Dinheiro Rural

Investimento da Basf no País mostra relevância do campo brasileiro

Gigante de defensivos agrícolas aporta 15 milhões de euros para aumentar a capacidade de produção em Guarantiguetá e em laboratório no Mato Grosso

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Principal centro produtivo da América Latina, planta de Guaratinguetá vai produzir novos itens à base de revysol (Crédito: Divulgação )

Por Sérgio Vieira

Os desafios para o produtor brasileiro, em que pese todo o tamanho da nossa safra e os resultados recordes da agricultura no País, não têm sido fáceis de ser transportados. Primeiro veio a pandemia da Covid-19, com a necessidade do isolamento social e os enormes gargalos logísticos daquele período. Depois veio a intensificação das mudanças climáticas e os enormes impactos nas lavouras, que ainda estão entre as preocupações do setor. “O agricultor teve que adequar o timming no plantio em função desse clima. A gente percebeu o impacto disso para a indústria do agronegócio no Brasil”, disse Paulo Celso Mathias, diretor de operações e supply chain de soluções para agricultura da Basf na América Latina.

A gigante global do setor de defensivos agrícolas enxerga esses cenários de travessia e tem buscado alternativas para facilitar a vida do agricultor, oferecendo novas tecnologias e soluções ainda mais rentáveis. Nesse sentido, a companhia concluiu um ciclo de investimentos de 15 milhões de euros no Brasil em novas estruturas, justamente para proteção de cultivos e de sementes.

Os recursos foram direcionados para:
o aumento de 45% da capacidade de produção da planta em Guaratinguetá (SP), que recebeu 13 milhões,
e o restante para a implementação do laboratório de análise de sementes de algodão em Primavera do Leste (MT).

O Brasil tem recebido aportes importantes da matriz, dada sua relevância no resultado da companhia no setor agrícola. Em 2022, a divisão de soluções para agricultura da Basf regou vendas de 10,3 bilhões de euros. Desse total, a América Latina representa mais de 20%, sendo o Brasil o principal mercado. “Trazer investimentos para o Brasil sempre fez parte de nossa estratégia. Nosso objetivo é sempre estar próximo dos mercados onde a gente comercializa nossos produtos, até para mitigar essas questões logísticas dos últimos anos”, afirmou Mathias.

Laboratório em primavera do leste tem capacidade de analisar 500 mil sacas de sementes de algodão por safra. soja agora é o próximo passo. (Crédito:Divulgação )

A expansão do parque fabril em Guarantiguetá, que é o principal centro produtivo da Basf na América Latina, tem como objetivo garantir ainda mais agilidade, flexibilidade e segurança na produção de mais soluções para a proteção das plantações, principalmente de novos produtos à base do fungicida revysol, que foi o maior lançamento global da divisão de soluções para a agricultura da empresa nos últimos anos.

Da nova capacidade de produção do site industrial, mais da metade será destinada aos itens criados a base de revysol. Entre 2023 e 2030, serão seis novos ingredientes ativos no Brasil, sendo fungicidas, herbicidas, inseticidas e tratamentos de sementes. “A gente pretende lançar novas formulações para a próxima safra. Por isso a necessidade de ampliação do site para atender a demanda sobre esse volume”, disse o executivo. Os produtos da Basf são direcionados aos cultivos de soja e algodão. Há novos pedidos de registros em andamento para atender outras culturas.

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“Nós temos o compromisso de melhorar as ações sustentáveis nas etapas de produção.”
Paulo Mathias, diretor de Operações e Suplly Chain

Na planta do Mato Grosso, os investimentos alocados garantiram a criação de uma estrutura de 400 m², dentro de um centro de distribuição estratégico na região Centro-Oeste do País, assegurando mais agilidade na realização de testes.

O laboratório de Primavera do Leste tem capacidade para analisar cerca de 500 mil sacas de sementes de algodão por safra. O próximo passo é ampliar o projeto para atender parte das análises de sementes de soja.

Globalmente, além deste, a Basf mantém dois laboratórios do tipo: em Trindade (GO) e nos Estados Unidos. Anualmente, a companhia investe cerca de 950 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo, o que representa mais de 2,5 milhões de euros aplicados por dia em busca de novas formulações.

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O investimento em novas tecnologias gera um círculo virtuoso para a Basf, que é também de garantir um processo produtivo cada vez mais sustentável e com menos emissões de gases de efeito estufa. Na unidade de Guaratinguetá, as iniciativas adotadas nesse ciclo de investimentos, que começou no segundo semestre de 2022 e chegou ao fim na metade do ano passado, garantiram redução de 15% no consumo de água da unidade, além da diminuição de emissão em mais de 650 toneladas de CO² no processo produtivo.

“A gente trouxe tecnologias mais modernas, que impactam muito menos o meio ambiente. Nós temos o compromisso de melhorar nossas ações de sustentabilidade em todas as etapas de produções, inclusive nos processos mais antigos”, afirmou o diretor da Basf. A divisão de soluções para a agricultura da companhia tem como meta, até 2030, redução de 30% de CO² por tonelada de cultivo produzido para ajudar os agricultores a se tornarem mais eficientes em carbono e garantir ainda mais resiliência em relação às mudanças climáticas.

A Divisão de soluções para a agricultura da Basf gerou vendas de 10,3 bilhões de euros. A América Latina representa 20% do total, sendo o Brasil o principal mercado na região

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De uma forma, a companhia planeja reduzir em 25% as emissões mundiais de gases de efeito estufa até 2030. Na América do Sul, a Basf alcançou a diminuição de 24 mil toneladas de CO² equivalente por ano. O objetivo principal é de zerar globalmente as emissões líquidas de dióxido de carbono até 2050. Também há o foco na redução de 25% no consumo de metros cúbicos de água captada por tonelada produzida na América do Sul.

A Basf planeja aumentar em 7% ao ano a parcela de soluções sustentáveis, fazendo com que o portfólio da empresa seja cada vez mais voltada para iniciativas que tragam soluções tecnológicas e ambientais. “Esse é um caminho sem retorno. Cada vez mais queremos lançar produtos que atendam a essa expectativa do produtor e que possa gerar em um resultado ambiental ainda melhor. O Brasil é muito eficiente nessa questão e temos condições de avançar nessa trilha”, disse Mathias.