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Tragédia de Mariana caminha para o acordo final

Crédito: Roberto Franco/UFMG

Desastre em Mariana: há indícios de que acordo envolve um novo pagamento de R$ 100 bilhões, ao longo de 20 anos (Crédito: Roberto Franco/UFMG)

Por Paula Cristina

A costura de um acordo envolvendo R$ 170 bilhões pode se tornar o último capítulo da trágica novela que envolve as mineradoras Vale, BHP e Samarco, as autoridades federais e estaduais e a cidade de Mariana (MG) onde, há nove anos, uma barragem se rompeu. A articulação de um acordo final vem sendo negociada pelo governo federal, ao lado do STF, na mediação entre os representantes dos moradores, autoridades políticas locais e os empresários. O acordo, que inclui pagamentos já realizados pelas empresas, também carrega novas obrigações financeiras, além da definição de novas obrigações que ficarão a cargo das mineradoras. Com tudo isso posto, o acordo foi praticamente fechado e, segundo fontes, pode ser assinado ainda em outubro. O plano é que a assinatura final saia antes de 5 de novembro, quando ocorreu a tragédia.

Advogados ligados à negociação revelaram à DINHEIRO que o acordo envolve um novo pagamento de R$ 100 bilhões, ao longo de 20 anos, que serão destinados para a compensação do colapso da barragem, que deixou 19 mortos e provocou um enorme desastre ambiental. Há ainda a execução de um programa de transferência de renda e um fundo para saúde. As companhias ainda terão R$ 32 bilhões destinados a indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental. O montante total considera ainda que já foram empenhados pelas mineradoras um total de R$ 38 bilhões desde o rompimento em 2015. O acordo, porém, não impede que novos processos sejam abertos.

R$ R$ 400 milhões É cifra que deve ser movimentada no Rio de Janeiro com reunião da cúpula do G20 durante o mês de novembro. Segundo o Visit Rio, serão 41 eventos promovidos pelo encontro,entre eles a Cúpula Social, o Giga Workshop Mural do Clima e o I Fórum de Planejamento Municipal

R$ R$ 4,3 bilhões Foi o valor pago pela MSC para deter participação da Wilson Sons. O negócio envolveu a compra de ações do acionista controlador da operadora portuária, OW Overseas (Investments) Limited, por R$ 17,50 por papel.

Termômetro
Indústria brasileira reage (e mercado comemora)

(Divulgação)

A indústria de transformação brasileira voltou a melhorar sua posição no ranking mundial de crescimento da produção, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). A produção industrial da transformação cresceu 2,9% no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. O desempenho alçou o Brasil à 40a posição em um ranking de 116 países com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (United Nations Industrial Development Organization, a Unido), segundo o estudo obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Um ano antes, a indústria de transformação brasileira amargava a 70ª colocação, ou seja, o País avançou 30 posições no ranking. Segundo Rafael Cagnin, economista chefe do Iedi, parte do dinamismo visto na indústria de transformação brasileira em 2024 é produzido por um impacto defasado do último ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que facilitou o acesso ao crédito para consumo de bens duráveis – essa defasagem na atividade costuma ser de alguns meses. Além disso, as políticas de estímulo à empresas promovidas pelo governo federal também ajudaram a dar tração neste mercado.