Natura será um negócio regenerativo até 2050
Por Allan Ravagnani
A Natura revisitou sua Visão 2050, lançada há dez anos, para assumir metas mais ambiciosas na promoção da regeneração climática, social e ambiental por meio de seu modelo de negócios. O anúncio reforça a ambição da empresa de se tornar, até 2050, uma empresa fundamentalmente regenerativa, gerando impactos sistêmicos positivos para pessoas, natureza e sociedade. Na prática, as operações da Natura irão além de mitigar e compensar impactos negativos em todas as frentes de atuação. O modelo de negócio buscará, ao longo dos próximos 25 anos, gerar impacto positivo em todos os capitais considerados para a mensuração de resultados pela metodologia Integrated Profit and Loss (IP&L), para além do Capital Produzido (como receita e lucro): Capital Natural (como natureza, clima e alimentos), Capital Social (como bem-estar e infraestrutura) e Capital Humano (como educação, saúde e força de trabalho). Segundo o IP&L, em 2023, para cada R$ 1,00 de receita, os negócios da empresa, incluindo operações integradas com a Avon América Latina, geraram R$ 2,70 de impacto socioambiental positivo. “O cenário atual é um saldo positivo entre os capitais, em que o impacto negativo no Capital Natural é compensado pelo impacto positivo nos capitais Social e Humano. Mas nosso negócio será verdadeiramente regenerativo quando o impacto for positivo em cada um dos capitais, individualmente. Assim, poderemos dizer que, de forma mensurável, o Bem Estar Bem está em tudo o que fazemos. O IP&L é a metodologia que vai nos ajudar a medir esse progresso e entender onde precisamos avançar”, afirmou Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico e Reputação da Natura.
GÊNERO
Auren, Caixa e Raízen superaram 30% de mulheres em conselhos
O mais recente estudo realizado pelo 30% Club Brazil, que promove a equidade de gênero nos conselhos de administração das companhias, em parceria com a PwC Brasil, revela estabilidade na inclusão de mulheres nos colegiados das empresas do índice IBrX100, indicador do desempenho médio das cotações dos 100 ativos mais negociáveis da B3. Auren, Caixa Seguridade e Raízen passam a compor o grupo de companhias que atingiram os 30% de mulheres em seu board em 2024. Se compararmos com o início da medição, em 2019, quando as mulheres representavam apenas 8,5% de conselheiras nas organizações listadas, houve um avanço. Porém, a trajetória para a paridade ainda é lenta e longa, diz a presidente do conselho do 30% Club Brazil, Anna Guimarães: “Continuaremos fomentando a discussão e a implementação de práticas que promovam o equilíbrio de gênero nos conselhos e altos escalões, reconhecendo que a equidade ainda demanda esforços contínuos, considerando os benefícios que o equilíbrio de gênero promove”.
ENERGIA
ISA expande certificação ISO 14001 para 55 subestações
Em compromisso com a adoção das melhores práticas ambientais em suas operações, a ISA Energia Brasil anunciou a expansão da certificação ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental – para 55 subestações, com o acréscimo de 28 ativos em 2024. Pela primeira vez, a companhia ainda obteve a certificação de sua sede corporativa, em São Paulo. Com planejamento de implementar a certificação em 100% de suas subestações até 2030, a empresa tem ampliado o alcance da norma, de nove ativos, em 2022, para 27 no ano passado e 55 em 2024, o que corresponde a 44% do seu parque instalado. Estão certificadas subestações distribuídas nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A certificação proporciona diversos benefícios à companhia, como o fomento à cultura da melhoria contínua e da sustentabilidade em toda a organização; o cumprimento de normas ambientais vigentes, o que reduz riscos legais e facilita a obtenção de licenças para as operações; e a promoção da eficiência no uso de recursos naturais, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a redução de custos operacionais a longo prazo.
AGRO
Certificado Verde já mobilizou R$ 7,5 milhões em recursos
O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) Verde tem se consolidado como um marco no financiamento da sociobioeconomia brasileira. A iniciativa está transformando territórios e promovendo o desenvolvimento sustentável em cadeias produtivas estratégicas. Nos dois primeiros anos, o CRA Verde mobilizou R$ 7,5 milhões em recursos e firmou 22 contratos de crédito, impactando cooperativas e associações ligadas à sociobiodiversidade e à agricultura familiar. 14 desses contratos foram intermediados pela Conexsus, com um ticket médio de R$ 350 mil. Os recursos foram disponibilizados para cadeias produtivas como cacau, castanha, pequi, açaí, borracha e produtos da agricultura familiar, como arroz, feijão e milho. A iniciativa adota uma estratégia de blended finance – combinando capital filantrópico e capital comercial – e já viabilizou condições de crédito adaptadas às necessidades locais, sendo decisivas para ampliar a produção e gerar mais renda aos produtores e impulsionar a preservação dos principais biomas brasileiros.
SAÚDE
Derivados de cannabis já atraem 672 mil consumidores
De acordo com dados da Kaya Mind, especialista em informações, dados e insights para o setor de cannabis, cerca de 672 mil pessoas estão se beneficiando de derivados da planta para fins medicinais, um aumento de 56% em relação ao ano passado. Para Ana Júlia Kiss, CEO da Humora, startup de produtos de cannabis, o crescimento do mercado reflete a alta demanda por tratamentos alternativos, seja para o bem-estar ou para doenças crônicas. “O consumidor busca medicamentos que possam ser integrados à rotina e que sejam mais naturais”, explicou. Ainda segundo ela, além da procura por métodos de aplicação prática, o crescimento da cannabis medicinal é fruto da combinação de mais três fatores:
● melhor aceitação pela comunidade médica e pelo público, mais aberto aos tratamentos com canabinoides,
● a importação facilitada
● e maior variedade de produtos para diferentes finalidades, possibilitando tratamentos mais personalizados para cada paciente e patologia.