Como a LG vem inovando (e quebrando recordes) no segmento de televisores
Fabricante sul-coreana lidera mercado global de TV OLED há dez anos e avança no Brasil com modelos maiores e de maior valor agregado
Por Beto Silva
Dez anos atrás, a LG Eletronics lançava o primeiro televisor com tecnologia OLED (Organic Light Emitting Diode ) do mundo e iniciava uma revolução no setor. O mundo conhecia o modelo 55EA9800, que chegava ao mesmo tempo no Brasil por R$ 40 mil a unidade, em sua versão de 55 polegadas. Aparelhos semelhantes mas sem as vantagens da OLED — com imagens mais nítidas e realistas, melhor processamento dos pixels que são desligados individualmente para criar os tons pretos e menor espessura do produto — eram encontrados por até um quarto do preço. A LG, porém, apostava na popularização da tecnologia para tornar as TVs mais acessíveis, o que de fato ocorreu. Passada uma década, a empresa comemora os resultados obtidos.
Desde 2013, ano após ano, a LG é líder global de vendas desse tipo de televisor no mundo, segundo dados da Omdia referentes aos embarques de painel de 2013 a 2022.
Das 21 empresas que produzem TVs OLED no planeta, a LG foi a primeira a ultrapassar 15 milhões de unidades vendidas. Apenas no primeiro trimestre deste ano foram comercializadas 738 mil televisores da marca com essa tecnologia, que atualmente custa pouco mais de R$ 6 mil em sua versão de 55 polegadas.
“No primeiro trimestre de 2023, a LG conquistou aproximadamente 60% do mercado mundial de TVs OLED”, disse Roberto Barboza, vice-presidente de Vendas da LG Electronics do Brasil.
O Brasil já é a segunda maior operação da companhia no mundo — está por aqui desde 1996 e tem atualmente 6 mil funcionários —, atrás apenas dos Estados Unidos.
“Com a crescente demanda por experiências visuais de alta qualidade e tecnologia avançada, os consumidores brasileiros estão cada vez mais preferindo TVs OLED. Continuaremos investindo e inovando neste espaço”, afirmou Barboza.
Receitas recordes
O desempenho no segmento OLED tem colaborado para receitas recordes da companhia sul-coreana. Em 2020, o faturamento foi de US$ 43,9 bilhões. Em 2021, registrou vendas de US$ 56,8 bilhões. E no ano passado, US$ 64,2 bilhões. No segundo trimestre deste ano, a receita foi de US$ 15,37 bilhões, com lucro de US$ 570,2 milhões.
A linha de home entertainment, em que as TVs estão incluídas, foi responsável por vendas na casa dos US$ 2,4 bilhões. É a segunda maior área de negócio da LG, atrás apenas de eletrodomésticos e ar-condicionado, e à frente de soluções e componentes para veículos e soluções para negócios B2B.
Danilo Deus Dará, especialista em mercado de eletrônicos e CTO da Allu, plataforma de assinatura de produtos, avalia que “números tão expressivos garantem e atestam a qualidade dos produtos, afinal, dez anos no topo, em um mercado de alta concorrência, não é para qualquer marca”.
Ele ressalta ainda o pós-venda da empresa como diferencial. “Observando números em sites de reclamações de consumidores temos um alto grau de solução de problemas e atendimento. E também temos a maior nota comparando com outras indústrias de eletrônicos. Problemas sabemos que podemos ter, o que diferencia sempre é como serão resolvidos. E isso a LG sabe fazer bem.”
Estratégia
Para incrementar o faturamento de televisores no Brasil, a empresa coloca em prática um plano que inclui disponibilizar telas maiores e com maior valor agregado no mercado nacional.
Alinhado com a estratégia global da companhia, que pretende solidificar a liderança da LG no mercado de TVs de tela gigante com o lançamento da LG Signature OLED M, de 97 polegadas, a primeira sem fio do mundo com tecnologia Zero Connect. Mas essa ainda não tem data para chegar ao mercado brasileiro.
”Com a crescente demanda por experiências visuais de alta qualidade e tecnologia avançada, os brasileiros preferem cada vez mais TVs OLED.”
Roberto Barboza, vp de Vendas da LG Electronics do Brasil
Segundo Igor Krauniski, gerente sênior de produtos de TV da LG do Brasil, os televisores de 55 polegadas eram os mais vendidos alguns anos atrás, mas a demanda por tamanhos maiores tem aumentado.
Os de 65 polegadas já somavam 25% das vendas da marca ano passado. E agora a aposta é mais ousada. “Vamos trazer um volume grande de 77 polegadas”, disse.
E a estratégia de venda tem sido diferente para esse produto: é comercializado exclusivamente no site da LG. Mas será que dá certo expor uma TV apenas no e-commerce, já que o consumidor geralmente gosta de ver, tocar e experimentar o produto? A resposta de Krauniski é categórica: “A quantidade colocada a venda hoje é totalmente comercializada”.
Isso ocorre porque, segundo ele, o cliente desse tipo de televisor, com preços na faixa dos R$ 20 mil ou mais, já está acostumado com as características do produto e, inclusive, conhece profundamente suas características técnicas.
Produtos
Além dos televisores de 77 polegadas, as peças da linha G também terão penetração maior no mercado. Um dos destaques é a LG OLED evo G3, com tecnologia Brightness Booster Max que oferece 70% mais brilho. É equipada também com o processador inteligente Alpha9 Gen 6, que proporciona uma precisão melhor de cor e clareza nos detalhes.
Em relação à conectividade, a linha G dispensa o uso de controle remoto ao ter comandos acionados por comandos de voz — basta dizer “hi, LG” que a TV ativa para controlar até eletrodomésticos.
A linha C é outra aposta da LG para avançar em volume de vendas, já que os preços — a partir de R$ 6,5 mil — são mais atrativos. O televisor LG OLED evo C3 é um dos mais requisitados. Tem design redefinido com extremidades estreitas que tornam a instalação na parede mais integrada.
Essa linha parte de 42 polegadas, que é a menor TV OLED do mundo, e vai até a gigante de 83 polegadas. “Até 55 polegadas é muito usada por gamers. A partir disso, os casos de uso são mais tradicionais”, disse Igor Krauniski.
“Vamos trazer um volume grande de 77 polegadas. A quantidade colocada à venda hoje é totalmente comercializada.”
Igor Krauniski, gerente de produtos de TV da LG do Brasil
Com relação ao valor agregado das TVs, a fabricante sul-coreana tem trabalhado para expandir a LG OLED Objet Collection, Easel, lançada no Salão de Milão 2023.
O produto tem um cavelete para suportar a tela. A composição remete a um quadro e serve para aprimorar a decoração. Segundo a marca, é “ideal para quem quer criar um ar de salão de arte moderna para a sala de estar”. Produtos e ações que deixam a LG bem no filme.