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Hope diversifica portfólio, busca novo consumidor e mira receita 32% maior

Companhia de moda íntima, praia e fitness investe R$ 20 milhões em 2024 para lançar peças mais acessíveis e expandir lojas com mix de produtos

Crédito: Claudio Gatti

"A expansão passa pelas franquias e diversidade de categorias e preços das peças", diz Sandra Chayo, diretora do Grupo Hope (Crédito: Claudio Gatti)

Por Letícia Franco

Flexibilidade e equilíbrio são alguns benefícios do yoga, prática incorporada há anos na rotina de Sandra Chayo, diretora do Grupo Hope. As habilidades também se estendem para o dia a dia à frente da companhia de peças íntimas, praia e fitness fundada por seu pai, Nissim Hara, em 1966. Flexibilidade para se adaptar ao mercado e criar tendências. Equilíbrio entre suas estratégias para alcançar um novo consumidor, como a aposta na marca de beachwear e fitness, Hope Resort, na produção e comercialização de peças de lingerie mais acessíveis e expansão das lojas Hope Duo, formato que apresenta um mix de produtos entre suas marcas. Para isso, a companhia investiu R$ 20 milhões em 2024 e prevê aumento de 32% na receita deste ano e de 50% em 2025.

Com 290 lojas no Brasil, sendo apenas nove próprias, a Hope faturou R$ 350 milhões em 2023 com lojas franqueadas.
Para 2024, a expectativa de receita nesse segmento é de R$ 450 milhões, aumento que deve ser impulsionado pela inauguração de unidades híbridas.
Com peças das marcas Hope e Hope Resort, o modelo de loja chamado Hope Duo, até então destinado a cidades com até 200 mil habitantes, agora vai ampliar o raio de atuação e poderá ser franqueado em cidades com mais 500 mil habitantes e capitais.

A primeira foi inaugurada na Vila Madalena, em São Paulo, no início de maio. Campinas (SP) e Novo Hamburgo (RS) devem receber as novas unidades neste segundo semestre. “Lançamos o formato durante a pandemia para ampliar presença no interior e deu muito certo”, disse Sandra Chayo. A meta é atingir 700 pontos de venda até 2029.

Outra aposta para dobrar a base de clientes é a entrada da companhia em um mercado de preços mais baixos. Batizada de Light, a coleção lançada em março tem calcinhas vendidas por R$ 29,90 e sutiãs de R$ 49,90. Nas outras coleções, a calcinha mais barata custa R$ 39,90 e os sutiãs, a partir de R$ 89,90. Assim, a empresa que atende mais mulheres de classe A e B, aumenta seu público-alvo com as consumidoras da classe C e compete com os preços das lojas de departamentos, como Marisa e Americanas, duas companhias que estão enfraquecidas no mercado. “Também vamos consolidar a linha masculina com propostas ainda mais competitivas”, acrescentou Chayo.

Marca de beachwear e fitness é uma das principais apostas de crescimento do grupo nos próximos anos (Crédito:Divulgação )

INOVAÇÃO

O plano é mais um grande projeto da executiva, que iniciou sua trajetória no grupo em 1998. Sandra Chayo liderou grandes mudanças na companhia durante mais de duas décadas. “A inovação é a essência de todos os meus projetos”, afirmou ela. E a inovação destacada por ela vai muito além da tecnologia.

É sobre inovar no modelo de negócios por meio do pioneirismo de peças, como as calcinhas sem costura e os sutiãs com bojo na sua versão popularizada. E também com o lançamento de lojas monomarca de moda íntima no Brasil. “Foi uma tendência que observei fora com as lojas da Victoria’s Secret e trouxe para o País em 2005 por meio de franquias”, disse a executiva.

Já a Hope Resort, criada em 2017 e uma das protagonistas do novo look da Hope, marcou a expansão da companhia para além do underwear, influenciada pelo crescimento de wellness, conceito que se refere a princípios de bem-estar e qualidade de vida cotidiana.

As peças para vestir em momentos de lazer, atividade física e até mesmo durante o expediente, foram inspiradas no dinamismo da mulher brasileira. Inclusive de Sandra, que veste as coleções para liderar mais uma fase do grupo com flexibilidade e estilo.