COP do Brasil será o maior desafio diplomático do ano
O ANO DA COP 30 | MEIO AMBIENTE
Por Natalie Unterstell e Roberto Klabin
Crise climática, negacionismo climático, geopolítica, refugiados climáticos, ondas de calor, inundações, secas, sistemas de produção de alimentos, desastres climáticos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, perda de biodiversidade, extinção de espécies, consumismo exacerbado, poluição e resíduos sólidos nas cidades, transição energética, financiamento climático, negociações, mobilização da sociedade, busca por resultados e viabilização dos acordos obtidos na COP29.
São muitos os temas e muitos os desafios, muitas expectativas, muita frustração, mas também há avanços.
A COP30, a COP do Brasil, em Belém, no ano que vem, será o maior desafio diplomático e ambiental que enfrentaremos em 2025.
O que o mundo espera da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima programada para 2025, em Belém do Pará?
1) Compromissos de verdade em enfrentar o problema: aumentar a ambição climática global, com a implementação das metas alinhadas ao limite de 1,5ºC.
2) Pressão sobre grandes emissores: espera-se que o Brasil exerça a sua liderança diplomática para exigir compromissos mais sérios de países como a China, Estados Unidos e petroestados. Isso é realista? Não. Mas nem por isso a agenda de transição dos combustíveis fósseis vai sair do foco.
3) Paris + 10: A COP30 acontece dez anos após o acordo de Paris. Vai dar para celebrar conquistas. No entanto, haverá destaque no grande gap entre as promessas dos países e o imperativo científico de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.
Estamos, na prática, longe disso, pois o ritmo das promessas e ações climáticas não acompanha o avanço das emissões de gases de efeito estufa, e os impactos serão cada vez mais fortes. Quais são os riscos?
1) Protagonismo vazio. Existe o risco de que o Brasil foque demais no marketing da COP (grandes anúncios e discursos eloquentes) e entregue pouco em termos concretos, como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, que consistem em metas de emissões que precisam ser reapresentadas a cada cinco anos, e 2025 coincide com essa reapresentação) ou novos acordos sobre adaptação.
2) Infraestrutura de Belém.
3) Desmatamento ainda em alta enfraqueceria a narrativa de sucesso.
4) Descompasso interno, especialmente do agronegócio e da exploração de petróleo e gás.
5) Expectativas de países vizinhos.
6)Trump.
O desafio da COP será pôr acordos em prática!
Muitas emoções em 2025.