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Starbucks sob nova direção

Operação brasileira da maior rede de cafeterias do mundo será comandada pela Zamp, que administra o Burger King. Negócio deve garantir a sobrevivência da marca no varejo brasileiro

Crédito:  Costfoto/NurPhoto

Troca de comando na operação da Starbucks no Brasil depende da aprovação pelo Cade (Crédito: Costfoto/NurPhoto)

A operadora de redes de fast food Zamp anunciou na quinta-feira (6) a compra da operação brasileira de lojas da rede de cafeterias norte-americana Starbucks por R$ 120 milhões, segundo ata do conselho de administração da empresa divulgada ao mercado. A Zamp atualmente administra a operação no Brasil das redes Burguer King e Popeyes.

A SouthRock, que operava a rede de cafeterias no Brasil, pediu recuperação judicial no final do ano passado. A empresa possui cerca de 140 lojas da marca norte-americana no Brasil. Em comunicado ao mercado, a Zamp informou que o preço de R$ 120 milhões está sujeito a ajustes, para refletir termos como a quantidade de lojas efetivamente adquiridas, bem como o nível de estoque na data de fechamento do negócio.

“A consumação da operação está sujeita a determinadas condições suspensivas, dentre elas a autorização judicial no âmbito da recuperação judicial da SouthRock, na forma da lei, a aprovação da operação pelo Cade e a celebração de contratos definitivos com a Starbucks Corporation na qualidade de titular da marca Starbucks, além de outras usuais em operações dessa natureza”, acrescentou o comunicado.

(Norikazu Tateishi)

120 milhões de reais
é o valor da compra da operação nacional da cafeteria Starbucks pela Zamp

Zamp informou ainda que, dada a situação de recuperação judicial da operadora da marca no País, que vai comprar os ativos em processo competitivo de propostas fechadas, podendo igualar eventuais ofertas por eles apresentadas por terceiros. “A companhia terá direito a ser indenizada caso não seja vencedora do processo competitivo”, completou.

DÍVIDA

A SouthRock Capital, além da Starbucks, detém Subway e Eataly no Brasil. Ela entrou com pedido de recuperação judicial em 31 de novembro do ano passado, na 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo. O valor da ação é de R$ 1,8 bilhão. Em nota divulgada naquela época, a SouthRock afirmou que entrou com o pedido de recuperação judicial “para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil”, seus colaboradores e consumidores.

Segundo o fundo de investimentos, a medida foi adotada em conjunto a decisões estratégicas “para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica”. “Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”, disse.

A empresa citou desafios econômicos resultantes da pandemia, além da inflação e dos juros elevados, como fatores que agravaram a situação de “todos os varejistas, incluindo a SouthRock”.

Fundada em 2015, a SouthRock tem em seu portfólio também os direitos da rede TGI Fridays e também a Brazil Airport Restaurants (BAR), voltada a praças de alimentação de aeroportos. A empresa afirma que todas as marcas continuarão operando.

“A SouthRock segue comprometida em continuar trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros comerciais para criar as condições necessárias para seguir desenvolvendo e expandindo todas as suas marcas no Brasil ao longo do tempo”, informou a empresa, em nota.