Vacinas e aquisições, a estratégia brasileira da americana MSD
Por Hugo Cilo
Sob comando do executivo argentino Hugo Nisenbom desde 2016, a operação brasileira da MSD planeja expandir seus negócios no País com a ampliação dos programas de imunização tanto no SUS quanto na rede privada. Para isso, o laboratório americano, que atingiu faturamento de US$ 60,1 bilhões no ano passado, vai trazer o que existe de mais avançado em vacinas. Entre elas, se destacam a Gardasil 4 e Gardasil 9 (vacina nonavalente que apresenta uma proteção de até 90% contra o câncer de colo do útero), a Vaxneuvance (vacina 15-valente contra a doença pneumocócica), a V116 (vacina 21-valente em estudo contra a doença pneumocócica) e a Pembrolizumabe (tratamento imunoterápico que possui atualmente 34 indicações).
Segundo Nisenbom, a pandemia despertou nas pessoas a importância da vacinação e mostrou que a indústria farmacêutica, unida na busca de soluções em comum, é capaz de realizar grandes feitos. “Antes da Covid-19, não imaginava que seria viável desenvolver uma vacina com segurança e eficácia. Hoje, vemos que é possível, sim”, disse Nisenbom.
Além das vacinas, a companhia quer acelerar no Brasil com aquisições. Nos últimos meses, a MSD comprou empresas como a Harpoon Therapeutics (por US$ 680 milhões), a Caraway (US$ 610 milhões), a Prometheus Biosciences (US$ 10,8 bilhões) e firmou parceria com a japonesa Daiichi Sankyo, para três novos tratamentos contra o câncer, que buscam atingir células cancerígenas com maior precisão. No ano passado, dos US$ 60,1 bilhões em vendas, US$ 30,5 bilhões foram reinvestidos em Pesquisa e Desenvolvimento e aquisições.
Cibersegurança em evolução
Uma pesquisa da ManageEngine, divisão de TI da indiana Zoho Corporation, aponta que a Inteligência Artificial foi usada em mais de 50% dos ataques recentes a empresas brasileiras. A maioria dos entrevistados no Brasil (97%) acredita que a tecnologia será fundamental na defesa contra ataques cibernéticos em 2024, destacando o potencial de dependência da IA em soluções de segurança no futuro. O relatório entrevistou profissionais e tomadores de decisão em cibersegurança de empresas no Brasil, México, Colômbia e Argentina. Segundo Kishore Kumaar, country manager da ManageEngine no Brasil, a pesquisa destaca o cenário de cibersegurança em evolução no Brasil. “À medida que as ameaças continuam a evoluir, as empresas brasileiras se sentem mais preparadas para aproveitar soluções inovadoras para proteger seus ativos digitais e mitigar riscos de forma eficaz”, disse.
Parece moda, mas também é maconha
A grife de moda masculina Oriba firmou parceria com a gigante têxtil Vicunha para lançar uma coleção feita à base de cânhamo — variedade de espécie da cannabis. O Oriba Hemp chegou às lojas no final de abril e, segundo Paulinho Moreira, sócio-fundador da marca, representa uma evolução na moda sustentável e também convida à reflexão e conscientização sobre as diversas questões relacionadas ao uso do cânhamo. “É uma tendência têxtil que tem impulsionado a economia de vários países, devido ao crescente interesse dos consumidores por produtos e iniciativas com menor impacto ambiental”, disse Moreira. “A colaboração com a Vicunha reforça nosso compromisso de liderar a transformação da moda em direção à sustentabilidade e qualidade”, afirmou o executivo.
Mais perto dos 30%
Até 2026, o Brasil deve atingir a tão sonhada meta de ter 30% das cadeiras dos conselhos de administração ocupadas por mulheres, segundo Anna Guimarães, presidente do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil. A entidade, voltada a promover iniciativas de equidade de gênero nas empresas, afirma que o percentual passou de 8,5%, em 2019, para os atuais 20%. O crescimento fez com que o País subisse para a oitava posição entre todos os 21 participantes do 30% Club globalmente.
HubSpot com foco no país
HubSpot, empresa que vende softwares focados em melhorar o relacionamento entre empresas e clientes, planeja expandir sua fatia de mercado no Brasil em 2024. Com lucro global de US$ 2,17 bilhões em 2023 (25% a mais que no ano anterior), a empresa assistiu a um aumento de 23% no número de clientes no mesmo período. No mercado latino-americano, a maior parte de seus clientes está no Brasil.
Expansão com aquisição
A Selbetti Tecnologia, maior integradora de TI do País, atingiu R$ 555 milhões de faturamento em 2023. O resultado representa um crescimento de 23% em relação a 2022. Nos últimos anos, a empresa tem investido em aquisições como parte de sua estratégia de expansão. Foram mais de 35 empresas adquiridas até o início deste ano. Isso fez a empresa atingir a cifra de mais de R$ 100 milhões de faturamento apenas em aquisições no ano passado. Para 2024, segundo o CEO Junior Selbach, está nos planos da companhia realizar mais quatro aquisições com ênfase no segmento de software, em negociações que devem movimentar mais de R$ 80 milhões.