Enjoei compra plataforma de artesanato Elo7 de empresa americana
Para crescer número de vendedores e aumentar variedade de produtos, Enjoei faz aquisição do Elo7, pertencente à Etsy
Por Lara Sant’anna
Enjoei é uma das principais plataformas de compra e venda de produtos usados do Brasil, principalmente de moda. Em 2022, reportou receita de R$ 138,9 milhões e volume bruto de mercadorias (GMV, em inglês) de R$ 1 bilhão. A empresa conecta 1,2 milhão de compradores com 988 mil vendedores ativos, mas ela quer mais. Visando se tornar uma plataforma de sellers, e de ampliar o leque de produtos oferecidos, o Enjoei anunciou na terça-feira (18) a compra do Elo7, maior marketplace de produtos autorais do Brasil. A empresa oferece artesanatos e ítens personalizados e pertencia à americana Etsy.
Segundo fato relevante divulgado pelo Enjoei, o Elo7 reportou GMV de R$ 500 milhões em 2022, com 3,6 milhões de transações. A plataforma tem 1,6 milhão de compradores ativos e mais de 50 mil vendedores profissionais ativos.
“A aquisição permite expandir a base de vendedores profissionais do Enjoei, acelerando a expansão do nosso negócio”, disse a empresa no documento.
As duas marcas continuarão operando como bandeiras independentes e a integração vai colaborar para o ganho de sinergia em tecnologia, logística e operações.
“Os vendedores do Elo7 vão vender melhor e em melhores condições por fazerem parte do grupo Enjoei”, disse Tiê Lima, CEO do Enjoei.
Já “os vendedores que estão no Enjoei vão melhorar as suas condições e a operação como um todo, em eficiência de escala, por a gente ter trazido o vendedor do Elo7.”
Segundo análise da XP, a aquisição irá trazer sinergias com a expansão da base de vendedores profissionais, alavancagem operacional e criação de uma nova avenida de crescimento, focada em produtos artesanais. “Vemos a transação como positiva, uma vez que deve acelerar o Enjoei e também adicionar uma nova via de crescimento”, afirmaram os analistas da XP.
Baixo desempenho
O Elo7 foi comprada pela Etsy em 2021 por US$ 217 milhões e após dois anos os resultado não foi o esperado.
Em nota enviada para a comissão de segurança e câmbio dos Estados Unidos (SEC), o CEO da Etsy, Josh Silverman, disse que apesar dos esforços em construir o marketplace no Brasil, “não vimos o desempenho que esperávamos quando fizemos a aquisição dois anos atrás, em parte por questões macroeconômicas”.
O valor da operação não foi divulgado, mas o Enjoei aponta que não será preciso aprovação ou confirmação da assembleia geral de acionistas pelo valor ser abaixo do definido por lei.