ESG

Rock sustentável: festivais mobilizam setor cultural e corporativo na ajuda da Amazônia

Rock in Rio e The Town destinam R$ 2 milhões a projetos na Amazônia, beneficiando iniciativas de preservação florestal

Crédito: Divulgação

O Instituto Amigos da Floresta Amazônica (foto) trabalha com introdução de práticas de agrofloresta, uma forma de uso da terra que combina árvores, arbustos, culturas agrícolas, forragens e animais (Crédito: Divulgação)

Por Allan Ravagnani

Com o compromisso de atuar na redução das emissões de carbono, os festivais Rock in Rio e The Town, organizados pela família Medina, anunciaram iniciativas contempladas pelo projeto Amazônia Para Sempre, uma ação, que conta com o apoio da Vale, que irá destinar R$ 2 milhões a seis projetos de preservação ambiental e de fortalecimento das comunidades na Região Metropolitana de Belém, no Pará. Roberta Medina, vice-presidente de reputação de marca da Rock World, empresa responsável pelos dois eventos, destacou o propósito do edital: “Reduzir as emissões passa pela conservação das florestas e pela valorização das pessoas que cuidam delas”, disse.

O edital selecionou organizações que atuam com bioeconomia, agroecologia, turismo de base comunitária, reciclagem e valorização cultural. As instituições escolhidas foram:
● Instituto Peabiru,
● AmazonCred,
● ASCOMQUISC,
● ARECICLANANIN,
● Cooperação da Juventude Amazônida
● e ASFLORA.

A iniciativa dos festivais ocorre em um momento em que o Brasil reforça seu compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 67% até 2035, conforme a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) apresentada à ONU.

Equipe da Associação de Apoio à Economia Popular da Amazônia, que promove turismo sustentável, e o projeto Mulheres Amigas das Abelhas, do Instituto Peabiru (Crédito:Divulgação)
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Um dos projetos selecionados, Mulheres Amigas das Abelhas, do Instituto Peabiru, já beneficia 40 famílias quilombolas e ribeirinhas. A proposta é ampliar a atuação para criar um Cinturão Verde das Abelhas, que combate desmatamento e queimadas no entorno de Belém. O projeto contribui para a polinização de espécies, geração de renda e restauração florestal.

Outra iniciativa é o Quintais Agroecológicos, desenvolvido pela ASCOMQUISC, na comunidade quilombola do Sítio Cupuaçu, em Barcarena. A ação promove o cultivo de hortas agroecológicas com espécies nativas e sem agrotóxicos. O projeto também incentiva práticas sustentáveis, como o uso da água da chuva e técnicas de manejo eficiente, além de realizar oficinas que integram saberes tradicionais e técnicas modernas de cultivo.

O edital recebeu cerca de 100 inscrições.
● O processo foi conduzido por um comitê independente, com representantes da Rock World, Vale, Pacto Global da ONU – Rede Brasil e sociedade civil.
● A consultoria ponteAponte supervisionou a seleção, garantindo a transparência e o alinhamento com impactos socioambientais positivos.
● Foram considerados critérios como relevância do projeto, sustentabilidade, inovação, participação comunitária e viabilidade técnica e orçamentária.

Abaixo, o banner da Associação da Comunidade Quilombola Sítio Cupuaçu/Boa Vista, em Barcarena (PA), e uma foto da equipe da Juventude Amazônida (Crédito:Divulgação)
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Além do financiamento, o projeto Amazônia Para Sempre terá um evento emblemático em setembro de 2025. Um grande espetáculo será realizado no Rio Guamá, em Belém, com cenografia inspirada em uma vitória-régia e a apresentação de um artista internacional.

A celebração será transmitida em rede nacional e contará com cobertura internacional. O evento também antecede a COP 30, a conferência do clima das Nações Unidas, que ocorrerá em Belém dois meses depois.

A ação coloca a Amazônia no centro das atenções, destacando a importância da maior floresta tropical do planeta e das comunidades que dependem dela. A iniciativa ainda prevê a produção de um documentário sobre os bastidores do espetáculo, buscando conectar música e ativismo climático para ampliar a mobilização em torno do tema.

Com este projeto, Rock in Rio e The Town mobilizam o setor cultural e corporativo em torno de ações de preservação do território amazônico. A força dos festivais, aliada ao engajamento comunitário, reforça a importância de proteger a floresta e fortalecer as populações que a mantêm de pé.