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Peugeot 208: linha 2025 tem catálogo reorganizado

Peugeot 208 é atualizado visualmente com o europeu, oferece uma nova gama de versões e aposenta de vez o motor 1.6 aspirado, adotando de vez os Fiat “Firefly”

Crédito: Divulgação

Peugeot 208: hatch bonito, bem equipado e divertido (Crédito: Divulgação)

Texto Flávio Silveira

A estreia da atual geração do Peugeot 208 no Brasil, ainda em 2020, foi meio atrapalhada. Quando chegou com o mesmo visual da Europa, em vez do aguardado motor Puretech 1.2 turbo usado por lá, tinha só o veterano 1.6 EC5. A marca até planejou fabricar no Brasil o propulsor francês, moderno e econômico – chegou a ser importado e equipou Citroën C3 e Peugeot 208 das gerações anteriores. Mas, com a criação da Stellantis, reunindo Fiat, Chrysler e PSA, os planos mudaram. Afinal, por que investir em uma nova linha de motores se os da “irmã” Fiat já estavam sendo produzidos aqui?

● Mas foram necessários ajustes técnicos e industriais, então o 208 só ganhou o 1.0 tricilíndrico Firefly, da Fiat, na linha 2023 (ótimo na cidade, fraco na estrada).
Na gama 2024, estreou o 1.0 turbo, ainda junto com o 1.6.
● Agora, com nova atualização visual para ficar de novo com a cara do europeu, aposenta o quatro cilindros e tem o catálogo reorganizado.

Entre outras mudanças, a linha 2025 estreia o novo logo, novas lanternas e uma dianteira mais agressiva, com DRLs formando a “garra do leão” e grade dianteira com pampilles – exceto no Active (R$ 88.990), que substitui a Like e usa o motor 1.0 6V e câmbio manual (agora única opção do Style, por R$ 99.990).

Já a mecânica turbinada vem na Allure (R$ 110.990) e – na falta do Style Turbo – na reencarnação da GT (R$ 123.990), avaliada aqui, que “soma” o visual esportivo do Style (mas com a grade na cor da carroceria) e o luxo do Griffe (por enquanto, fora de linha).

A versão Active já traz quatro airbags, mas para ter sistema multimídia, volante multifunção e DRLs “garra de leão” é preciso pagar R$ 5 mil a mais ou pular para o Style, que ainda soma, entre outros itens, faróis de LED “3D”, rodas aro 16, aerofólio esportivo, teto panorâmico e carregador por indução.

As versões turbo ganham painel digital (3D no GT), mas no Allure é preciso pagar R$ 7 mil extras por teto panorâmico, acabamentos em couro, chave presencial, carregador sem fio e luz traseira na cabine. O GT tem ainda rodas aro 17 diamantadas, banco exclusivo, apoio de braço para motorista, airbags extras, e ainda é o único com sistemas semiautônomos (bem completos).

(Divulgação)
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O maior destaque da cabine é a posição de dirigir: o volante de dimensões reduzidas é posicionado mais baixo que o normal, e o quadro de instrumentos é visto por cima. Repare nos acabamentos que imitam fibra de carbono. Acima, o cluster digital da versão GT avaliada, que mostra, entre outras possibilidades, a atuação dos ADAS, que vão de leitor de placas a centralizador de faixa, passando por assistente de farol alto.

Em relação ao desempenho, bem que a sigla GT merecia o Firefly 1.3 turbo de 185 cv do Pulse Abarth – mas, de qualquer modo, a superioridade do GT turbinado de 130 cv sobre o velho 1.6 é notável (são 12 cv e 40 Nm a mais, resultando em uma vantagem de três segundos no 0-100 km/h, por exemplo – feito em apenas 9 segundos).

Claro que tem a ajuda do bom câmbio CVT, um dos melhores hoje, com simulação de sete velocidades e opção sequencial (aletas fixas). No consumo, os resultados também são bons, mas principalmente na cidade onde superou facilmente os 10 km/l com gasolina. Por outro lado, na estrada, andando a 120 km/h, marcamos apenas razoáveis 13 km/l.

Mas e o prazer ao volante?
● O design da cabine é bonito e inovador, a posição de guiar e o volante pequeno garantem uma sensação de esportividade, as suspensões são boas nas curvas (e, ao mesmo tempo, surpreendentemente confortáveis em pisos ruins), tudo promete…
● Mas o problema, como em outros carros com essa mecânica, é a demora nas respostas – mais por culpa do atraso do acelerador do que da turbina, e, algumas vezes, a transmissão também demora um pouco a reagir. Escolher o modo Sport no botão à esquerda do volante ajuda a reduzir o problema.
● Depois que você o adota e se acostuma a adiantar as reduções de marcha, o carro fica mais gostoso de guiar.

O 208 é, enfim, um hatch bonito, bem equipado e divertido – e, embora não tenha muito espaço no banco traseiro, isso não é tão grave, já que muitos consumidores da categoria são solteiros ou casais sem filhos.

Peugeot 208 GT


Preço básico
R$ 89.990
Carro avaliado
R$ 123.990

Motor: três cilindros em linha 1.0, 12V, comando único com variação na admissão, injeção direta, turbo
Combustível: flex
Potência: 125 cv (g) e 130 cv (e) a 5.750 rpm
Torque: 200 Nm (g) a 3.250 rpm e 105 Nm (e) a 3.500 rpm
Câmbio: automático CVT, sete marchas simuladas, opção de trocas manuais
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,055 m (c), 1,738 m (l), 1,453 m (a)
Entre-eixos: 2,538 m
Pneus: 195/55 R16 (Like: 195/65 R15)
Porta-malas: 265 litros
Tanque: 47 litros
Peso: 1.157 kg
0-100 km/h: 9s2 (g) e 9s0 (e)
Velocidade máxima: 206 km/h
Consumo cidade: 12,5 km/l (g) e 8,8 km/l (e)
Consumo estrada: 14,1 km/l (g) e 10 km/l (e)
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: B (Compacto)