PIB, mais uma vez, surpreende a todos…
Por Paula Cristina
Não importa em qual lado do espectro político você esteja, o crescimento do PIB sempre precisa ser encarado como uma vitória. E, neste caso, é do governo Lula. O incremento de 0,9% no terceiro trimestre, sobre o trimestre anterior, fez a turma do Palácio do Planalto respirar aliviada e dar, indiretamente, uma resposta ao mercado financeiro que virou os olhos para a política fiscal anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O resultado no terceiro trimestre coloca o brasil em pé de igualdade com a China no quesito crescimento e só fica atrás da Indonésia e México entre os países do G20. Os dados, levantados pelo IBGE foram sustentados por serviços (+0,9%) e indústria (+0,6%). O destaque negativo, como esperado, foi o agronegócio (-0,9%).
Termômetro
… menos o mercado financeiro
Nem mesmo o melhor desempenho do PIB desde 2011 parece bastar para melhorar a percepção do mercado financeiro com o governo Lula. Em dezembro, a avaliação negativa dos agentes financeiros bateu o pico de 90%, segundo dados da pesquisa Genial/Quaest, publicados na quarta-feira (4). O trabalho do ministro Fernando Haddad, menos arranhado, é avaliado como positivo por 41%, enquanto 24% consideram negativo. De acordo com a pesquisa, apenas 3% dos agentes econômicos veem com bons olhos a gestão do petista. Outros 7% dão o veredito de que a atuação do mandatário é regular. O motivo para a avaliação piorada seria o pacote fiscal, anunciado dia 28 de novembro, que foi mal recebido pelo mercado. A avaliação é de que, além das medidas serem insuficientes, o anúncio delas em paralelo à isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes que ganhem até R$ 5 mil foi um erro por parte do governo.
Indicador
Miséria no Brasil chega ao mínimo histórico
A melhora do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda reduziram a pobreza e a miséria no País em 2023 para pisos históricos. Em um ano, 8,7 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, e 3,1 milhões saíram das condições de miséria. Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), braço do IBGE. Em 2023, o Brasil tinha 59,0 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 27,4% da população sobrevivendo com menos de R$ 22,17 por dia. No ano anterior, em 2022, 31,6% da população vivia em condições de pobreza (ou 67,7 milhões de pessoas). Já o contingente de miseráveis correspondia a 4,4% da população do País em 2023, ou 9,5 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema, sobreviviam com menos de R$ 6,97 por dia. Em 2022, porém, o número de miseráveis somava 12,6 milhões, 5,9% de toda a população.
Legislativo
LDO avança no Congresso
A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovou na terça-feira (4) o relatório preliminar do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. A previsão é de que o texto final seja votado na comissão até 18 de dezembro. A proposta pode projetar um superávit primário, um déficit primário ou déficit zero, quando as despesas se equiparam às receitas. Para 2025, o Executivo propõe meta de déficit zero para as contas públicas, ancorada no ajuste fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O relator da LDO, senador Confúcio Moura, aproveitou o avanço parcial para alfinetar o Executivo e o Judiciário sobre as emendas parlamentares, afirmando estar sofrendo pressão dos colegas parlamentares para aprovação dos recursos. Governo e STF têm agido para trazer mais transparência a esses recursos. Na oportunidade o senador também disse que a parte dele será feita, e que o governo também precisa cuidar do pacote fiscal, cujo sucesso também depende do Congresso Nacional.