entre janeiro e abril deste ano

SETOR

Em meio a transformações tanto de produtos e serviços quanto digital, a Generali Brasil quer manter seu lugar de destaque como uma das principais operações de toda a companhia, que tem a Europa como seu principal mercado. Há 34 anos no grupo, Crisanaz assumiu a liderança da operação brasileira em 2016, e ressaltou que, embora a volatilidade do mercado, há muitas oportunidades de expansão. “Há uma evolução da indústria de seguros nos últimos anos, isso é muito bom. Para a companhia, somos vistos como um mercado com muito potencial de crescimento” disse.

O otimismo da seguradora pode ser justificado pelo desempenho da indústria de seguros nos últimos anos.
A arrecadação do setor tem subido no ritmo de dois dígitos anuais desde 2021, quando teve expansão de 11,8% ante 2020.
O movimento recupera a desaceleração vista no primeiro ano da pandemia, quando fechou com avanço de 1,3%. Só entre janeiro e abril deste ano, o setor de seguros, com exceção de saúde suplementar, arrecadou R$ 138,7 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). É assim que a Generali Brasil busca ainda mais longevidade.