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Konica Minolta Healthcare quer o Brasil como hub de tecnologia para saúde

Multinacional japonesa de imagens gráficas e médicas, Konica Minolta quer expandir divisão de healthcare no Brasil por meio de exportação e novas tecnologias, como radiografia dinâmica

Crédito:  Freepik

Konica Minolta Healthcare lidera o mercado de raios X digitais, com cerca de 800 equipamentos operacionais, e de placas DR, que somam 1,8 mil unidades (Crédito: Freepik)

Por Letícia Franco

Quando a Konica Minolta inaugurou sua primeira fábrica de healthcare no Brasil – a primeira do grupo no mundo – em 2015, a multinacional japonesa especializada em equipamentos para escritório e diagnósticos decidiu apostar na atualização do mercado de exames médicos de imagem para expandir sua divisão de saúde no País. Nove anos depois, a Konica Minolta Healthcare lidera o mercado de raios X digitais, com cerca de 800 equipamentos operacionais, e de placas DR, que somam 1,8 mil unidades.

Para continuar em ritmo de crescimento no País, a gigante com faturamento de R$ 9 bilhões aposta em novas tecnologias, que incluem medicina veterinária e radiografia digital dinâmica (DDR), para o mercado interno e externo nos próximos anos. “O objetivo é tornar a divisão um hub de exportação de tecnologias médicas”, disse à DINHEIRO Daniel Martins, CEO da Konica Minolta Healthcare do Brasil, primeiro brasileiro a assumir o cargo no grupo.

Hoje, o healthcare representa 10% do faturamento global da empresa, enquanto no Brasil a representatividade da vertical nos negócios sobe para 40%. Segundo Martins, o destaque se deve a uma série de investimentos no mercado nacional. Quando o executivo iniciou sua trajetória na parte comercial do grupo, em 2012, a companhia tinha uma rede de vendas através de distribuidores dos Estados Unidos, sem fabricação local. A entrada de Martins coincidiu com o desenvolvimento da divisão de saúde no País, que, após três anos de análise de mercado, abriu uma subsidiária e escolheu a região para ter a primeira fábrica de saúde da multinacional. Com a aquisição da brasileira Sawae, fabricante de aparelhos para raio X, a japonesa uniu a produção analógica a uma puramente digital.

(Divulgação)

“O objetivo é tornar a divisão um hub de exportação de tecnologias médicas.”
Daniel Martins, CEO Konica Minolta Healthcare

A unidade em Nova Lima, em Minas Gerais, é responsável pela fabricação de tecnologias como raio X e aparelho de mamografia. E agora apresenta também a radiografia digital dinâmica, uma técnica que tem chamado a atenção dos profissionais da saúde por sua capacidade de fornecer imagens detalhadas e em movimento, aumentando as possibilidades de diagnóstico e tratamento. Em análise junto aos órgãos de controle, a tecnologia deve ser disponibilizada pela Konica Minolta para o mercado brasileiro ainda neste segundo semestre, de acordo com Daniel Martins. A DDR já é utilizada nos Estados Unidos e Europa.

Além de oferecer produtos para a saúde primária e saúde da mulher, a divisão passou a fabricar e comercializar aparelhos para medicina veterinária no ano passado. “O software que utilizamos agiliza o processo de identificação do animal”, afirmou o CEO. Para ampliar sua participação no mercado, o grupo também realiza investimentos em soluções de Inteligência Artificial, business intelligence e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) para que clínicas e hospitais obtenham diagnósticos mais precisos, principalmente em casos de saúde da mulher. “Vamos trabalhar os equipamentos de mamografia com IA, inclusive para ter mais facilidade no manuseio e chegar em mais cidades”, disse Martins.

REESTRUTURAÇÃO

Com novo CEO e o investimento em novas tecnologias, a reestruturação do setor de healthcare também foi um movimento adotado pela multinacional japonesa em sua divisão. Toda a estrutura organizacional foi atualizada depois de oito anos de crescimento acelerado. Afonso Portugal foi nomeado ao cargo de country business manager, responsável por liderar as principais áreas de negócios da operação no Brasil, para apresentar crescimento a longo prazo. “Nossa reestruturação foi planejada com muita responsabilidade para operarmos com crescimento sustentável. Por meio de investimentos assertivos e com ações de longo prazo”, disse Portugal. Hoje, são 11 áreas, que contemplam desde a controladoria de produção até o marketing.