Por Alexandre Inacio

Estudo da consultoria Oliver Wyman estima que o programa “Combustível do Futuro” será um dos principais vetores do processo de descarbonização. O PL já foi votado na Câmara dos Deputados e precisa passar pelo Senado para ir à sanção. Se tudo der certo, o projeto poderia reduzir em 15% o tamanho da contribuição que o Brasil precisa no total de emissões. Na prática, o País reduziria em 27 milhões de toneladas a quantidade de CO2 lançada na atmosfera. Nas contas da consultoria, seriam necessários investimentos de R$ 58 bilhões na cadeia de produção de biocombustível para atender a demanda de 11,7 bilhões de litros de combustíveis líquidos e 3,4 bilhões de m3 de biometano, que seria gerada com a aprovação do programa. E não é só no meio ambiente que o projeto pode ter impacto A Oliver Wyman estima que a arrecadação de impostos anual, caso esses investimentos se concretizem, seria de cerca de R$14 bilhões. O Brasil também poderia reduzir sua dependência em relação às importações, da ordem de 54% para combustíveis líquidos e em 38% para a compra de gás natural.

COP-30
Sebrae e Airbnb se unem para conferência

De olho na próxima reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), no Pará, o Sebrae e o Airbnb anunciaram uma capacitação de proprietários de imóveis que já são anfitriões e interessados em entrar na plataforma. A ideia é qualificar novos e atuais anfitriões da Região Metropolitana de Belém para contribuir com o turismo local, antes, durante e após a realização da conferência, em novembro de 2025. A expectativa é capacitar 3 mil pessoas entre empreendedores, anfitriões e membros da comunidade, por meio de cursos e oficinas gratuitas oferecidos pelo Airbnb. “Um dos destaques é o empoderamento econômico da população, que poderá disponibilizar acomodações e se beneficiar economicamente não só da COP-30, mas do legado que o evento vai deixar na cidade”, disse Aleksandra Ristovic, gerente de relações institucionais do Airbnb no Brasil.

LOGÍSTICA
Natura substitui diesel por biometano na frota

A Natura acaba de lançar a primeira frota de carretas movidas a gás biometano. A substituição dos atuais veículos a diesel por 20 novos com combustível verde reduzirá as emissões de carbono em 82%. A mudança engloba 35% de toda a operação de fretes pesados da Natura no Brasil. As novas carretas farão o transporte unificado de coleta e entrega de matéria-prima, insumos e produtos acabados da Natura e da Avon. A frota consiste em 20 cavalos mecânicos e 50 carretas, que transportam as mercadorias. Os novos equipamentos serão responsáveis por cerca de 1.250 viagens mensais. “Pretendemos ampliar ainda mais a nossa frota verde e, neste momento, estamos estudando a rota São Paulo-Minas Gerais com nossos fornecedores para criar um corredor verde com pontos de abastecimento”, disse Eduardo Sá, diretor executivo de Operações e Logística da Natura.

INVESTIMENTO
Anglo-American aporta R$ 5 bi em tecnologia de rejeitos

A mineradora Anglo-American está investindo R$ 5 bilhões na implementação de uma planta de tecnologia de filtragem em sua mina localizada em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais. A ideia é evitar o lançamento de 85% do rejeito total para a barragem, dando continuidade à sua operação de minério de ferro. A previsão é que a nova planta de filtragem inicie os trabalhos até o fim de 2025. “Esse processo vai oferecer inúmeros benefícios ligados à sustentabilidade da operação, entre os quais mais vida útil da barragem e continuidade do empreendimento Minas-Rio”, disse o diretor de projetos, Euler Piantino. Já existem estudos para que a Anglo-American filtre 100% dos rejeitos e reaproveite aqueles já despejados.

EMISSÕES
SP quer atrair mais adeptos para o Net Zero

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo quer atrair mais gente para o programa estadual SP Carbono Zero. A entidade criou novas formas de reconhecimento para empresas e entidades que aderirem ao programa, reportando voluntariamente seu inventário de emissões diretas e estabelecendo uma trajetória de descarbonização até 2050. Com a atualização, o selo Platina será concedido para quem comprovar a adesão à campanha Race to Zero, independentemente de seu porte. Já aqueles que se comprometerem a neutralizar suas emissões até 2050, sem terem ainda entrado na Race to Zero, receberão o selo Ouro. O Race to Zero é o programa da ONU que visa zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

PLÁSTICO
Embalagem vira decoração

A famosa marca de produtos para cama, mesa e banho Buddemeyer decidiu começar a substituir o plástico de suas embalagens por materiais biodegradáveis e pelo próprio tecido dos produtos. As novas embalagens foram projetadas para serem reutilizáveis, tornando itens de decoração e organização das roupas de cama. A empresa foi a primeira da indústria têxtil brasileira a receber a certificação Carbono Neutro, reforçando sua liderança em práticas sustentáveis. A estratégia passa pela tentativa de garantir o ciclo produtivo responsável, mitigando os impactos ambientais.