Impacto: dois anos do Cubo ESG
Por Beto Silva e Allan Ravagnani
O Cubo ESG, iniciativa do Cubo Itaú em parceria com o Itaú Unibanco comemora dois anos de atuação e conexão de grandes corporações a startups do hub e suas inovações, que auxiliam empresas de diferentes setores a reduzir as emissões de carbono e a adotar práticas sustentáveis. Nesse período, o ecossistema produziu soluções que vão desde robótica não tripulada para a indústria marítima e portuária, passando pelo uso de Inteligência Artificial no combate e prevenção a incêndios florestais, até a aplicação de blockchain na rastreabilidade do lixo industrial. Ao todo, 44 startups integram esse núcleo no Cubo. Juntas, faturaram R$ 144 milhões em 2023 e somaram R$ 115 milhões em investimentos recebidos. Segundo Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, é evidente o crescente interesse de empresas e investidores na adoção de práticas mais sustentáveis. “Queremos ser o banco da transição para os nossos clientes e a inovação e a tecnologia são essenciais nessa jornada. O Cubo ESG, reconhecido já como uma das principais plataformas para empreendedores tecnológicos que trabalham para gerar impactos ambientais e sociais positivos, é uma das várias iniciativas que temos para apoiar as organizações em suas metas de descarbonização”, disse a executiva.
GÊNERO
Elas são maioria na Wiz Concept
Unidade de negócios do Grupo Wiz Co, que fornece soluções e serviços para empresas do setor de seguros, a Wiz Concept alcançou maioria de mulheres em cargos de liderança. Dos 35 líderes da unidade, 19 são executivas. No quadro geral de 530 colaboradores, 66% (ou 351) são mulheres. Os números são resultados da cultura corporativa implementada pelo grupo, que preza como um de seus pilares a equidade e a inclusão. “Mostram o nosso compromisso com a equidade e inclusão, pilar importante da nossa cultura”, afirmou Raquel Oda, diretora de Operações e Performance da Wiz Concept.
LUCRO À FRENTE DO SOCIAL
FGV: só 15% das empresas possuem fornecedores mulheres
Estudo da Fundação Getulio Vargas, realizado em parceria com a ONU Mulheres, constatou que entre as 109 grandes empresas analisadas apenas 15% contam com programas voltados para contratar fornecedores de propriedade de grupos socialmente subrepresentados: mulheres, afrodescendentes e LGBTs. Para a pesquisadora Priscila Miguel, que está à frente do levantamento, muitas vezes o setor de compras não compreende a importância de ações ESG. “Há um longo caminho a ser percorrido”, disse a pesquisadora, ao reiterar a necessidade de as empresas compradoras reverem processos e flexibilizarem as políticas de compras que costumam priorizar lucros em detrimento do contexto social.
PIX VERDE
Empresa promove transações alinhadas às práticas sustentáveis
A Matera, empresa de tecnologia para serviços financeiros, divulgou uma atualização em seu sistema para Pix, que passa a ser processado em Software Verde. O objetivo do ‘Pix Verde’ é garantir a eficiência e a escala já conhecida do produto, minimizando impactos ambientais. Para viabilizar, a empresa migrou o sistema para a nova família de processadores Graviton. Com a mudança, estima uma redução de 20% na infraestrutura em cloud, além de diminuir a emissão de carbono durante todo o processo. Isso acontece porque os processadores possuem eficiência energética, com tecnologia mais competitiva, melhor performance e redução de custos operacionais. Os ganhos em processamento apresentam incremento de até 30% na velocidade.
HABILIDADES VERDES
Green Skills são cada vez mais valorizadas por contratantes
Ofertas de emprego que exigem ao menos uma das chamadas green skills, movimento que defende que empresas sejam mais engajadas em causas ambientais e reforcem as práticas ESG, estão aumentando nos últimos tempos. O relatório Global Green Skills 2023, elaborado pelo LinkedIn, apontou que a demanda por profissionais com essas características cresceu 23% em 2022. Pensando nisso, a empreendedora Luciana Lancerotti, ex-CMO da Microsoft e fundadora da Gestão e Design de Impacto, falou no 3º Fórum Melhor RH ESG no painel Reciclagem profissional – Impacto de programas de aprendizado e atualização para habilidades verdes. “Se não começarmos a treinar pessoas para essa mudança de comportamento, não teremos elas como protagonistas no futuro”, disse.
TRANSPARÊNCIA
JiveMauá reportará mapa de riscos socioambientais dos ativos
Pioneira em avaliar impactos sociais e ambientais nos investimentos, a JiveMauá criou o Monitor ESG, painel que mapeia o nível de risco dos ativos investidos. A gestora utiliza um sistema de gestão socioambiental para identificar e mitigar os potenciais riscos nas operações e, para garantir a transparência das suas ações, passará a reportar a concentração de risco do seu portfólio nos relatórios disponibilizados para os investidores, uma ação inédita no mercado. “Somos um complemento da equipe de gestão, com a função de mostrar os riscos socioambientais para que eles sejam considerados no momento da tomada de decisão dos investimentos”, disse Juliana Pacheco, diretora de ESG da gestora.