Lucro da Petrobras cai 38%, para R$ 23,7 bilhões
Por Paula Cristina
Na semana em que o presidente Lula oficializou a saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras, o balanço da petroleira também deu o que falar. O lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, caiu 38% na comparação anual, e ofuscaou, em parte, o pagamento dos dividendos e JCP da ordem dos R$ 13,4 bilhões.
Do ponto de vista do balanço, tirando toda tensão política da saída de Prates, o mau humor do mercado refere-se à queda no volume de vendas, quando comparado ao ano passado. Analistas e corretoras previam que o lucro líquido bateria R$ 31,6 bilhões, mas perdas de resultados operacionais, despesas maiores que as esperadas e a desvalorização cambial cobram seu preço. A expectativa é que a empresa equacione tais baixas nos próximos trimestres, e não se deixe contaminar pelo ambiente político, com incertezas sobre o rumo da companhia.
Em relatório, o banco Safra pontuou que o resultado da Petrobras ficou abaixo das suas expectativas, com destaque para o Ebitda, que caiu 17% em relação ao 4T23, diante da queda nos volumes de petróleo e derivados, também devido à redução do preço do petróleo e das margens do diesel. Em relação aos dividendos – que totalizaram R$ 13,45 bilhões – o Safra avaliou que eles ficaram em linha com a política da empresa, mas superiores à previsão da casa de R$ 10 bilhões.
“Apesar dos resultados abaixo do esperado, acreditamos que a atenção do mercado estará majoritariamente no potencial pagamento de dividendos extraordinários e incluirá gradualmente o calendário para o arranque das novas plataformas que deverão dar suporte ao guidance de produção”, disse o banco. Fator determinante, junto com o novo presidente, para melhora das ações.