ESG

Grupo Laces cria modelo de conversão para salões de beleza sustentáveis

Empresa brasileira de salões de beleza e cosméticos naturais expande modelo de negócio baseado em economia regenerativa e prevê abertura de 600 unidades em cinco anos

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Cris Dios e Itamar Cechetto, gestores do Laces, em um de seus salões, com paredes rústicas tingidas com pigmentos naturais, madeira de demolição nos móveis e painéis de energia solar mostrando a preocupação ambiental (Crédito: Divulgação)

Por Allan Ravagnani

Nos salões do Grupo Laces, a atmosfera de natureza e sustentabilidade fica evidente desde a entrada. A decoração em madeira de demolição, painéis solares e pigmentos naturais nas paredes revelam o propósito: oferecer uma experiência de beleza sustentável, com foco em qualidade e responsabilidade ambiental. Fundado há quase 40 anos, o Laces ganhou reconhecimento ao promover cosméticos naturais com performance profissional, conquistando um público que busca cuidar da aparência sem abrir mão da consciência ambiental.

Agora, o Grupo Laces tem um novo plano: expandir o modelo de negócio chamado Biomas para 600 salões até 2030.
● A meta inclui alcançar um faturamento de R$ 300 milhões e levar o conceito de beleza limpa para todo o País.
Itamar Cechetto, CEO do grupo, explica que os Biomas são salões que operavam no modelo convencional e optaram por converter-se ao uso de produtos naturais e práticas sustentáveis. “É uma espécie de API operacional que, além de melhorar o faturamento, introduz uma governança voltada para resultados e para o uso de matérias-primas naturais”, disse.
● O modelo de licenciamento e conversão permite que esses salões mantenham suas próprias marcas, operando com os produtos do grupo ou com marcas homologadas.
● Assim, eles continuam conectados com suas comunidades e se beneficiam da conexão com as tendências globais.
● Os salões não têm taxa de franquia nem obrigação de compra mínima, o que incentiva o crescimento sustentável.

A mudança, segundo Cechetto, representa um novo passo no setor de beleza: “O Bioma é um modelo para salões que já tinham sua história e querem aderir a um sistema que alia sustentabilidade e tecnologia”, explica.

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Os salões que já adotaram o modelo apresentaram resultados positivos. Em média, esses estabelecimentos aumentaram seu faturamento em 60% no primeiro ano, com algumas unidades chegando a 150%. Cada Bioma atrai mensalmente cerca de 52 novos clientes, com tíquete médio de R$ 350 – mais que o dobro do valor anterior, de R$ 160.

O mercado de beleza brasileiro movimenta R$ 50 bilhões em quase 40 mil salões. Cechetto diz que o mercado de produtos de beleza sustentáveis cresce três vezes mais do que o tradicional. Dados da Euromonitor indicam que o setor movimenta US$ 800 bilhões por ano no mundo, sendo que 3% desse valor, US$ 29 bilhões, corresponde ao segmento de “beleza limpa”.

Esse setor cresce a uma taxa anual de 13%, enquanto o mercado tradicional avança a 4% ao ano. Para Cechetto, o Brasil deve seguir os passos dos Estados Unidos, onde 88% das decisões de compra já consideram aspectos de sustentabilidade da ONU.

“Somos o primeiro ecossistema de beleza limpa no Brasil com neutralização de carbono em toda a operação. Estamos construindo uma nova maneira de atuar, com parceiros comprometidos com a economia regenerativa”, diz Itamar Cechetto. Segundo ele, o grupo tem 6 mil toneladas de carbono em estoque e outras 75 mil garantidas pelo Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Cris Dios, fundadora do Grupo Laces, concorda. Ela critica a venda de produtos com componentes tóxicos promovidos por influenciadoras e defende o papel do Laces em conscientizar clientes sobre os produtos que usam. “Quero impactar o mundo através da beleza”, afirmou Dios.