Negócios

Nortis nada de braçada em empreendimentos de alto padrão

Em seis anos de atuação no mercado paulista, incorporadora lança 43 empreendimentos nos segmentos alto padrão. VGV total no período atinge R$ 4 bilhões

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O ISA Brooklin é o maior projeto desenvolvido pela empresa em sua curta trajetória. Tem VGV total de R$ 300 milhões e metro quadrado a partir de R$ 18 mil (Crédito: Divulgação)

Por Angelo Verotti

Uma startup com DNA de empresa. A visão revelada pelo diretor de incorporações Daniel Terepins faz referência à Nortis, construtora e incorporadora com apenas seis anos de atuação no mercado paulista, mas já com muita história para contar. Apesar do curto tempo de existência, a companhia construiu um portfólio de respeito.

Lançou 43 empreendimentos na capital com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 4 bilhões, parte deles por meio da Nortis, que atende o segmento de alto padrão, e o restante pela Vibra, no econômico.

“A gente cresceu rápido. Muito em razão da reputação, da credibilidade, além de todo o histórico, tanto do Carlos [Terepins] como do Fábio [Terepins), os principais fundadores, como do corpo diretivo”, disse Daniel, filho de Carlos e irmão de Fábio. “Acho que a operação em seis anos está muito consolidada. Praticamente não tem estoque pronto. A empresa está super lucrativa.”

O fundador Carlos Terepins é velho conhecido no mercado imobiliário brasileiro, no qual já atua há mais de quatro décadas. Antes de criar a Nortis e a Vibra, fundou e presidiu a incorporadora e construtora Even, tradicional no País. O currículo de Carlos inclui mais de 200 projetos, que englobam 400 torres com um total de 35 mil unidades entregues. E diante do desempenho apresentado por Nortis e Vibra, os negócios devem crescer exponencialmente.

As duas bandeiras devem apresentar ao mercado este ano oito empreendimentos e com VGV total de R$ 1,1 bilhão. Destaque para o maior projeto da história da Nortis, o ISA Brooklin, com VGV de R$ 300 milhões. “No ano passado o volume de lançamentos foi quase o mesmo, mas com VGV menor, de R$ 850 milhões”, disse Daniel.

“A gente cresceu rápido. Muito em razão da reputação, da credibilidade, além de todo o histórico tanto do Carlos [Terepins], como do [Terepins], os principais fundadores.’’
Daniel Terepins, Diretor de Incorporações da Nortis

Daniel Terepins, Diretor de Incorporações da Nortis (Crédito:Divulgação)

Membros independentes

A companhia tem mantido os dois braços quase independentes, porque, segundo ele, a natureza dos dois segmentos é muito distinta no método construtivo para o cliente. “O que você vende no alto padrão? Todo detalhamento de arquitetura, de riqueza, de acabamentos, de pacotes de lazer”, afirmou Daniel. “E na Vibra existe um trabalho muito maior de enquadrar na renda do cliente, de fazer funcionar o fluxo de pagamento.”

Os preços dos imóveis de alto padrão negociados pela Nortis partem de R$ 18 mil o m² e atingem até R$ 50 mil o m². Além do Brooklin, estão no foco bairros como Itaim, Jardins, Vila Nova Conceição, Alto de Pinheiros, Pinheiros, Moema, Vila Madalena e Vila Mariana.

Já no segmento de baixa renda, a Vibra atende principalmente a faixa 3 do programa federal Minha Casa, Minha Vida, com renda familiar entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. São ao menos 16 empreendimentos econômicos entregues ou em obras.

Apesar da empolgação com os últimos lançamentos no segmento de alto luxo, o momento econômico pede cautela. Depois de uma fase de crescimento na virada do semestre, os negócios caíram, afetados por fatores externos, como a taxa de juros americana. “Tudo isso vai trazendo oscilações que influenciam negativamente”, afirmou Daniel.

“Mas está tendo bastante negociação. A inflação está num nível baixo, mas a gente ainda não está confortável em relação aos próximos meses”, disse, ao destacar ainda a taxa de juros elevada.

Já no segmento econômico, “o Minha Casa, Minha Vida é muito forte, com muitos empreendimentos a caminho. Teve um aumento na competição, mas é necessário uma operação muito azeitada para trabalhar nesta categoria.”

Os desafios seguem e estão ligados principalmente à insegurança jurídica. Daniel disse que a empresa desembolsa volumes importantes de capital e, às vezes, é pega de surpresa.

“Tombamento [de áreas], discussões da lei de zoneamento indo para um lado ou para outro. Isso é a maior trave, eu acho, para a gente trabalhar, fazer investimentos substanciais. Situações que têm consequências de longo prazo”, afirmou.

Independente dos segmentos atendidos, a Nortis e a Vibra têm apostado em construções “super enxutas” e evitam trabalhar com altos volumes de banco de terrenos. “Nosso land bank é do prato para a boca. E essa é a grande estratégia da nossa empresa. São projetos rentáveis que a gente pega, lança e realiza”, afirmou Daniel.

O banco de terrenos na atualidade está entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão. A empresa tem na atualidade 22 canteiros ativos e já entregou 21 empreendimentos, 13 da Vibra e oito da Nortis. São 350 colaboradores e mais de 8,5 mil clientes atendidos no período.