Brasil é estratégico na liderança da Samsung no mercado global de TVs
Fabricante sul-coreana comemora 18 anos na liderança global em vendas de televisores e tem no Brasil um de seus principais mercados
Por Beto Silva
Chegar ao topo não é tarefa fácil, mas manter-se na liderança é ainda mais difícil. A máxima vale para quem atinge sucesso no esporte, na arte, na mídia e no mundo dos negócios. A Samsung sabe bem o que é isso. A fabricante sul-coreana de eletroeletrônicos está desde 2006 na liderança global do mercado de televisores, com 30,1% de market share, segundo dados de setembro de 2023 da consultoria Omdia. No Brasil, a companhia também lidera o ranking de vendas, inclusive com participação maior do que a global, mas o período dessa soberania não é divulgado — fontes do setor afirmam que é a primeira em vendas há pelo menos cinco anos. A vertente de TVs é uma das mais relevantes para a empresa, que faturou US$ 188,2 bilhões no ano passado, com lucro líquido de US$ 11,3 bilhões.
O domínio do segmento é atribuído principalmente ao foco estratégico nas categorias premium e de tela grande, impulsionado pelos modelos QLED e OLED de última geração e, agora, com inclusão de Inteligência Artificial nos produtos, que devem chegar ao consumidor a partir de maio.
“Nessa jornada de 18 anos na liderança global, tivemos uma inquietude enorme em desenvolver o que há de melhor, principalmente em qualidade de imagem”, afirmou à DINHEIRO Erico Traldi, diretor sênior das divisões de TV e Áudio da Samsung Brasil. O executivo cita o pioneirismo da companhia em 4K e os lançamentos em 8K, com tecnologia OLED e Neo QLED.
Aliada à maturidade da marca, a estratégia da Samsung é apresentar inovação ao mercado.
Com tecnologia embarcada, pelos televisores da marca é possível:
• abrir a porta da casa,
• ver o que tem dentro da geladeira,
• controlar a temperatura do ar-condicionado,
• regular a iluminação, entre outras funcionalidades e recursos inteligentes.
Na prática, garante vendas a novos clientes e faz com que os fãs da marca continuem comprando. Nos dois primeiros meses deste ano, o crescimento em número de aparelhos comercializados foi de 11%, em comparação com o mesmo período de 2023, e de 1% em faturamento, já que os preços praticados no ano passado estavam mais altos. “Esse termômetro mostra que o mercado ainda está aquecido, mesmo depois do boom durante a pandemia”, discorreu o executivo.
“Tivemos uma inquietude enorme em desenvolver o que há de melhor, principalmente em qualidade de imagem.”
Erico Traldi, diretor de TV e Áudio da Samsung Brasil
O plano para manter a relevância no País inclui trabalhar com um portfólio adequado às características do consumidor brasileiro. Isso faz com que algumas categorias se desenvolvam. Um exemplo é o que a marca fez em 2017, período que antecedeu a Copa do Mundo de 2018, evento esportivo que impulsiona as vendas de TVs.
Naquele período, a companhia preparou a fábrica de Manaus (AM) para dar um salto na produção de telas maiores, especialmente as de 65 polegadas. O investimento em modernização de processos e maquinário rende frutos até hoje.
Segundo dados da GfK, o mercado de televisores 65 polegadas representa 19% da receita de vendas no Brasil. Os aparelhos Samsung desse tamanho garantem 26% de faturamento da empresa no País. “Nossa participação é maior do que a média do mercado. Isso mostra a importância do que fizemos sete anos atrás. Nosso movimento criou esse mercado”, avaliou Traldi. “Essa é a grande questão do líder. A gente cria mercado, não esperamos para ver o que vai acontecer. Isso é um desafio, diante das dificuldades que sempre existem.”
TV DE R$ 1 MILHÃO
O mercado aumentou de tamanho e o tamanho das TVs também aumentou. Aparelhos de, 70, 75, 77 e 85 polegadas caíram no gosto do consumidor. E, no ano passado, foi lançada a TV de 98 polegadas, que na pré-venda registrou sould out — esgotou antes de ir par as prateleiras.
Com o brasileiro eufórico por novidades e tecnologia, a empresa partiu para o ousado televisor de 110 polegadas, Micro LED, com cristais de safira em sua composição e 24,9 milhões de pontos de luz. Com tela infinita, é um convite para o Modo Arte, que transforma o painel em uma obra de arte mesmo quando desligada, com acesso a 20 obras de uso ilimitado da Coleção Samsung, além de acesso a 1,4 mil pinturas e fotografias dos principais artistas e museus do mundo pela Art Store. O preço: R$ 1 milhão! Com desconto de 5% à vista, sai por R$ 950 mil.
Está procurando algo mais em conta? A Samsung tem televisores smart a partir de 32 polegadas, por menos de R$ 1 mil (no site oficial, na quarta-feira, dia 24). Mas também com tecnologia embutida, seja pela resolução HD ou pela Samsung TV Plus, o streaming da marca com 65 canais gratuitos. No mesmo tamanho, há modelos em Neo QLED e outras variações. “Conseguimos entregar um produto de entrada, absolutamente especificado. É a democratização da tecnologia”, frisou.
Mais do que os canais de streaming, a Samsung coloca em seus aparelhos o videogame Xbox. Sim, é um dos consoles mais vendidos do mundo embutido na televisão. E o Brasil é o maior mercado dessa linha no mundo, à frente inclusive dos Estados Unidos. Obviamente, por ter a macroecononomia diferenciada, com os americanos com maior poder aquisitivo para compra dos consoles separados da TV.
Essa característica do mercado nacional levou a operação local a criar uma campanha de marketing que virou case mundial. Com televisor, streaming e videogame no mesmo equipamento, a sacada foi apresentar o produto como TV 3 em 1. “O consumidor brasileiro quer comprar mais por menos. Nós temos um price premium, mas com valor de marca e oferta de serviços diferenciada”, disse o executivo, ao citar uma outra linha que tem ganhado espaço no País: a TV Lifestyle.
Os modelos The Frame, The Serif, The Sero e The Freestyle 2nd Gen foram concebidos para serem não apenas dispositivos para exibição de conteúdo, mas também como elementos capazes de expressar a personalidade e o estilo de cada usuário. Funcionam como elementos de decoração, com quadros na telas — algumas versões, inclusive, possuem cavaletes.
SOUNDBAR
Se a Samsung lidera por 18 anos o mercado de televisores, o setor de soundbar é dominado globalmente há 10 anos. A participação é de 20,3%, de acordo com o relatório da FutureSource Consulting divulgado em fevereiro.
Recursos como sincronia sonora com as TVs e spacefit sound são diferenciais na experiência auditiva, segundo Erico Traldi.
O modelo HW-Q990D é o carro-chefe da linha Q deste ano. Com IA, o dispositivo analisa e sincroniza canais de voz, o que gera diálogos nítidos e calibragem de áudio personalizada e imersiva.
Soluções que fomentam o mercado e deixam a Samsung bem na tela.