Música contra pobreza, alimento contra a desnutrição

Crédito: Bruna Goldberger

Maestro Edilson Ventureli, que comanda o Instituto Baccarelli: projeto social (Crédito: Bruna Goldberger)

Por Lana Pinheiro

Em meio a Heliópolis, uma comunidade vulnerável com área superior a 1 milhão de m2, crianças e adolescentes entrando e saindo com cases de instrumentos chamam atenção para um prédio de onde se ouvem sons: violinos, violoncelos, instrumentos de sopro. Algumas vezes isolados. Outras, juntos como resultado de aulas que ensinam a 1,2 mil crianças e adolescentes vulneráveis as técnicas da música clássica em uma grade que vai desde musicalização infantil, passando por formação profissional até os ensaios da Orquestra Sinfônica Heliópolis. Agora, além de promover a transformação social desses brasileiros por meio da música, o sonho do maestro Silvio Baccarelli (1931 – 2019), que fundou o Instituto Baccarelli no tal prédio da comunidade em 1996, ganha novas ferramentas. Sob o atual comando do maestro Edilson Ventureli, o Instituto inaugura um restaurante social para prover alimentação com qualidade nutricional aos seus alunos. “Este é um projeto antigo que ganhou forças com a pandemia quando percebemos que muitos alunos deixaram de frequentar o Instituto porque sem alimentação na escola, não tinham o que comer”, disse o maestro à coluna. O projeto é feito em parceria com a Gastronomia Periférica que cuida da capacitação das cozinheiras — mães dos alunos — e da parte nutricional, em uma estratégia de reaproveitamento máximo de todos os alimentos. A meta, desperdício zero. A iniciativa é um dos passos para que o impacto do Instituto vá além dos próprios alunos, e chegue também nas famílias. Com o projeto lançado, a próxima meta do maestro Ventureli e equipe é viabilizar aulas de músicas para os pais dos alunos e a construção de um teatro no mesmo terreno. “Queremos nutrir as famílias de Heliópolis de cultura, de música e de alimentos para que a transformação de vidas seja de fato efetiva”, disse.

50.355
é o número de pessoas que solicitaram o reconhecimento como refugiados ao governo brasileiros em 2022.
As principais nacionalidades foram:
*venezuelanas (67%),
*cubanas (10,9%),
* angolanas (6,8%)

Edital

Fomento a soluções para saúde mental

Uma parceria da Fundação Tide Setubal com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal irá apoiar dez organizações focadas em soluções para a melhoria da saúde mental, especialmente de comunidades vulneráveis com um valor de R$ 150 mil para cada. Além dos recursos, será oferecido também acompanhamento técnico no período de dois anos. O edital está disponível na plataforma para inscrições até 14 de setembro. Podem se inscrever coletivos e organizações com ou sem CNPJ, que tenham sido fundados e desenvolvam ações dentro do estado de São Paulo.

Estratégia

Inclusão na saúde ocupacional

(Divulgação)

Com o avanço da tecnologia, muitos processos corporativos foram aperfeiçoados. Mas os exames de admissão, de controle e o demissional continuavam em grande parte feitos as usual. O custo com trâmites da contratação de um funcionário, por exemplo, ultrapassa os R$ 1 mil, além do uso intensivo de papel, necessidade de espaço físico para armazenamento de documentos e da dedicação de horas/homem para agendamentos e afins. Curar essa dor é a missão da HRtech e healtech Zame, com um adendo importante: a plataforma que digitaliza toda a jornada de saúde ocupacional — conectando empresas, clínicas, médicos e colaboradores — é inclusiva por design. “Automatizamos a jornada, mas com uma interface construída para atender às diversas necessidades de trabalhadores dentro da saúde ocupacional, desde os PCDs até situações como analfabetismo”, afirmou Rafael Rossi, co-fundador e CEO da Zame. “Resolvemos problemas de inclusão e acessibilidade na saúde ocupacional com tecnologia de ponta.”

Tecnologia

Em busca de apoio para o ecoturismo

(Divulgação)

Com o objetivo de buscar apoiadores para a acelerar o desenvolvimento de produtos do turismo sustentável e apoiar o empreendedorismo para que novos produtos turísticos com foco na conservação da natureza sejam criados, a Fundação Grupo Boticário acaba de lançar o portfólio Destino Natureza. Nele, a entidade apresenta 14 soluções de turismo de natureza, sendo sete dedicadas ao turismo de experiência; três, a trilhas, visitas guiadas e contemplação da natureza; dois, a turismo de base comunitária; e dois a turismo científico. Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação, esse setor tem grande potencial para contribuir para ações de conservação no Brasil, pois pode “criar novos negócios e alternativas de geração de renda para comunidades que vivem no entorno de unidades de conservação”, afirmou.

(Divulgação)

“Esses países se comprometeram a disponibilizar US$ 100 bilhões ao ano, até 2020, para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentarem a mudança do clima. O compromisso não foi cumprido. Quantias ainda maiores do que essa são investidas em guerras ao redor do mundo.”
presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Inclusão de todas as formas: Cesario Nakamura, CEO da Alelo

Cesario Nakamura, CEO da Alelo (Crédito:Fabio H Mendes)

“Na Alelo, ano após ano temos evoluído na pauta de ESG. Em particular na dimensão do Social, quando criamos o programa TODES pela Diversidade e Inclusão em 2019, reforçamos o compromisso de respeito a esta temática. Além dos grupos de Pessoas Negras, Mulheres, PCD’s e LGBTQIA+, ampliamos os grupos para os temas de Corpos e Gerações, para a questão do etarismo. Evoluímos nas ações afirmativas e em 2020, iniciamos o AfroDev, programa de formação de pessoas negras para iniciar carreira em tecnologia. Outros surgiram, até que chegássemos, neste ano, ao Programa de Estágio exclusivo de Vagas Afirmativas. Temos consciência da responsabilidade na vida de cada um dos colaboradores que fazem parte da Alelo, pois nosso objetivo é prover um ambiente cada vez mais inclusivo, diverso e participativo.”