Lixo eletrônico pode virar lucro em 2025

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Carlos Tanaka, CEO da Postalgow (Crédito: Divulgação)

Por Allan Ravagnani

Em 2024, o Brasil descartou 2,4 milhões de toneladas de equipamentos, como modems e roteadores, marcando aumento de 15% em relação a 2020, segundo o relatório E-Waste Monitor da ONU. Modems, decodificadores, roteadores e outros equipamentos de conectividade tornam-se rapidamente obsoletos. O descarte inadequado desses aparelhos vai além do desperdício de materiais valiosos como metais e plásticos, sendo também uma ameaça ambiental diante das substâncias tóxicas presentes nesses dispositivos, que podem contaminar solo e água, afetando a biodiversidade e a saúde pública. Diante desse desafio, a logística reversa aparece como solução para transformar esses resíduos em dinheiro, promovendo a reciclagem e reutilização. Uma das empresas que faz isso é a Postalgow, de soluções ‘end-to-end’ para o setor de telecom que já minimizam o impacto ambiental e transformam lixo em dinheiro. “A reutilização de materiais pode gerar economia de até 20% nos custos de produção. Além disso, a reciclagem de materiais como metais preciosos pode gerar receita de até R$ 5 por quilo de resíduos processados, e reduz os custos associados ao envio de equipamentos para aterros sanitários”, afirmou o CEO, Carlos Tanaka. Em 2025, a tendência é que a tecnologia desempenhe um papel ainda maior. Ferramentas de big data e machine learning estão otimizando processos, prevendo demandas e elevando a eficiência das operações. Já as regulamentações ambientais devem impulsionar ainda mais a adoção dessas práticas. “O equilíbrio entre avanço tecnológico e responsabilidade ambiental é o desafio do nosso tempo para pavimentamos o caminho para o futuro”, concluiu Tanaka.

LUXO
Sustentabilidade avança em condomínios

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Os condomínios de luxo estão apostando em soluções tecnológicas que otimizam recursos naturais. Sistemas de energia solar, por exemplo, já são capazes de suprir boa parte da demanda elétrica, enquanto tecnologias de reuso de água diminuem o desperdício em atividades do dia a dia, como irrigação de jardins. Outro destaque é a escolha de materiais de construção mais ecológicos. Madeiras certificadas e tintas menos tóxicas ajudam a criar espaços saudáveis para os moradores e reduzem o impacto ambiental. Essas mudanças, que começaram como diferenciais, já são vistas como essenciais em projetos imobiliários. Além dos benefícios, um estudo da Abrainc revelou que casas sustentáveis têm grande potencial de valorização no médio prazo, principalmente no segmento de luxo. “Os imóveis sustentáveis conseguem unir valor econômico e ambiental. Essa combinação faz com que eles sejam muito mais atrativos para investidores e compradores conscientes”, aponta Diogo Zambetta, engenheiro civil e cofundador da Zambetta Empreendimentos.

REDISTRIBUIÇÃO
ONG e governo contra desperdício nas Ceasas

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a ONG Pacto Contra a Fome formalizaram acordo para reduzir perdas e desperdícios de alimentos nas Centrais de Abastecimento em todo o Brasil, especialmente as de MG e SP. Para isso, o Pacto Contra a Fome iniciará imediatamente um estudo das experiências exitosas executadas no País, propondo posteriormente caminhos para a replicação às demais centrais de abastecimento. O objetivo é reduzir o desperdício de alimentos nos entrepostos e promover segurança alimentar e nutricional por meio da redistribuição dos alimentos. “É um dia muito importante porque mostra a sociedade civil atuando com o governo. O objetivo do Pacto Contra a Fome é que a gente olhe os principais exemplos de movimentação dos CEASAS e dos melhores usos para evitar o desperdício de alimentos”, afirmou Geyze Diniz, cofundadora e presidente do Conselho do Pacto Contra a Fome. “O Pacto Contra a Fome será fundamental para pensar no melhor modelo, no impacto e na abrangência dessas iniciativas nas cidades e regiões”, afirmou o ministro Paulo Teixeira.

ACCIONA
Metrô paulista com selo sustentável

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A empresa responsável pela construção da Linha 6-Laranja de metrô de São Paulo, Acciona, conquistou o Selo FAST-Infra pelas práticas adotadas na obra. A certificação reconhece projetos comprometidos com sustentabilidade em 14 categorias. A Linha 6 é o primeiro projeto de metrô no mundo a receber esse reconhecimento. A certificação reconheceu a promoção da economia circular com a reutilização de uniformes e o uso de agregados reciclados, além do uso de biocombustíveis, como etanol e biodiesel. Sendo a maior obra de infraestrutura em andamento na América Latina, a linha irá ligar a Brasilândia, na zona norte de São Paulo, até a Estação São Joaquim, na região central. Ao todo são 15,3 km de linha com 15 estações, 18 poços de ventilação e saída de emergência, centro de controle, manutenção e estacionamento de trens.

DIGITALIZAÇÃO
Aplicativos impulsionam empresas no ESG

Aplicativos para sustentabilidade tomam a dianteira na otimização de recursos, redução de desperdícios e transformação das práticas industriais em direção à economia circular. Aplicativos de logística otimizam rotas, diminuem emissões de carbono e gastos com combustíveis. Rafael Franco, CEO da Alphacode, desenvolvedora de aplicativos para marcas como Habibs, Madero e TV Band, afirmou que apps de gestão inteligente permitem empresas monitorar o consumo de água e energia em tempo real, identificando desperdícios e promovendo a eficiência. “Já no setor alimentício, plataformas têm ajudado a reduzir o descarte de alimentos, conectando excedentes a organizações que os redistribuem”, disse.