Motor Show

Conheça a elegância clássica do Mercedes-Benz E300, o ‘tapete voador’

Em nova geração, o Mercedes-Benz Classe E preserva sua dirigibilidade irrepreensível e a elevada dose de luxo – e ainda ganha mais desenvoltura com uma ajudinha da eletrificação

Crédito: Divulgação

Mercedes-Benz E300 Exclusive MHEV: luxo e a sofisticação aparecem por todos os cantos (Crédito: Divulgação)

Por  Rafael Poci Déa

Não se trata de uma revolução estilística, pois, acima de tudo, o Classe E precisa sempre continuar sendo um Mercedes-Benz por excelência. Esta décima primeira geração (código W214) do sedã executivo transmite, em certos momentos, a sensação de que estamos a bordo do flagship da marca alemã, ícone maior do luxo automotivo teutônico, o Classe S. Elegante como sempre, a novidade evita seguir a moda da “cupezação” dos carros e mantém seus três volumes bem definidos – um design característico ao longo dos 75 anos de sua produção, iniciado pelo modelo 170 S.

Mas foi apenas a partir da série W210 (1995 a 2002, com a carroceria de sedã) que ele se transformou em verdadeiro símbolo de status e foi reconhecido entre os consumidores brasileiros, exibindo quatro faróis circulares e equipamentos que eram exclusivos à época, mas hoje são comuns a diversos modelos.

O design aristocrático do exterior ostenta rodas de 20 polegadas desenhadas com 20 raios, faróis full-LED e lanternas cujo arranjo interno exibe a estrela de três pontas do fabricante de Stuttgart. Sem mudanças significativas nas dimensões em relação ao antecessor (W213), temos:
4,949 metros de comprimento,
1,948 de largura,
e 1,469 de altura.

Na hora de acessar a cabine, as maçanetas embutidas e iluminadas saltam logo ao se destravar as portas, assim como ocorre no irmão 100% elétrico, o Mercedes-AMG EQS 53.

Uma vez dentro do sedã, o luxo e a sofisticação aparecem por todos os cantos e em cada detalhe do habitáculo, justificando o preço de R$ 639.990. À primeira vista, é o primeiro carro fora da linha Mercedes-EQ a oferecer o painel MBUX Superscreen, que incorpora o quadro de instrumentos de 12,3”, a tela central de 14,4” e um monitor de 12,3” dedicado ao carona. Ao todo, são 39” de telas espalhadas pela cabine, responsáveis por transmitir as informações e funcionalidades tanto de entretenimento quanto do sistema de navegação nativo com realidade aumentada.

Não bastasse isso, há, ainda:
head-up display colorido,
áudio premium Burmester 4D com 17 alto-falantes e 730W,
iluminação ambiente configurável em 64 cores,
carregador de smartphone por indução,
teto solar panorâmico,
e até câmera interna para fazer selfies com o carro parado.

Tanto na dianteira quanto na traseira, os bancos são extremamente confortáveis, e quem viaja atrás desfruta de muito espaço devido aos 2,961 metros de entre-eixos: o espaço para pernas e joelhos cresceu em 20 mm e 17 mm, respectivamente, e, para os ombros, em 25 mm, aproximando-o bastante do ultraluxuoso Classe S.

A privacidade é garantida por persianas laterais e traseiras, enquanto o porta-malas tem capacidade para generosos 540 litros, mais que em muito SUV médio (no Classe C são 455 litros), caindo a 430 litros na variante elétrica EQE.

Alguns consideram exagero, mas o novo Classe E tem 39” de telas espalhadas pela cabine, sendo uma delas exclusiva para o passageiro. Seu acabamento interno é irrepreensível, aproximando-se muito do visto no suntuoso Classe S, modelo mais caro da marca. (Crédito:Divulgação)

(Divulgação)
(Divulgação)

Acima, porta com comandos elétricos do banco do motorista, uma das maçanetas retráteis e iluminadas e o enorme espaço no banco traseiro (repare no amplo teto solar duplo) (Crédito:Divulgação)
O botão de partida (acima) e as belas rodas de aro 20 (abaixo) (Crédito:Divulgação)
(Divulgação)

As lanternas têm um arranjo interno que reproduz a estrela de três pontas do fabricante de Stuttgart, enquanto as saidas de escape ficam escondidas (Crédito:Divulgação)

Tapete Voador

Independentemente da geração, todo Classe E pode ser considerado um “tapete voador” pela suavidade de condução. No mercado brasileiro, o sedã, por enquanto, é oferecido com o motor 2.0 turbo a gasolina combinado a um sistema híbrido-leve. O primeiro trabalha conjuntamente com o câmbio automático nove marchas 9G-Tronic para entregar 258 cv de potência e 40,7 kgfm de torque, sendo auxiliado pelo conjunto híbrido-leve que fornece apenas 23 cv, proporcionando um fôlego extra só em situações de maior demanda, como em ultrapassagens ou arrancadas mais fortes, e auxiliando no funcionamento do sistema start-stop – que atua inclusive em velocidades de cruzeiro, reduzindo o consumo de modo discreto.

Ao volante, o E300 nem parece ter 1.855 quilos, pois entrega reações bem rápidas e progressivas, com um 0-100 km/h em 6,3 segundos e máxima de 250 km/h. Esses números se refletem no comportamento ágil tanto no uso urbano quanto rodoviário, e os modos de condução transformam a personalidade do sedã executivo. Bem definidos entre si, permitem que as reações variem de suaves a esportivas. De qualquer modo, antes de chegar a meio curso do pedal do acelerador, e mesmo no programa mais comedido (Eco), ele dispara sempre com voracidade. E, em qualquer rotação, o nível de silêncio a bordo é absoluto devido ao seu magnífico isolamento acústico, que deixa do lado de fora todos os ruídos indesejados.

Embora utilize largos pneus de medidas 245/40 R20 na frente e 275/35 R20 atrás, o conforto não é sacrificado, pois as suspensões pneumáticas são calibradas para o máximo conforto e deixam os passageiros em “outra dimensão”. A direção leve ao esterço coopera para uma dirigibilidade suave, mas sem deixar de ser conectada ao piso e muito precisa.

Exibindo a clássica estrela de três pontas sobre o capô e diante dos olhos do motorista, apesar dos quase cinco metros de comprimento, o Mercedes-Benz Classe E transmite a sensação de ter medidas inferiores, com sua dinâmica auxiliada pelas rodas traseiras esterçantes em até 4,5º (também facilitam manobras em locais apertados).

O motorista ainda é mimado e protegido por muitos sistemas de direção semiautônoma (ADAS), como:
câmera 360º,
assistente de mudança de faixas/manobras evasivas,
monitor de pontos cegos,
frenagem automática,
e muito mais tecnologia do que cabe aqui.

O Classe E pode não ser ainda um Classe S, mas chega perto, aliando luxo e requinte a uma experiência de condução muito elogiável. Questões de estratégia comercial, mas podemos chamá-lo, sim, de “irmão bem próximo” do verdadeiro flagship da marca.

Mercedes-Benz E300 Exclusive MHEV

• Preço básico R$ 639.900
• Carro avaliado R$ 639.900

• Motores: dianteiro, quatro cilindros em linha 2.0 16V, turbo, injeção direta, duplo comando de válvulas com variação na admissão e escape + elétrico (híbrido leve)
• Combustível: gasolina
• Potência: 258 cv a 5.800 rpm
• Torque: 400 Nm de 3.200 a 4.000 rpm
• Câmbio: automático, nove marchas
• Direção: elétrica
• Suspensões: braços sobrepostos (d) e multilink (t)
• Freios: discos ventilados
• Tração: traseira
• Dimensões: 4,949 m (c), 1,948 m (l), 1,469 m (a)
• Entre-eixos: 2,961 m
• Pneus: 245/40 R20 (d) e 275/35 R20 (t)
• Porta-malas: 540 litros
• Peso: 1.855 kg
• Tanque: 66 litros 0-100 km/h: 6s3
• Velocidade máxima: 250 km/h (limitada)
• Consumo cidade: 8,9 km/l
• Consumo estrada: 12,0 km/l
• Nota do Inmetro: C
• Classificação na categoria: C (Extra-Grande)