Laticínio mineiro Bom Destino se prepara para expansão internacional
Comemorando 35 anos, empresa líder em laticínios de búfala no Brasil e na América Latina planeja crescer 40% em vendas
Por Celso Masson
Os caminhos do empreendedorismo nem sempre são traçados com linhas retas. No caso dos irmãos pecuaristas Marcelo e João Batista Souza, fundadores da empresa Laticínios Bom Destino, no Distrito de Oliveira (MG), a morte do pai foi um marco. Ao lado da mãe, eles não apenas honraram o legado da família na produção de leite como deram início a um negócio promissor ao agregar a produção de queijos. No início, faziam muçarela com o leite de vaca que ordenhavam. Era tudo artesanal, na cozinha de casa, mas com todo carinho e dedicação. A ponto de obter o registro do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para montar uma pequena fábrica.
Quando ouviram falar do leite de búfala foi quase por acaso. Enxergando ali a oportunidade, decidiram atender aos pedidos de dois clientes de Belo Horizonte para fornecer mozzarella bufalina. Passados 35 anos, os irmãos comemoram uma história de sucesso e planejam um futuro ainda mais próspero. Para 2024, a expectativa é que as vendas cresçam 40%. E, depois de conquistar o Brasil, os irmãos se preparam para ganhar o mundo.
• Hoje, o rebanho próprio soma cerca de 5 mil animais, distribuídos em duas fazendas de criação e quatro produtoras.
• A capacidade de processamento da fábrica é de 1 milhão de litros de leite de búfala, em parte adquirido por meio de parcerias com produtores locais.
• Isso permite produzir 260 toneladas mensais de laticínios — volume que garante à empresa a liderança de mercado do setor, tanto no Brasil quanto na América Latina, além de ser a quarta maior do mundo em produção e capacidade de processamento de laticínios de búfala.
SELO DE PUREZA
Segundo os irmãos, hoje o portfólio da empresa está distribuído em 50 itens, entre queijos dos mais diferentes tipos, coalhadas, iogurtes, manteiga, doce de leite e produtos zero lactose, garantidos pelo Selo de Pureza 100% Búfalo da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB).
O laticínio adotou um programa de criação responsável, com uma série de práticas para promover o bem-estar e a saúde dos animais. A preocupação se alinha às novas exigências de consumidores, que buscam não apenas laticínios mais leves e saudáveis como também práticas sustentáveis na criação.
A evolução nos negócios reflete o avanço da categoria. Segundo dados da ABCB, o volume de leite de búfala processado saltou de cerca de 9 milhões de litros em 2020 para mais de 17,5 milhões de litros em 2023.