Pernambucanas troca comando
Por Edson Rossi
Marcelo Labuto será o novo CEO da Pernambucanas. O executivo foi presidente do Banco do Brasil por quatro meses, entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, no fim do governo de Michel Temer, e tem experiência de 33 anos no mercado financeiro. Em nota, a empresa afirmou que o varejo é muito mais que compra e venda de produtos. “É, principalmente, sobre pessoas e gestão. Marcelo Labuto tem ampla experiência em diferentes negócios, em diversos estágios de maturação, com o perfil de liderança de que precisamos nesse momento”. Labuto substituirá Sérgio Borriello, que estava no cargo havia sete anos. Segundo a empresa (fundada em 1908), são 14 mil funcionários, com mais de 500 lojas físicas em 340 cidades de 15 estados e Distrito Federal. Sob a nova gestão, o crescimento físico deverá ser reduzido e o foco estará no avanço tecnológico para incrementar a Pefisa (fintech e braço financeiro do grupo) junto a clientes e parceiros.
ESTADOS UNIDOS
O efeito McCarthy nos mercados
Na terça-feira (3), os republicanos destituíram da presidência da Câmara dos Estados Unidos o colega californiano Kevin McCarthy. Como nada que acontece em Washington fica em Washington, o mundo econômico desabou no dia seguinte. Como disse The New York Times, “os mercados estão em parafuso”. Receosos de que o Partido Republicano provoque uma paralisação do governo já no próximo mês e acabem com qualquer perspectiva de o país fugir de uma recessão, os investidores abandonaram suas posições. O S&P 500 fechou na terça-feira na mínima de quatro meses. Ações e títulos na Ásia e na Europa caíram na quarta-feira (4). No longo prazo, os títulos americanos de 30 anos alcançaram máxima de 5%, o maior nível em 16 anos. O que isso significa: restrições de crédito para o mundo todo no curto prazo.
BANCO MUNDIAL
China crescerá 5,1% em 2023, mas 4,4% no ano que vem
Divulgado domingo (1), o relatório econômico de outubro do Banco Mundial sobre o desenvolvimento do Leste Asiático e do Pacífico mostra que o crescimento da região em 2023 será de 5%, percentual superior a todas as economias emergentes ou em desenvolvimento, exceto Índia (que deve crescer 6,3%). No leste asiático, a China puxará o bloco, com alta de 5,1%. Apesar disso, para o ano que vem o Banco Mundial diz que “as persistentes dificuldades internas no país (enfraquecimento da recuperação da reabertura da economia, dívida elevada e fragilidade no setor imobiliário) pesarão sobre o crescimento”, que deverá ficar em 4,4%.
BANCO CENTRAL EUROPEU
Christine Lagarde: “Juro ficará alto pelo tempo que for necessário”
Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse que as taxas de juros na União Europeia precisarão permanecer altas “enquanto for necessário”. Segundo ela, embora haja progresso, “a luta contra a inflação ainda não está vencida”. O BCE aumentou a taxa de referência de -0,5% para 3,75% em um ano — o ritmo mais intenso desde a criação do euro em 1999. A inflação nos 20 países que utilizam a moeda chegou a um pico de 10,6% no ano passado e caiu agora para 5,3%. Ainda assim, muito acima da meta de 2%. A fala de Lagarde segue outra voz poderosa nesse campo, a de Jerome Powell, presidente do americano Fed. Ele afirmou que se for preciso o órgão está pronto para aumentar ainda mais as taxas básicas americanas. Powell e Lagarde fazem o que o BC brasileiro faz: manter-se defensor da meta para a política monetária. No caso dela, buscar alta de preços média de 2%. “Não mudamos regras do jogo no meio do caminho”, disse Lagarde.
ARGENTINA
Qual o preço deste tango eleitoral?
Dentro de dois domingos, no dia 22, a Argentina votará para eleger governadores, parlamentares e, principalmente, o sucessor de Alberto Fernández na presidência. Em meio a uma crise que parece interminável (com inflação de agosto em 12,4% e a taxa anualizada em 124,4%) o cenário político segue a mesma toada e virou uma espécie de tango maluco: três nomes fortes nem estão na disputa — o próprio Fernández, a ex-presidente e atual vice, Cristina Kirchner, e o ex-presidente Mauricio Macri. Preferiram ficar longe da encrenca. A eleição passou a ter três potenciais elegíveis. O governista e ministro da Economia, Sergio Massa. A ex-ministra e presidente do partido de centro-direita Propuesta Republicana (PRO), Patricia Bullrich. E o extrema-direita Javier Milei (na foto, na nota de dólar), que tem liderado as projeções. Na Argentina, o primeiro turno pode ser definido com 45% dos votos para um candidato — ou 40% se a distância para o segundo colocado for superior a 10 pontos percentuais. Pelas pesquisas, outra bagunça. Há desde as que dão Milei como vencedor no primeiro turno quanto os que mostram Massa na frente. Na feita pela Escenarios, divulgada terça-feira (3), Milei tem 37,3% das intenções de voto, perto dos 40% e 11 pontos à frente de Massa (25,8%). Ou seja, pode ganhar no primeiro turno. Já na pesquisa do Atlas Intel divulgada na sexta-feira (29), Massa lidera (30,7%) tendo Milei em segundo (27,9%) com Bullrich (27,7%). Imbróglio que retrata a sinuca em que se meteu o país.
Eleições argentinas são um tema brasileiro. E como! Segundo reportagem de O Estado de S.Paulo, para tentar inflar e ajudar o governista Sergio Massa, candidato que mais interessa ao atual governo brasileiro, Lula teria pressionado pela liberação a Buenos Aires de um empréstimo de US$ 1 bilhão a partir do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), instituição cuja maior influência é a de Brasília. O dinheiro teria sido decisivo na liberação de US$ 7,5 bilhões do FMI ao país vizinho. E uma ajuda a Massa.
EMPREGO
Saldo é positivo, mas cai em relação a 2022
No período entre janeiro e agosto, o Brasil teve geração líquida de 1.388.062 vagas formais. O número é 27% inferior aos 1.901.482 de postos gerados no mesmo período do ano passado. Ainda assim não tira a expectativa do governo de fechar 2023 com a criação líquida de 2 milhões de empregos com carteira assinada. No resultado mensal, agosto superou as expectativas. O mercado financeiro esperava um número positivo entre 134 mil e 209 mil (e mediana de 173 mil), mas o saldo chegou a 220.844, segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho. O setor de serviços puxou a geração (114 mil postos formais), seguido por comércio (42 mil), indústria (31 mil), construção civil (28 mil) e no fim da fila o agro (5 mil).
35%
Percentual de brasileiros que consideram o governo Lula ruim ou péssimo, de acordo com pesquisa do PoderData feita entre 24 e 26 de setembro e divulgada quarta-feira (4). O índice é 1 ponto superior ao de Jair Bolsonaro no mesmo momento de governo. Apesar de a rejeição ser a mesma, Lula tem 36% de avaliação positiva (bom e ótimo), 5 pontos percentuais a mais que
o lúmpen ex-presidente.