Ranking GPTW: as melhores instituições financeiras para trabalhar 2023
Bem mais que coletar dados que produzam um diagnóstico preciso das relações de trabalho, o Great Place to Work® se tornou um ecossistema que fornece também soluções para as empresas aprimorarem a gestão de talentos. Premiar as melhores práticas é apenas parte dessa terapia
Por Celso Masson
Faixas, buzinas, confetes, selfies e muita folia. Parecia mais uma final de campeonato do que a entrega de prêmios corporativos. E a empolgação era tão grande que o Great Place to Work® (GPTW) criou até um concurso cultural para eleger a torcida mais animada. Na noite da segunda-feira (11), na casa de shows Tokio Marine Hall, em São Paulo, quem conquistou o título por fazer mais barulho foi a Sicoob Cocre, também vencedora na categoria Cooperativa de Crédito de médio porte. “No ano passado ficamos na segunda posição e nossa meta para este ano era obter o reconhecimento máximo com o primeiro lugar entre as cooperativas”, disse o CEO Nivaldo Camilo. Mesmo sendo duplamente vitoriosa, a Cocre não foi a única a vibrar com a conquista. Campeã entre as Financeiras médias, a Omni&Co também festejou com entusiasmo. “Foi importante a mensagem neste momento, dado o difícil ano de 2022”, afirmou o CEO Heverton Peixoto, que assina a coluna “Propósito e Resultado” na DINHEIRO. A cerimônia premiou as melhores instituições financeira para trabalhar no Brasil em cinco categorias.
E se o clima das torcidas serve de parâmetro, uma das conclusões de quem esteve no evento é que comemorações tão efusivas se devem à satisfação de fazer parte de uma empresa que se destaca pela gestão de pessoas.
Segundo a CEO do GPTW, Tatiane Tieme, isso pode ser medido também pelo maior envolvimento dos líderes, que este ano deram mais feedback do que em edições anteriores. “Eles estão comprometidos em fortalecer a relação de confiança com os colaboradores”, disse Tiemi, depois de agradecer a parceria de mídia com a DINHEIRO.
A CEO destacou ainda dois dos pontos que se tornaram diferenciais para as empresas que almejam ser referência como um bom local para trabalhar:
* a preocupação genuína com a saúde mental das equipes,
* a formação de lideranças.
“Quando a gente mergulha nas práticas das empresas percebe uma grande transformação no cuidado com as pessoas”, afirmou. “A pandemia mudou o modelo de trabalho e gerou novos desafios para os líderes, que agora precisam lidar com equipes de forma presencial, híbrida ou remota”, disse Tieme.
Não por acaso, 96% das organizações premiadas indicaram ter adotado práticas relacionadas à saúde mental e bem-estar nos últimos 20 meses.
Liderança e inovação
Para poder acompanhar de perto as transformações nos ambientes de trabalho, o GPTW precisa estar atento ao que faz difrença na gestão de pessoas. Uma forma de fazer isso é medindo o nível de velocidade e agilidade organizacional, que quantifica a capacidade da força de trabalho para se adaptar e inovar.
Um indicador chamado IVR (sigla para Innovation Velocity Ratio) foi desenvolvido especificamente para mensurar esse quesito. No GPTW, as organizações são classificadas em três tipos de IVR: Acelerado, Funcional e Atrito.
Empresas cuja classificação nos estágios de inovação é Acelerado geram ideias de alta qualidade e têm grande velocidade de implantação. Com isso, o crescimento de receita pode ser até 5,5 vezes superior à de organizações com um grau menor de abordagem inclusiva para a inovação. Além disso, empresas com IVR Acelerado têm empregados até quatro vezes mais propensos a se sentirem orgulhosos de seu trabalho.
Neste ano, em que o recorte Instituição Financeira chegou à quinta edição, foram inscritas 212 empresas — aumento de 30% em relação a 2022. Desse total, 55 instituições ficaram entre as melhores.
Foram premiados:
* 12 bancos,
* 12 seguradoras,
* 18 empresas que prestam serviços financeiros,
* dez cooperativas de crédito,
* três financeiras (as únicas que não aparecem nas tabelas desta reportagem).
Para que os critérios sejam justos, elas são divididas pelo número de colaboradores. As que têm até 99 funcionários competem como pequenas. Entre 100 e 999, como médias. Acima de 1 mil, são consideradas grandes. Somando todas as empresas que se inscreveram, 325,5 mil colaboradores foram impactados.
A pesquisa do GPTW é composta por duas etapas: quantitativa (que tem peso de 75% na nota final) e práticas culturais (25% da nota). Para fazer parte da quantitativa é necessário que a empresa atinja a amostra mínima de funcionários e que obtenha uma nota igual ou superior a 70%.
Atingidas as condições da primeira etapa, entra a fase de avaliação das práticas. As organizações que recebem o selo GPTW são as que atingem níveis satisfatórios nas duas etapas. As que obtêm notas mais altas são premiadas como as melhores em suas categorias.
Ecossistema
O Great Place to Work® surgiu nos Estados Unidos na década de 1980, quando o jornalista Robert Levering foi convidado para escrever um livro sobre as melhores empresas do país para trabalhar. Após uma recusa inicial, ele aceitou o desafio com a condição de que pudesse entrevistar milhares de funcionários de forma confidencial.
Ao colocar o projeto em campo, Levering descobriu duas coisas. A primeira: existem excelentes empresas para trabalhar. A segunda: qualquer empresa, de qualquer tamanho, pode melhorar nesse quesito.
Foi com essa premissa que o GPTW deixou de ser apenas um termômetro para agir como parte da cura para as dores que envolvem gerenciar colaboradores.
Hoje atuando como ecossistema de soluções que transformem positivamente as relações de trabalho, o GPTW tem apoiado empresas para criar uma cultura interna mais forte e obter melhores resultados. Como afirmou um dos vencedores: “Sem a ajuda de vocês, não estaríamos aqui”.