Estilo

Com Casa Souq, grupo lança meta de chegar a meio bilhão

Sob o comando de Bento Guida, filho da fundadora da grife Le Lis Blanc, Souq completa dez anos com inauguração da primeira flagship e plano de elevar a receita do grupo para R$ 500 milhões até 2026

Crédito: LUPREZIA

Casa Souq: paixão familiar por garimpar os estilos do mundo, do clássico ao contemporâneo, da roupa às peças de decoração (Crédito: LUPREZIA)

Por Celso Masson

Em árabe, Souq significa mercado. No Brasil, é o nome de uma rede de lojas que oferece roupas, calçados, acessórios, produtos de beleza e de decoração a partir de um garimpo junto a grifes reconhecidas e a fornecedores exclusivos. Foi criada por Traudi e Bento Guida, mãe e filho. Ela, uma empresária famosa no ramo da moda por ter fundado a Le Lis Blanc, em 1982. Ele, egresso do mercado financeiro, no qual atuou até se convencer de que o DNA e a expertise maternas eram vantagens para empreender no lifestyle de luxo. Isso foi há uma década.

Agora, para marcar os dez anos de criação da Souq, a dupla acaba de inaugurar a primeira flagship da marca, em um casarão da década de 1920 em uma esquina da badalada Avenida Europa, em São Paulo.

Ocupando dois andares, a Casa Souq tem 15 ambientes, separados por categorias. “Ela nasceu do nosso amor por receber sem pressa”, disse Traudi. “É a materialização do nosso universo.”

Para Bento, é bem mais que isso. A flagship tem um papel estratégico na diversificação dos negócios e no ambicioso plano de aumentar a receita do Grupo oàz (controlador da Souq e também da IDA) para R$ 500 milhões até 2026. No ano passado, o faturamento do grupo foi de R$ 150 milhões.

Embora tenha assinalado no calendário uma marca para chegar ao meio bilhão de reais, o CEO do Grupo oàz sabe que o caminho até lá não será fácil. Assim como não foram os primeiros anos da Souq.

“A gente sabia desde o começo que o nosso negócio não seria autossustentável financeiramente desde o dia zero. Nossa cabeça era de startup: a empresa seria deficitária por um tempo para depois ganhar escala e gerar rentabilidade”, disse Bento Guida.

Segundo ele, o negócio tem uma parte intangível “gigantesca”, que é possível colocar em planilhas. Um exemplo banal é o café na loja. “Se eu não servir, a despesa diminui, mas aquele café gera um acolhimento que seduz o cliente, gera uma conversa de longo prazo”, afirmou.

Por isso, ao planejar a Casa Souq, a linha de despesa foi quase ignorada. “É o nosso principal investimento em termos de espaço de loja. Vai ter muito mais produto? Não, mas a gente acredita que toda a experiência que a Casa irá gerar terá um retorno muito interessante no longo prazo para a marca.”

No alto, um dos 15 ambientes da flagship recém-inaugurada em São Paulo. Acima, Bento Guida, que trocou o mercado financeiro pela Souq, que une moda, décor e lifestyle, sempre com a expertise de Traudi Guida, fundadora da Le Lis Blanc (Crédito:LUPREZIA)

GARIMPAGEM

Um exemplo de como as coisas funcionam na Casa Souq é o provador, desenhado para acolher e reunir. Ele foi montado em um grande espaço, com sofás confortáveis que convidam para uma conversa durante a prova das peças.

A inauguração marcou o lançamento da coleção de inverno 2024, Paradiso. Ela inclui casacos de pelúcia, jaquetas estampadas e vestidos em tule, que chegam para coroar o novo momento para a marca, com um olhar de moda mais sofisticado, segundo Guida, que tem como mote “viajar pelo mundo sem sair do lugar”.

Segundo ele, essa é a experiência que a curadoria da Souq oferece, a partir da paixão da família por garimpar as belezas e os estilos do mundo, do clássico ao contemporâneo, da roupa às peças de decoração. “A gente tem de entregar valor e não só pelo produto final, mas principalmente pela experiência de compra”, disse Guida.