ESG

Conheça 8 grandes desafios para empreendedoras, segundo grupo do G20

Empresárias discutem obstáculos a serem superados por mulheres no ecossistema empreendedor e de inovação

Crédito: Marcelo S. Camargo

Da esquerda para a direita: Carine Ross, Gabriela Augusto, Patricia Hanna, Tom Mendes e Liliana Pinelli (Crédito: Marcelo S. Camargo )

Por Allan Ravagnan

O cenário do empreendedorismo feminino no Brasil foi destaque no encontro do G20 no Rio de Janeiro. A atividade abordou temas relacionados ao desenvolvimento econômico e social, enfatizando a necessidade de fomentar a liderança das mulheres. Segundo a FIA Business School, em 2023, só 38% dos cargos de liderança no Brasil eram ocupados por mulheres, mesmo sendo elas mais da metade da população. No empreendedorismo, os mesmos desafios: as mulheres são donas de 34% dos empreendimentos, diz o Sebrae. Nesse contexto, oito empreendedoras compartilharam com a DINHEIRO seus olhares sobre os principais desafios em liderar negócios.

1. Financiamento: Erica Fridman, gestora do Sororitê Fund, ressaltou o impacto da diversidade em decisões de investimento. “Ter mulheres no processo de decisão sobre quais startups receberão recursos amplia as perspectivas e ajuda a identificar oportunidades muitas vezes ignoradas por vieses.” Ela destaca que a presença feminina em fundos de Venture Capital ainda é limitada, o que reduz a capacidade de identificar e fomentar negócios liderados por mulheres.

2. Políticas públicas: Carine Roos, fundadora da Newa, apontou que a desigualdade estrutural amplifica os desafios para mulheres no empreendedorismo. Ela lista três áreas que precisam de maior atenção: acesso ao crédito, inclusão digital e a superação de barreiras culturais relacionadas ao cuidado com a família.

3. Representatividade e networking: Laís Macedo, presidente do Future Is Now, destacou que a falta de mulheres em posições de liderança dificulta a criação de redes profissionais robustas, criando um meio ainda mais difícil de adentrar.

4. Redes de apoio: Nara Iachan, CMO da Loyalme by Cuponeria, enfatizou o papel das redes de apoio no fortalecimento do empreendedorismo feminino. “Quando comecei, era difícil encontrar referências femininas. Hoje, vemos mais mulheres em cargos estratégicos, mas a construção de uma rede de suporte ainda é essencial para superar as barreiras do mercado”, apontou.

5. Dificuldade no reconhecimento: Ana Carolina Gozzi, co-CEO da Compre & Alugue Agora, chamou atenção para o esforço adicional exigido das mulheres para obter reconhecimento.

6. Investimento limitado: Itali Collini, diretora da Potencia Ventures, apontou a baixa representatividade feminina nos portfólios de investimentos. “Embora as mulheres representem 34% dos empreendedores, elas ainda recebem poucos aportes significativos”, afirmou.

7. Equilíbrio: Mariane Takahashi, CEO da ABStartups, destacou o desafio de equilibrar a vida pessoal com as demandas do empreendedorismo no universo de uma mulher contemporânea no mercado de trabalho. “O estresse e o esgotamento são comuns quando o ambiente de trabalho não oferece suporte adequado”, disse.

8. Mentorias: Raquel Sodré, CEO da Noz Comunidades, defendeu a educação e a mentoria como ferramentas para fortalecer a trajetória profissional de mulheres através de empoderamento e identificação. “Investir na formação e no suporte estratégico ajuda a criar um ecossistema inclusivo”, explicou.

(Marcelo S. Camargo | Celso Doni | Divulgação)