Finanças

Parece consórcio, mas é investimento

Setor está ganhando força como uma alternativa de acesso ao crédito para o brasileiro que não tem cartão de crédito ou limite disponível. A modalidade ajuda quem quer evitar dívidas com juros altos

Crédito:  freepik

Nos sete primeiros meses do ano, o setor de consórcios disparou 13,2%, segundo a associação Abac (Crédito: freepik )

Por Jaqueline Mendes

Renda fixa, fundos em dólar, bolsa e consórcio. Sim, consórcio. Não se espante se ouvir pessoas dizendo que vão investir em uma carta de crédito. Embora não sejam opções para crescer o patrimônio via rentabilidade, os consórcios têm se tornado opções para quem pretende adquirir um bem ­— carro ou imóvel, por exemplo —, sem encarar os juros exorbitantes de uma economia com a Selic em dois dígitos. Entre as principais vantagens se destacam a não cobrança de juros, a dispensa de um valor de entrada, o planejamento financeiro de longo prazo e a garantia do poder de compra, já que o valor do crédito é corrigido de acordo com o valor do bem.

Após um desempenho expressivo em 2023, quando alcançou um crescimento de 25,6% e movimentou R$ 316,70 bilhões em créditos comercializados, o setor de consórcios segue em alta em 2024. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), os primeiros sete meses deste ano registraram um aumento de 13,2% nas transações do setor, em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo a impressionante marca de R$ 201,6 bilhões em vendas de cotas.

Guilherme Carrasco, da Ademicon, afirma que a empresa tem crescido como opção de organização financeira (Crédito:Divulgação )

Dentre os seis principais indicadores do setor, quatro apresentaram crescimento significativo entre janeiro e julho de 2024, em comparação a 2023.
Os destaques foram os créditos disponibilizados, que registraram um aumento de 17,3%,
seguidos pelos créditos comercializados (13,2%),
o tíquete médio (8,7%),
as contemplações (4,5%),
e as cotas comercializadas (4,1%).

O crescimento do setor de consórcios se deve, em grande parte, à busca contínua dos consumidores por alternativas mais acessíveis e planejadas para a aquisição de bens e serviços. Ao contrário de financiamentos tradicionais, os consórcios oferecem vantagens como, por exemplo, a ausência de juros e a possibilidade de entrar no grupo sem a necessidade de uma entrada inicial, tornando-se uma opção atraente para quem busca investir sem comprometer o orçamento.

316,7 bilhões foi o total, em reais, movimentado pelo setor no ano passado, o melhor resultado da história, aquecido pela selic elevada
201,6 bilhões foi o resultado registrado, também em reais, de janeiro a julho deste ano, uma alta de 13,2% Sobre igual período de 2023

A trajetória de sucesso do setor de consórcios também pode ser observada nos resultados da Ademicon, a maior administradora independente de consórcios do Brasil em créditos ativos. A empresa fechou 2023 com R$ 18,6 bilhões em créditos comercializados, ultrapassando sua meta anual e registrando um crescimento de 54% em comparação a 2022.

Neste ano, a Ademicon atingiu um novo recorde de vendas em julho, com mais de R$ 2,6 bilhões em créditos comercializados, um crescimento de 69% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia totalizado cerca de R$ 1,5 bilhão.
Nos primeiros sete meses de 2024, a empresa já acumula mais de R$ 13,9 bilhões em créditos, o que representa um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2023.

Esses números refletem não apenas o bom desempenho da empresa, mas também o interesse crescente dos brasileiros por consórcios como uma forma de investimento e planejamento financeiro. Guilherme Carrasco, vice-presidente executivo da Ademicon, avalia que o crescimento expressivo da empresa é resultado da confiança dos clientes e da flexibilidade oferecida pela modalidade, que atende diferentes perfis e objetivos.

Os dados e relatos demonstram que o setor de consórcios está em pleno crescimento, oferecendo oportunidades para diferentes perfis de consumidores e investimentos em diversas áreas, como veículos, imóveis e serviços. A expectativa é que o segmento continue expandindo até o final de 2024, consolidando-se como uma alternativa cada vez mais atrativa para quem busca adquirir bens de forma planejada e com menor impacto financeiro.

O executivo da Ademicon destaca que o consórcio tem sido uma solução para quem deseja investir e adquirir bens sem a pressão de altas taxas de juros. “O modelo de consórcio permite que as pessoas se organizem financeiramente, oferecendo flexibilidade e oportunidades de investimento que atendem a diferentes necessidades”, explica Carrasco. Ele ressalta que a projeção para o restante do ano é de crescimento contínuo, acompanhando a demanda crescente por alternativas de aquisição de bens e serviços.

O sucesso da modalidade e o ritmo acelerado do setor indicam que os consórcios continuarão sendo uma escolha sólida para os brasileiros que buscam realizar seus sonhos e construir patrimônio de maneira planejada e sustentável.