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Dacia Duster, o futuro do presente: por que não lançam no Brasil?

Crédito: Divulgação

Dacia Duster Extreme Hybrid 140: o europeu traz várias melhorias em relação ao "nosso" Duster (Crédito: Divulgação )

Texto adaptado Flávio Silveira
Reportagem Alessio Frassinetti

Para nós é futuro; para a Europa, presente. Uma nova geração do Dacia Duster já estreou por lá, e, por melhor que seja o Renault Duster 1.3 turbo vendido hoje no Brasil, a marca deveria lançar logo aqui essa novidade – que já avaliamos na versão Extreme, com visual aventureiro e um novo sistema híbrido completo com motor 1.6 a gasolina (aqui seria flex) e 140 cv. Afinal, o SUV evoluiu muito: as formas arredondadas deram espaço a cortes limpos e superfícies planas, que o deixaram mais robusto visualmente, sem perder a essência. A menor área envidraçada é fundamental na mudança – mas, ao volante, tem consequências: o banco alto proporciona uma sensação de domínio sobre a estrada, mas o tamanho do para-brisas e o capô alto reduzem a visibilidade.

E as inovações não foram só estéticas, pois ele foi construído sobre a nova plataforma CMF-B da Renault, compatível com diversas mecânicas (aqui, terá a evolução dela, RGMP, que estreou no Kardian). Além do 1.0 a gás natural, os europeus podem comprar o novo 1.2 com eletrificação leve de 48V e tração nas duas ou quatro rodas e este E-Tech Hybrid 140 que testamos. Quanto a ele, como em outras aplicações, não espere aceleração rápida ou emoção ao volante. Foi criado para ser eficiente, e principalmente na cidade. Em estradas, a 90 km/h, marcamos 18 km/l. Bom pra quem faz um uso urbano, mas com viagens ocasionais.

O comportamento na estrada melhorou: agora o Duster, enfim, tem uma direção leve – às vezes, até demais –, além de um acerto bem diferente do modelo anterior.

O mais importante é que dinâmica progrediu: os amortecedores digerem muito bem a aspereza da estrada sem decepcionar nas curvas e, no geral, há uma agradável sensação de agilidade e de precisão de condução.

Essa é outra boa consequência de usar a plataforma mais moderna, bem superior às das duas últimas gerações do Duster (como já pudemos comprovar na avaliação do surpreendente Kardian). Pena que acima de 120 km/h apareça um dos pontos fracos, o ruído aerodinâmico nas colunas.

Quanto à cabine, já era um ponto positivo e, apesar de a carroceria continuar com 4,34 metros de comprimento, ela ganhou espaço – principalmente na largura, mas também para os joelhos dos passageiros no banco traseiro (3 cm extras).

Graças aos amplos ajustes do volante e do banco (outra evolução), não é difícil achar uma boa (e confortável) posição de dirigir – mesmo quem tem mais de 1,80 metro de altura. Faltam alguns sistemas ADAS avançados, mas há frenagem de emergência, assistente de faixa e alerta de congestionamento.

(Divulgação)
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Design, ergonomia e cuidado com os detalhes evoluíram, embora ainda haja muito plástico duro no acabamento. O desenho do volante, achatado em cima e embaixo, melhora a visibilidade. O painel é digital, com tela de 7” (a central tem 10,1”). Foram mantidos comandos físicos, mais fáceis e rápidos, para funções como o ar-condicionado. À frente da pequena alavanca de câmbio, ficam o carregador por indução e duas tomadas USB-C

Testamos também o Duster TCe 130, que usa um novo sistema híbrido leve e motor 1.2 de 130 cv. Mostrou boa reatividade em baixas e médias velocidades e disposição para retomadas, graças aos 230 Nm de torque e ao bom escalonamento das marchas. Seu consumo médio foi de 14 km/l: bom, considerando que rodamos em estradas com limites mais altos, de 110 a 130 km/h.

Por fim, a capacidade off-road: na Europa, o Duster nunca deixou de ser um SUV “de verdade”, com opção 4×4. Agora, usa o sistema híbrido leve, com força mais do que suficiente, e um câmbio com a primeira marcha reduzida.

Continuam ótimos:
a distância do solo (21,7 cm),
o ângulo de ataque (31°),
o ângulo de saída (36°).

Além disso, a tração melhorou, com adição de um novo modo de condução fora de estrada, e, nas descidas, nem é preciso pisar no pedal do freio, pois há HDC (assistente de descida). Infelizmente, ele não deve voltar ao Brasil. O híbrido completo seria a melhor opção, mas a marca precisa avaliar bem custos e estratégias.

Dacia Duster Extreme Hybrid 140

Preço básico (Europa) R$ R$ 110.000
Carro avaliado (Europa) R$ R$ 155.000

Motores: dianteiro, a combustão, 4 cilindros em linha, 1.6, 16V + dianteiro, elétrico, sistema híbrido série-paralelo Combustível: gasolina e eletricidade
Potência: 94 cv a 5.600 rpm + 49 cv = 140 cv
Torque: 148 Nm a 3.600 rpm + 205 Nm = não divulgado
Câmbio: automatizado, quatro marchas
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: n/d
Tração: dianteira
Dimensões: 4,34 m (c), 1,81 m (l), 1,66 m (a)
Entre-eixos: 2,66 m
Pneus: n/d
Porta-malas: n/d
Tanque: n/d
Peso: 1.455 kg
0-100 km/h: 10s1
Velocidade máxima: 174 km/h
Consumo médio**: 19,6 km/l
Nota do Inmetro: A*
Classificação na categoria: A* *Estimado **Europa