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Lula desce pro play (político)

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Presidente da Câmara, Arthur Lira, e presidente Lula (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por Paula Cristina

Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula tem sido cauteloso na pessoalização da articulação política. Para lidar com o Congresso, o petista deixou os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) no comando da articulação política. Pelo menos até agora. Com a aproximação da eleição para construção das mesas diretoras da Câmara e do Senado, Lula precisou atravessar a praça dos Três Poderes e, pessoalmente, colocar sua posição. Isso porque havia burburinho no Legislativo sobre a base governista, eventualmente, não apoiar o candidato de Arthur Lira, presidente da Câmara ou, ainda, uma dissidência do Centrão abrir candidatura própria, dividindo o bloco que garante a governabilidade de Lula. Além do enrosco político, o risco de perder apoio para aprovação das pautas econômicas nos próximos meses exigiu de Lula um nível maior de comprometimento. Na terça-feira (3) Lula esteve presencialmente com Lira, Gilberto Kassab (presidente do PSD) e Marcos Pereira (presidente do Republicanos). A ideia era consolidar a unificação das três candidaturas que poderiam quebrar os blocões parlamentares: Marcos Pereira, Elmar Nascimento (União) e Antonio Brito (PSD). A articulação de Lula parece ter dado certo, e no Legislativo, na quarta-feira, o tom era mais ameno entre os parlamentares que antes disputavam a corrida. O que ainda não ficou claro (e isso só o tempo em um governo de coalizão costuma comprovar), foram as moedas de trocas usadas por Lula para descer essa dose de ansiolítico no ansioso Congresso Nacional.

Indicador
Menos vagas para o sonho americano

A abertura de postos de trabalho dos setores não-agrícolas nos Estados Unidos teve ligeiro recuo entre junho e julho, de 7,910 milhões para 7,673 milhões, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta quarta-feira (4) pelo Departamento do Trabalho do país. Em julho de 2023, tinham sido abertos 8,805 milhões de postos. O resultado ficou abaixo do esperado por analistas, que estimavam a criação de 8,1 milhões de vagas no mês. Ao longo de julho, as contratações mudaram pouco, em 5,5 milhões, enquanto o total de desligamentos aumentou para 5,4 milhões. O número era aguardado pelo mundo, que entende que o arrefecimento da oferta pode levar o Fed a reduzir os juros.

Montadoras
GM investirá R$ 5,5 bilhões nas fábricas em São Paulo

(Divulgação)

A GM, grupo americano responsável por marcas como a Chevrolet, anunciou na quarta-feira (4) que destinará R$ 5,5 bilhões em investimentos para modernização de suas fábricas em São Paulo. A montadora também revelou o desenvolvimento do primeiro veículo híbrido flex da marca no mundo. A montadora tem duas fábricas no estado de São Paulo, uma em São Caetano do Sul e outra em São José dos Campos – além de um polo de componentes em Mogi das Cruzes. O aporte trará novas tecnologias para as unidades fabris, que devem abrigar a inovação de motor anunciada nesta quarta. O investimento faz parte do plano, anunciado em janeiro, de investimento na casa dos R$ 7 bilhões para desenvolvimento tecnológico.

Imposto de Renda
Isenção? Calma, veja bem…

(Divulgação)

A proposta de Orçamento para o ano de 2025, enviada pelo governo ao Congresso Nacional na sexta-feira (30), não contempla a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) das pessoas físicas. Com isso, a faixa de isenção pode deixar de abranger quem ganha dois salários mínimos e passar a valer apenas para quem ganha menos que isso. Neste ano, o governo baixou MP (já aprovada pelo Congresso) estabelecendo que quem ganha até R$ 2.824 por mês, o equivalente a dois salários mínimos, não paga mais Imposto de Renda. Para possibilitar isso, o governo deu um desconto automático de R$ 528. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou que, caso o governo decida manter a isenção em dois salários mínimos em 2025, será necessário uma medida que compense a perda de arrecadação decorrente disso. Será?

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“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o bioma até o final do século.”
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente