Por César Souza 

Sabemos que estamos atravessando um momento complexo e disruptivo. O que não sabemos é como superar as profundas transformações no universo corporativo causadas pelo conjunto de incertezas oriundas do macro cenário político-econômico, das inovações tecnológicas e da profusão de inesperados concorrentes.

Para aumentar a complexidade dos desafios, adicione a todos esses fatores as mudanças nas expectativas e nos desejos dos consumidores de inúmeros produtos e serviços.

Entretanto, não adianta ficar refém da insegurança, do medo e optar pelo muro das lamentações ou procurar bodes expiatórios. Temos que entender com maior profundidade a realidade que nos envolve e agirmos de forma inteligente. É hora de transformarmos a angústia que sentimos em fonte de energia e em combustível para a busca de soluções.

As adversidades que enfrentamos não devem nos impedir de continuarmos sonhando com o futuro, tanto do País como das empresas, das nossas famílias e da nossa própria carreira.

Como resposta ao tema recorrente de como superar os desafios deste novo ciclo, várias empresas têm adotado iniciativas de mudanças de rota, seja na busca de um novo modelo de negócio, no enxugamento organizacional, na reestruturação financeira, na identificação de novos mercados e na capacitação de novos líderes, bem como no desenho de nova estratégia comercial ou na criação de hubs de inovação, além de algumas operações de fusão de negócios e na venda ou aquisição de ativos.

As iniciativas bem-sucedidas, de forma customizada para cada empresa, gravitam em torno de cinco direcionadores básicos:

• Reposicionamento da estratégia e dos produtos/serviços da empresa;
• Maior proximidade com os clientes e canais de distribuição;
• Identificação da estrutura e de pessoas com perfil mais adequado para o momento;
• Maior eficiência operacional, valorizando mais o fluxo de caixa e a rentabilidade do que o faturamento e o mero crescimento;
• Inovação de forma constante, não apenas nos produtos, mas, também, na gestão de clientes, parceiros e pessoas.

Contudo, muito além de iniciativas visando a estratégia do negócio, é importante cada líder fazer alguns “deveres de casa” necessários para virar o jogo a favor da sua empresa:

Posicione-se. Não pense apenas no seu cargo, mas nas soluções que você pode aportar. Identifique as missões em que você pode ajudar sua empresa a superar desafios. Pense em gerar e capturar valor através de iniciativas que ajudem a empresa a aumentar receitas; reduzir despesas e custos; e mitigar riscos.

Inspire sua equipe. Mobilize os seus liderados oferecendo um significado para que todos atuem de forma mais propositiva. Além disso, valorize as pessoas multifuncionais, capazes de executar várias tarefas em vez de apenas saberem tocar apenas um instrumento.

Cuide-se. Busque maior equilíbrio entre as diferentes dimensões da sua vida – saúde, família, amigos, cidadania e vida espiritual, pois todos esses fatores são importantes para que você possa trabalhar melhor e não apenas trabalhar mais. A autoliderança ganha contornos fundamentais. É preciso ter coerência entre o que você diz e o que faz, integridade total e gestão adequada da relação entre tempo e prioridades.

É o momento de assumirmos as rédeas do nosso destino e seguirmos em frente com foco, determinação e perseverança. Esteja preparado para desfrutar das oportunidades que os novos ventos já apresentam!

César Souza é fundador e presidente do Grupo Empreenda