Ouribank expande portfólio e investe em visibilidade para crescer
Após rebranding, Ouribank avança em bank as a service e em crédito para médias empresas, com meta de R$ 2 bilhões em concessões em 2025. E retoma atuação no mercado imobiliário
Por Beto Silva
Quando o Banco Central intensificou as ações para colocar em prática o Novo Marco Legal do Câmbio, em 2021, o Banco Ourinvest estava em plena transformação digital. A modernização das regras cambiais, da década de 1970, era necessária para regulamentar as operações do mercado, desburocratizar os processos de câmbio e simplificar às normas até então vigentes. Ao mesmo tempo em que para o Ourinvest era fundamental dar um passo à frente em tecnologia, para acompanhar o mercado que, no Brasil, é avançado tanto com relação aos tradicionais bancões quanto no surgimento de fintechs e suas soluções inovadoras. Por isso, nos últimos três anos, a instituição financeira investiu em tecnologia R$ 150 milhões em cada período. Também ampliou seu portfólio. Como consequência dessa evolução, mudou de nome. Ourinvest, fundado em 1979, passou a se chamar Ouribank em dezembro de 2023.
Mudou a logomarca. Um rebranding que, na prática, já ocorrida desde 2021. “Não somos concorrentes nem dos grandes bancos, nem de banco digital. Mas entendemos que o mundo exige agilidade e rapidez”, disse à DINHEIRO Fernanda Consorte, diretora de relações institucionais do Ouribank.
A nova fase da companhia está atrelada ao seu DNA de inovação e pioneirismo.
• Realizou o primeiro eurobônus brasileiro no exterior e o primeiro Fundo de Ativos da Dívida Nacional.
• Foi acionista e assessor do primeiro programa de privatização do governo de São Paulo, a Rodovia Anhanguera.
• E criou o primeiro CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) do País. A referência em câmbio continua – ainda é o core business. Ainda.
• O banco avança em outros segmentos, sempre com o foco nas médias empresas, com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões.
“Com uma operação mais completa e integrada e atendimento personalizado”, ressaltou a executiva.
AMPLITUDE
No plano do Ouribank está a meta de alcançar R$ 2 bilhões em sua carteira de crédito até o final de 2025. Um salto significativo diante do atual volume, na casa dos R$ 200 milhões. “Estamos trabalhando forte nisso. Não significa dar crédito aleatoriamente. Pelo contrário. O banco tem perfil bem conservador em tomar risco. Vamos com certeza nas nossas decisões, bem criteriosas”, afirmou Fernanda.
Na linha de ampliação de portfólio, o Ouribank atua no que chama de hub de serviços. Uma espécie de bank as a service (BaaS), para correspondentes cambiais, remessadoras, fintechs, marketplaces, e-commerces e corretoras. Um dos clientes é a Nomad, fintech que oferece conta digital em dólar, cartão, investimentos no exterior e transferências internacionais.
Além disso, tem colocado o pé novamente em real state, serviço que disponibilizou no passado, vendeu a operação, mas retomou a atuação no mercado imobiliário. A ideia é ser um agente de fomento da construção civil, focado – mais uma vez – nas pequenas e médias empresas e ser parceiro financeiro dos construtores. Com uma prateleira que atende necessidades de compra de carteira de recebíveis, financiamento de obras, operações de estoque e crédito com garantia imobiliária.
500 mil clientes
é a base do ouribank, que pretende avançar na oferta de serviços a eles
50%
cresceu a instituição financeira nos últimos quatro anos
R$ 2 bilhões
é a meta a ser atingida até o fim de 2025 na carteira de crédito da empresa
Essa gama mais ampla de serviços visa alcançar potenciais clientes nas regiões do Nordeste e do Sul do País, além de difundi-los entre os atuais 500 mil clientes de sua base. Diante do aumento do cardápio e do projeto de crescimento, o Ouribank tem reforçado sua área comercial. Executivos com passagens por bancos como Alfa e Safra e vasta experiência no setor financeiro têm sido contratados para reestruturar o setor. “E trazer coisas novas”, disse Fernanda, ao destacar ainda uma mudança de filosofia da companhia, que atuava de maneira mais low profile e agora se mostra mais ao mercado, com exposição de marca, ampliação de marketing, maior participação em feiras nacionais e internacionais e preparo de mais porta-vozes junto à mídia. “Estamos em uma curva acelerada”, frisou a diretora. Uma expansão que vale ouro.