BYX deve monitorar R$ 18 bilhões em crédito consignado até o fim do ano
A fintech BYX, especializada em crédito com garantia, cresce impulsionada pela crescente demanda de gestoras por ativos de renda fixa, especialmente em meio à queda dos spreads de debêntures
Por Jaqueline Mendes
Com mais de R$ 600 bilhões em empréstimos em estoque, o crédito consignado é uma das modalidades mais consolidadas no Brasil. Seja por meio de empréstimos a aposentados e pensionistas do INSS ou pela antecipação do saque-aniversário do FGTS, milhões de contratos de pequeno valor são firmados anualmente entre originadores — principalmente correspondentes bancários — e pessoas físicas. Tradicionalmente, o sucesso nesse mercado está atrelado à capilaridade e à robustez da estrutura de atendimento. Isso, no entanto, começa a mudar.
Há mais de duas décadas no segmento, os empresários Fernando Perrelli e Victor Guidotti identificaram, em 2018, uma oportunidade para revolucionar essa dinâmica: uma plataforma ágil, prática e independente, capaz de oferecer previsibilidade e segurança tanto para as empresas que originam os empréstimos quanto para aquelas que os financiam. Assim nasceu a BYX, uma infraestrutura financeira que já monitorou mais de R$ 16 bilhões em crédito e espera alcançar R$ 18 bilhões até o final deste ano.
Esse crescimento está diretamente ligado à alta demanda de gestoras por ativos de renda fixa, impulsionada pela queda nos spreads de debêntures. Com foco na estruturação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), a fintech registrou um aumento expressivo de R$ 1 bilhão no volume sob custódia em apenas dois meses.
“A BYX é ideal para bancos que não querem investir em infraestrutura própria para originar empréstimos consignados, mas têm capital disponível para emprestar”, explica Fernando Perrelli, CEO e sócio-fundador. “Também atendemos os correspondentes bancários, que estão na linha de frente com os tomadores, mas dependem de instituições financeiras para fornecer os recursos.”
MARKETPLACE
Entre essas pontas, a plataforma ainda facilita a compra e venda de carteiras de crédito — seja entre bancos, seja entre gestoras de recursos. Atuando como um marketplace, a BYX combina tecnologia proprietária com um time especializado que analisa contrato por contrato, alinhando as opções às estratégias de cada cliente. “Quando mostramos a capacidade da BYcapacidade da BYcapacidade da BYX de abrir portas nesse mercado, o brilho nos olhos é imediato”, destaca Eduardo Mazon, diretor-executivo.
Um dos principais casos de sucesso da fintech foi a parceria com o Banco Pine, iniciada em julho de 2022, quando o banco decidiu retomar sua atuação no segmento de crédito consignado. Essa colaboração evoluiu e resultou, em junho de 2023, na aquisição de 32% do capital da BYX pelo Pine. Apesar da sociedade, o banco não interfere nas operações, que seguem rígidos padrões de governança exigidos pelo Banco Central, abrangendo desde a confidencialidade de dados até auditorias externas e estrutura de comitês.
O apetite do mercado tem acelerado o crescimento da BYX.
● A empresa saltou de R$ 1,9 milhão de lucro líquido em 2021, seu primeiro ano de operação, para impressionantes R$ 42 milhões apenas no primeiro semestre de 2024.
● A expectativa é repetir o desempenho no segundo semestre e encerrar o ano com R$ 80 milhões de lucro.
Para acompanhar essa expansão, a fintech triplicou sua equipe em menos de um ano, criando cerca de 100 novos postos de trabalho e com mais 20 previstos até o final do ano. “Os resultados alcançados refletem a qualificação do nosso time, que combina expertise em tecnologia, mercado financeiro, originação de crédito e gestão de riscos. Nosso modelo de partnership, regido por uma governança sólida e bem estruturada, nos permite crescer de forma ordenada e sustentável”, conclui Victor Guidotti, sócio-fundador e membro do comitê executivo ao lado de Perrelli e Mazon.